"La classe operara va in paradiso", de Elio Petri (1971)
Uma das maiores obras-primas do cinema político italiano, o filme dividiu a Palma de Ouro em Cannes no ano de 1972 com "O caso Mattei", de Francesco Rosi, e curiosamente, ambos protagonizados por Gian Maria Volonté. "A classe operária vai para Paraíso" une três grandes ícones do cinema italiano: O cineasta Elio Petri, o compositor Ennio Morricone e o ator Gian Maria Volonté, um dos maiores astros de todos os tempos. O diretor é Dante Ferreti, que depois veio a ser o grande colaborador de Scorsese. Elio Petri ja havia ganho em Cannes no an anterior o Grande prêmio do juri por "Investigação de um cidadão acima de qualquer suspeita", também com Volonté.
O filme tem como protagonista Lulu Massa (Volonté), um operário que trabalha em uma Fábrica de máquinas industriais. Massa é o operário padrão, puxa saco dos patrões que tem na fábrica o sistema de cotas de horário de trabalho. Massa é o que mais produz por hora, provocando discórdia com seus colegas de trabalho. Ele é um capitalista que deseja ganhar dinheiro e prover conforto para sua família, a esposa Lidia (Mariangela Melato, extraordinária) e seu enteado, o pequeno Arturo. Mas quando Lulu se acidenta e perde um dedo no trabalho, os sindicalistas e estudantes de esquerda que fazem piquete na entrada da fábrica encontram a chance de provar as péssimas condições trabalhistas. Os patrões alegam que desde o acidente, a produtividade caiu 7%. Massa acaba se unindo aos esquerdistas, provocando a ira de seus patrões, que o demitem.
Mesmo com tanto drama e discussão política, o filme encontra espaço para humor fino e melodrama. Uma cena de Massa fazendo sexo com uma colega de trabalho dentro de um carro apertado e antológica de tão hilária, e a cena dele discutindo com Lidia sobre conforto e comunismo é de bater palmas. Mas esse filme não existiria sem o talento primoroso de Gian Maria Volonté, um ator repleto de fúria, energia, trabalhando em eu rosto todas as emoções humanas de forma sublime. Um filme obrigatório.
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