sexta-feira, 21 de maio de 2021

Ilha


"Ilha", de Glenda Nicácio e Ary Rosa (2018)
Depois do grande sucesso de crítica do filme anterior, 'Café com canela", a dupla de cineastas baianos Glenda Nicácio, Ary Rosa escrevem e dirigem esse drama fabulesco sobre o que é a essência do fazer o cinema. A grande premissa do filme é criar olhares diferenciados sobre o cinema autoral e o cinema de indústria, e o filme, até mesmo pelas suas características de filme de baixo orçamento independente, abraça a causa do cinema possível, sem regras nem dogmas da cartilha da linguagem cinematográfica.
Ilha Grande é a maior ilha da baía de Camumu, e dá nome ao filme onde tudo acontece. Henrique (Aldri Anunciação) é um cineasta sequestrado por Emerson (Renan Horta), um jovem morador da comunidade em Ilha Grande. Ele quer que Henrique o ajude e testemunhe a sua história de luta, que envolve relação familiar, homofobia, masculinidade tóxica, abuso doméstico, pobreza e falta de assistencialismo à educação e principalmente, como ampliar o sonho de se fazer Cinema para jovens que não têm condições, por ser uma profissão elitista.
Os créditos finais dizem: "Esse filme é dedicado aos meninos e meninas que escolheram o Cinema, mas que não foram escolhidos por ele.""
Melhor ator pelo juri popular no Festival de Brasília em 2018 (Anunciação) e melhor filme na Mostra novos rumos no Festival do Rio, o filme traz ótimas cenas de exercícios com atores e discute o papel da preparação de atores com não atores. Impossível não lembrar do documentário iraniano "Salve o cinema", de Mohsah Makmalbaff.

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