"Um dia com Jerusa", de Viviane Ferreira (2020)
Belo drama escrito e dirigido por Viviane Ferreira, é uma adaptação do curta com mesmo elenco lançado em 2014. O filme foi festejado na Mostra Tiradentes em 2020, onde concorreu, pelo protagonismo de mulheres negras tanto no elenco quanto na equipe. Todo o elenco é formado por atores negros,e minha única crítica é que um personagem interpretado por um ator oriental é a única pessoa que destrata a protagonista, querendo levar vantagem.
Silvia (Debora Marçal) trabalha como pesquisadora de uma marca de sabão em pó, e faz pesquisas em um bairro de São Paulo. Silvia aguarda o resultado de um concurso público na qual se inscreveu. Ao bater na porta de Dona Jerusa (Léa Garcia), ela diz que tem 15 minutos para que Jerusa resposta as perguntas. Mas o que surge desse encontro é um belo depoimento sobre uma idosa que tem todo um histórico de lutas e de empoderamento da mulher negra.
O filme tem um roteiro que investe em temas como machismo, ancestralidade, resgate da cultura, a força da mulher negra, a aceitação da orientação sexual, o conflito de gerações e a parte mais melancólica do filme, a solidão da terceira idade.
Silvia é lésbica mas não se assume. Mas ao sair da casa de Jerusa, ela sai transformada.
Léa Garcia é um presente para o filme e para o espectador, que, com muita inteligência, entrega uma personagem carismática e muito sentimental. Debora Maçal acompanha com inteligência essa força da natureza que é Léa Garcia, e ambas desfrutam de um projeto que só tem a trazer coisas lindas para o público. Antonio Pitanga faz uma participação carinhosa.
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