quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Toc toc toc- Ecos do além

"Cobweb", de Samuel Bodin (2023) O filme ficou mais conhecido por ser o primeiro filme de terror produzido por Seth Rogen. E também por ser estrelado por Antony Starr, o Homelander da série "The boys". Peter é um garoto de 8 anos, tímido e sensível que possui pais superprotetores, que não o deixam ter amigos nem sair de casa, apenar para ir até à escola. Seus pais Carol (Lizzy Caplan) e Mark (Antony Starr) alegam que o portegem por conta de uma menina da vizinhança que desapareceu na noite do Halloween. Peter não tem amigos na escola e claor, sofre bullying. De noite, em seu quarto, ele escuta vozes de uma garota vindo através da parede. Seus pais acreditam que ele está tendo alucinações. Até que a voz pede que Peter comece a fazer coisas contra a vontade dele. O filme é decente, tem boa atmosfera, boa fotografia e bons atores. Talvez o ritmo arrastado irrite um pouco os fãs de terror que esperam unm filme mais violento e dinâmico, fato que só aocntecerá nos últimos 20 minutos. Até então, tudo é bastante climático, preparando o terreno pro desfecho. Os efeitos são bons e fica evidente aqui a referência da antológica Samara.

Presos na floresta- Fuja se for capaz

"Quicksand", de Andres Beltran (2023) O maior mérito desse filme de sobrevivência é de ter sido totalmente realizado pela Colômbia, e de ser um filme decente, mesmo com questões de roteiro, com baixíssimo orçamento. O gênero terror qui é utilizado como metáfora para um casal em vias de um divórcio e diante de uma situação limite, discutem a relação. Um mote já bastante comum, mas aqui, eificente pelo bom trabalho dos dois atores principais, Carolina Gaitan como Sofia e Allan Hawco como Josh. Ambos são casados e moram nos Estados Unidos. Eles viajam para Bogotá para uma conferência e se hospedam em um hotel. Um dia, eles decidem fazer uma trilha na floresta. Durante o caminho, eles se confrontam com um ladrão. Ao fugirem, caem na areia movediça e lutam para sobreviver. O filme faz parte daquela leva de filmes de sobrevivência sádicos, que fazem os personagens sofererem ao máximo possível. (lembram de "A queda"? Tem urubu, sol escaldante, sede, etc). Aqui as ameaças vão desde formigas carnívoras até uma cobra venenosa doidinha para matar os dois. Existem muitas loucuras de um roteirista criativo, que faz surgir até uma bolsa com um rifle de dentro da areia movediça. Mas enfim, é um passatempo, e de novo, válido pelo esforço de se produzir um filme palatável com baixo orçamento. E para uma produção colombiana, está com um nível bom de efeitos. A fotografia que merecia um cuidado a mais.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O clube dos leitores criminosos

"El club de los lectores criminales", de Carlos Alonso Ojea (2023) A crítica em peso detonou esse slasher espanhol, dizendo que as referências à "Pânico"e "Eu sei o que voc6es fizeram no verão passado" são óbvias demais. E não estão errados. Trazendo de volta o tipo de terror dos anos 90, com grupo de adolescentes que tomam decisões etúpidas e pelos quais nenhum espectador vai ficar torcendo a favor, já que todos ali não usam nenhum tipo de lógica. Afinal, quando seus amigos começam a morre, qual o sentido de voc6e continuar saindo sozinho? Porquê a polícia não é acionada? Porquê alguém continuaria frequentando a universidade onde vários alunos e um professor foram mortos? CAdê os pais dessa galera que morre? Enfim, muitas perguntas sem respostas, provavelmente um filme que funciona no automático para fãs de um terror, mesmo que de terceira linha. Em uma universidade, um grupo de alunos aspirantes a escritores criam um clube chamado "O clube dos leitores criminosos". Eles lêem livros de terror e também criam um romance baseado em histórias criadas por todos. Mas quando um assassino com máscara de palhaço "The mad clown" (eta falta de originalidade) vai matando um por um, cada capítulo vai sendo escrito apresentando a morte da pessoa e a história vai sendo criada. O final é chupado demais de um dos filmes citados. Mas só consegui assistir porqu6e fiquei pensando que o filme não é para ser lecado à sério e é um pastiche.

Delírio caldo

"Delírio caldo", de Renato Polselli (1972) Um giallio menos conhecido, "Delírio caldo" é divertido pelo seu elenco canastrão e pelo seu roteiro totalmente sme pé nem cabeça, repleto de cenas sexuais pervertidas:sonhos com orgias e a cena mais famosa: o assassino de luvas prtetas, enquanto estrangula uma vítima, a masturba. Parece até uma homenagem ao filme "Império dos sentidos", quanto o homem é estrangulado e masturbado ao mesmo tempo. Herbert Lyutak (Mickey Hargitay, um ex-Miss Universo nascido na Hungria) é um psicólogo que trabalha ao lado da polícia na capacidade de criar perfis psicológicos ds criminosos. Ele também é um assassino, psicossexual e impotente. Casado com Marcia (Rita Calderoni), que costuma ter regularmente sonhos eróticos, Herbert é acusado do crime. Mas ao ficar preso na cadeira, outro assassinato é cometido, o que o faz ser solto e deixar de ser investigado como assassino. Agora a polícia e o próprio Herbert precisam decsobrir o paradeiro do assassino, e para isos, utilizam mulheres como iscas. O ato final na mansão é um primor de tosquice: as atuações, os efeitos, a edição, os diálogos, tudo é tão ruim que caí em gargalhadas. E a delçiia desse exemplar menos famosos do Giallio é justamente esse.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Flounder

'Flounder", de David Cutler-Kreutz e Sam Cutler-Kreutz (2022) Concorrendo no prestigiado Festival de Clermont Ferrand, "Flounder" é um curta americano sobre um ritual de masculinidade tóxica que acaba em tragédia. Um trote entre calouros de um time de pólo aquático faz com que os vencedores façam parte da turma. Todos devem mergulhar no lago com as mãos amarradas em bolsas de boliche, se soltar, pegar um boné e correr até uma cabana. Tudo parece dar certo para uma dupla de amigos, até que um deles percebe que o outro não está ali presente. Bem dirigido, com ótimas imagens subaquáticas, o filme, em 10 minutos, traz todo um contexto de tensão e edição de faezr inveja a muita gente grande.

Big bang

"Big bang", de Carlos Segundo (2022) Curta que segue o premiado 'Sideral", dirigido pelo paulista Carlos Segundo, "Big bang" é vencedor do prêmio de melhor curta no Grande pr6emio Brasil 2023, além de concorrer em Locarno e Clermont Ferrand. O filme tem uma linguagem visual que remete aos antigos desenhos de "Tom e Jerry": o enquadramento só enquadra o protagonista Chico (Giovanni Venturini), portador de nanismo. Nunca vemos as outras pessoas por inteiro, sempre vistas até o pescoço. A única pessoa que é vista além de Chico, é Marta (Aryadne Amancio), uma mulher negra que trabalha como doméstica. Chico é um limpador de fornos e o filme apresenta a sua rotina nas cozinhas e um evento surreal, ele pede carona e fica no porta-malas do carro, o que o salva de um acidente de trânsito. É um belo filme que tem como protagonistas figuras marginalizadas da sociedade, dando-lhes voz e total protagonismo.

Romeu e Julieta assassinos

"Romeo and Juliet killers", de Lindsay Hartley (2022) BAseada em trágica história real, "Romeu e Julieta assassinos" é baseado na história do assassinato de Joanne Tyler pela sua filha adolescente Tylar e o namorado dela, Boston, ambos de 14 e 19 anos. Me lembrou muito a história de Suzane von Richthofen. Na noite de 11 de junho de 2009, Joanne Witt foi assassinada por sua filha adolescente Tylar e pelo namorado de Tylar, Steven "Boston" Colver. Joanne foi esfaqueada na sua cama, dopada pela filha, com 20 facadas no peito e no rosto, desferidos pelos 2. Joanne se opunha ao relacionamento dos dois. Tylar chegou a hospedar Boston em sua casa, alegando que ele era gay para a mão não desconfiar. Dois anos após o assassinato, Tylar se declarou culpada de assassinato em segundo grau e foi condenada a 15 anos de prisão perpétua. Colver foi julgado e condenado por homicídio de primeiro grau e condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Em 26 de agosto de 2022, Tylar Witt obteve liberdade condicional. O filme é bem convencional. Os atores são ok. Para o elenco jovem, incluindo os amigos, foram escalados jovens bonitos para mostrar uma garotada plena, cheia de um futuro brilhante, mas que decidiu se dedicar à vagabundagem, sexo, drogas. Fiquei morrendo de pena da mãe, mas enfim, o filme é para mostrar esse lado violento e rebelde da garotada.

Nosso sonho- A história de Claudinho e Buchecha

"Nosso sonho- A história de Claudinho e Buchecha", de Eduardo Albergaria (2023)

Tire cinco cartas

"Tire cinco cartas", de Diego Freitas (2023) "Tire cinco cartas" é uma produção totalmente maranhense, e simplesmente me diverti bastante. Ri muito, dei altas gargalhadas. E o segredo vem de sua simplicidade e de como a direção e o roteiro souberam contornar o orçamento nitidamente apertado. As soluções narrativas e imagéticas deixaram o filme com um tom de filme de primeira viagem querendo acertar. Me lembrou muito os primeiros filmes do Almodovar e o primeiro do Halder Gomes, 'Cine Holliudi". Filmes que aposataram na graça dos personagens, no roteiro simples, ingênuo e totalmente nas costas de bons atores que acreditassem na história. Ter Lília Cabral e Stepan Nercessian foi fundamentel para dar credibilidade ao projeto, e é muito lindo e gratificante ver atores veteranos como eles dando o ar da graça em uma trama mirabolante, maluca, lúdica, mas nunca deixando de ser emocionante a apostando no amor, seja ele da pessoa amada, ou da família. A escalação de um elenco maranhense também foi um grande acerto, trazendo a cultura regional de grandes talentos: Claudia di Moura, Thaynara Og, Mathy Lemos, Áurea Maranhão, e claro, a razão do filme existir: os homenageados Alcione e Sidney Magal. TAmbém estão no elenco Sergio Malheiros, Gabriel Godoy, Allan Souza Lima, Guilherme Piva. Em Copacabana, Fátima (Lília Cabral), é uma taróloga que enrola seus clientes com a ajuda de seu marido, Lindoval (Stepan Nercessian), que a ajuda na trapaça. Lindoval também é sósia de Sidney Magal e faz shows. Mas ao se deparar com uma dupla de bandidos que querem um anel que está em posse de Fátima, ela decide retornar para sua terra natal, São Luís do Maranhão, e terá que enfrentar as desavenças com sua irmã Nazaré. Ao memso tempo, os bandidos descobrem o paradeiro de Fátima e vão atrás dela.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Tenho sonhos elétricos

"Tengo suenos electricos", de Valentina Maurel (2022) Vencedor de mais mais de 16 premios internaiconais e concorrendo em Locarno, San Sebastian e Mostra São Paulo, "Tenho sonhos elétricos" é um intenso drama sobre família defsuniconal escrito e dirigido por Valentina Maurel em seu filme de estréia. Co-produzido pela Bélgica e Françam, definitivamente é um filme de atores, especialmente de Daniela Marin Navarro e de Reinaldo Amien, como pai e filha. Eva, 16 anos , s emuda com sua irmã mais nova e sua mãe para uma casa nova, após a separação dos pais. Eva se sente incomodada e culpa sua mãe pela separação. Cada vez mais irritadiça, a mãe decide mandar Eva para a casa do pai para passar um tempo. No entanto, aquele olhar apaixonante e lúdico que a filha tinha do pai, já mudou: ela não é mais a garotinha pequena que brincava com o pai. Já crescida, o pai já não se diverte mais. Ele tem acessos de bipolaridade, e pior, desempregado, não tem aonde morar. Poeta, ele sobrevive fazendo traduções. Ele acaba dividindo um apartamento com o melhor amigo, que acaba seduzindo Eva. O filme tem um roteiro bem denso, o que me surpreendeu, pois eu sinceramente achei que seria um filme com toques de humor, mas isso não existe. A relação de Eva com o amigo do pai me incomodou, e o filme tem um desfecho pesado, violento e inesperado.

domingo, 27 de agosto de 2023

Retorno e recomeço

"Restart After Come Back Home", de Ryûta Inoue (2020) Adaptação do mangá criado e ilustrado por Cococmi, "Retorno e recomeço" é um BL japonês. Um drama romântico LGBTQIAP+ com jovens protagonistas que descobrem que se amam após abrirem os seus corações sobre questões familiares que se tornaram um grande conflito em seus corações. Depois de perder o emprego em uma empresa onde trabalhava em Tokyo, Mitsuomi, 25 anos, decide retornar para a casa de seus pais, que fica na região rural. Seus pais possuem uma pequena fábrica de móveis. Para surpresa do temperamental e irrequieto Mitsuomi, seu pai não o quer trabalhando na empresa. O pai se sentiu traído quando o filho abandonou tudo para ir morar em Tokyo. Mutsuomi conhece Yamato, filho adotivo de uma família amiga de seus pais. Yamato tem a mesma idade que Mutsuomi. Yamato convida o rapaz para trabalhar com ele na fazenda. Mitusomi aceita e ajuda o novo amigo e seu avô a fazerem a colheita. A amizade aous poucos fará os 2 rapazes se transformarem: Mitsuomi vai ficando menos agressivo. Por sua vez, YAmato, que sempre se mostra feliz, confessa para Mitsuomi que ele sempre se sentiu rejeitado por ser adotado. Entre os dois rapazes, surge um carinho que se converte em primeiro amor. O filme é um BL mediano, sem grandes cenas românticas. É mais um drama sobre relacionamentos conflitantes com as famílias. O que salva o filme são as belas locações na área rural.

Perversa paixão

"Play misty for me", de Clint Eastwood (1971) Estréia na direção de Clint Eastwood, através de sua produtora Malpaso, "Perversa paixão" traz referências à "Psicose". principalmente na psicopatia da protagonista, e no uso da faca como elemento mortal. O filme é certamente inspiração para o clássico de Adrian Lyne, 'Atração fatal", lançado 16 anos depois, com Glenn Close e Michael Douglas em papéis aqui desempenhados por Clint Eastwood e uma excelente Jessica Walter. Dave (Eastwood) é um radialista de uma estação de rádio em Carmel, Califórnia. Ele toca durante a noite e entre suas ouvintes, está Evelyn (Walter), que pede para que ele toque "Misty". Ao beber em um bar (cujo barman é o cineasta Don Siegel, que já havia dirigido Eastwood em diversos filmes) , Dave conhece Evelyn. Ele a leva até sua casa e passam a noite juntos. A partir desse momento, os dois passam a ter um leve romance. Evelyn no entanto, se mostra uma mulher possessiva e extremamente ciumenta. Ao perceber os excessos de Evelyn, que invade a sua vida pessoal e profissional, Dave procura afastá-la. Tobie, uma ex-namorada de Dave, retorna e eles reatam. Evelyn deseja se vingar de ambos. A estréia de Clint com um suspense é muito bem-vinda, com ótimo clima de tensão e lá pelo meio, um clipe romântico insusitado entre Dave e Tobie. A trilha sonora é composta por jazz, uma das grandes paixões de Eastwood. A personagem de Birdie, governanta de Dave, é o contraponto cômico d ahistória, e a atriz Clarice Taylor é bem divertida. Mas o filme é de Jessica Walter, que rouba cada cena em que aparece, inclusive, roubando cena de Eastwood.

Eastwood dirige: A história não contada

"Eastwood directs- The untold story", de Richard Schickel (2013) "Existem bons filmes que não dão público. Existem maus filmes que dão público. Não sabemos o segredo do sucesso. Muitas vezes, não estamos em sintonia com o público". Com essas palavras, o ator e diretor Clint Eastwood expõe a razão do sucesso e do fracasso de sua extensa filmografia, tanto como ator, como Diretor. Excelente documentário que apresenta ao público a já lendária metodologia de Eastwood de fazer filmes. Meryl Streep, Tim Robbins, Morgan Freeman, Gene Hackman, Marcia Gay Harden, Hillary Swank, Kevin Bacon e muitos outros atores, produtores e roteiristas falam sobre como é trabalhar e dividir o set com um dos cineastas mais amados de Hollywood. Todo mundo já sabia que Eastwood só roda 1 take. E ouvir Spielberg dizer que os atores se esforçam para rodar 1 take, que fica todo mundo desesperado se Eastwood tiver que rodar um take 2 e fica todo mundo se olhando tipo 'De quem foi o erro?". Nenhum ator está acostumado a rodar 1 take, e enquanto a maioria fica inseguro, outros elogiam a confiança de Eastwood nos atores. Depois, falam da delicadeza e cumplicidade dele em dirigr os atores. Em determinando momento, Kevin Bacon conta uma história genbail: "Um ator estava errando as falas e ficando cada vez mais tenso. Clint me chamou num canto e pediu para que eu errasse, para dar confiança ao ator tipo "veja só, Kevin Bacon também erra!". Outro momento delicioso é quando o o roteirista de "Os imperdoáveis" vendeu o roteiro para Clint em 1985, e o projeto foi engavetado, pois na época Clint não queria filmar faroeste. Mas a;i ele filmou "Cavaleiro solitário", e o roteirista ficou inseguro. Clint tirou o roteiro de "Os imperdoáveis" da gaveta em 1991, e decidiu reescrever várias cenas, deixando o roteirista tenso por mexer em sua obra. Mas aí Clint se lembrou da frase de Don Siegel, "Improvios matam o roteiro", e decidiu usar a versão original. O amor de Clint pelo cinema de Sergio Leone e Don Siegel, que foram grandes referências em sua vida, e rever cenas de seus filmes famosos, fazem desse doc um filme obrigatório para cinéfilos.

Os piores

"Les pires", de Lise Akoka e Romane Gueret (2022) Vencedor do prêmio Un certain regard no Festival de Cannes 2022, "Os piores" é um típico drama francês que utiliza não atores no seu elenco, em especial, os jovens protagonistas. É um darama social, de caráter humanista, em tom totalmente naturalista e dissecando a vida de jovens que moram na periferia, em um bairro de classe média baixa. Uma equipe de cinema, liderados pelo cineasta Gabriel (Johan Heldenbergh), realiza audição com jovens do conjunto habitacional Picasso, no subúrbio pobre da pequena cidade francesa de Boulogne-Sur-Mer. Gabriel acaba selecionando 4 jovens, considerados os 4 piores da comunidade, pelo histórico familiar e pessoal: Ryan (Timéo Mahault), um garoto de 10 anos, violento e revoltado com todos, por chamarem sua mãe de puta; Lily (Mallory Wanecque), uma adolescente vista como vagabunda pelos jovens do local, mas que guarda uma tristeza muito grande pela morte de seu irmão caçula, de câncer; Jessy (Loïc Pech) é o garotão envolvido com drogas e a tímida Maylis (Melina Vanderplancke) que não tem muita certeza se quer participar do filme. Lily e Ryan interpretam irmãos, e ela fica grávida após fazer sexo com Jessy. A história dentro do filme acaba por influenciar a vida dos atores. Fora isso, existe a questão ética: o diretor, para extrair a melhor perfomance, joga sujo, se apropriando de seus dramas pessoais para provvocá-los. O filme é filmado em narrativa documental, bem próprio dos filmes dos irmãos Dardenne. Aqui no Brasil, temos uma identificação fácil com o tipo de filmagem do filme dentro do filme, com assédios morais para extrair boas performances. Mas o melhor do filme, long de estréia das diretoras de elenco e preparadoras Lise Akoka e Romane Gueret é o seu elenco, como não poderia deixar de ser. Timéo Mahault, no papel do pequeno Ryan, e Mallory Wanecque, no papel de Lily, são duas grandes forças da natureza.

O estranho caso do fantasma claustrofóbico

"El extraño caso del fantasma claustrofóbico", de Alejandro Sugich (2023) Ótima fantasia mexicana destinado ao público infanto-juvenil, "O estranho caso do fantasma claustrofóbico" é a adaptação de um livro escrito pela autora Hortensia Moreno em 2018 e tem como pano de fundo o terrível terremoto acontecido no dia 19 de setembro de 1985 na Cidade do México, que matou mais de 10 mil pessoas. O filme é uma ótima introdução do gênero terror light para a criançada, sem sangue nem violência. Os itmãos Nikolas (Lukas urquijo), de 11 anos, e seu irmão Emil (Fausto Espejel) se mudam com a mãe deles que acabara de se separar do marido para um prédio no bairro Roma, na Cidade do México. Nikolas estranha seu quarto, que ele divide com Ekil: ele acredita que existe algo dentro do closet. Com a ajuda de uma colega da escola, por quem Nikolas tem um crush, Ximena (Ana Emilia), especializada em fantasmas, os 3 decsobrem que o fantasma do menino tem uma missão inacabada na terra, e por isso, não pode partir para o plano espiritual, e quem tem a ver com o terremnoto ocorrido em 85. Uma simpatia esse filme, com jovens atores bastante talentosos e carismáticos. A trama é bem dirigida, os efeitos são satisfatórios e o roteiro bem construído. Além da fantasia, o filme resreva um ótimo plot romântico.

sábado, 26 de agosto de 2023

Uma janela para o mar

"Una ventana para al mar", de Miguel Ángel Jiménez (2019) Dramas sobre protagonistas femininas que decsobrem serem portadoras de câncer terminal existem aos montes. "Uma janela para o mar" se diferencia dos outros por ter sido filmado na Grécia, destino final da protagonista Maria (Emma Suarez, de "Julieta", de Almodovar). É para la que ela decide passar seus últimos dias de vida, trocando a chuvosa e nublada Bilbao, na Espanha, pelas ilhas gragas, especialmente, Nisyros, onde ela conhece um pescador, Stefanos (Akilas Karazisis), ele mesmo viúvo, após a morte de sua esposa e seu filho em um acidente de carro envolvendo turistas bêbados. Maria decide passar um tempo em Atenas com suas duas melhores amigas e os respectivos maridos. Maria pediu demissão de seu trabalho e estava morando no apartamento de seu filho, um corretor de imóveis, a esposa e os dois filhos dele. Mas se sentindo invadindo o espaço familiar do filho, ela viaja pra Grécia e no fim da viagem, decide continuar ali. Ela logo se apaixona pelo pescador Stefanos e mesmo diante da insistência de seu filho para que ela volte para Bilbao e faça um tratamento, ela permanece. É claro que filmar na Grécia em todo o seu esplendor é o maior atrativo desse filme melancólico que fala sobre a finitude da vida. A performance de Emma Suarez é digna de nota, trabalhando em registros mínimos. O roteiro em si não traz nada inovador, o desfecho é evidente. Mas o diretor evita sentimentalismo e aposta na delicadeza dos olhares.

Horizonte

"Orizont", de Marian Crisan (2015) Adaptação contemporânea do romance escrito pelo escritor romeno Ioan Slavici "The lucky mill" em 1881. O roteirista e cineasta Marian Crisan adaptou para os dias de hoje esse drama psicológico que lembra muito os filmes de Michael Haneke, principalmente "Funny games", e de "Sob o domínio do mal", de Sam Peckimpah. Depois de passar um longo período trabalhando no exterior, o chef Lucian (Andras Hathazi) e sua esposa Andra (Rodica Lazar) decidem comprar uma pousada na smontanhas de Apuseni, na Romênia. Junto vai o filho adolescente e a mãe de Andra, que reclama de terem abandonado a cidade grande em prol de uma vida remota nas montanhas. A família reforma e reabre o local. No entanto, para a surpresa de Lucian, tanto a polícia local quanto a gangue de um mafioso da região, Zoli, que explora ilegamente as madeiras da floresta local e o pressionam. A polícia quer ajuda de Lucien para prender o mafioso. Zoli por sua vez, obriga Lucien a dar dinheiro e aos poucos, vai seduzindo a esposa e o filho de Lucien, roubando a família. Cabe a Lucien agora lutar pelo que é seu. O filme tem um ritmo lento, mas o espectador já pressente que algo trágico e violento irá acontecer no desfecho. O elenco trabalha muito bem a apatia e a frieza de pessoas que não se comunicam entre si. Repleto de camadas e viradas de personalidade, o filme tem uma trilha sonora que lembra os acordes de Bernard Herrman, compositor de Hitchcock, e a fotografia é do romeno Oleg Mutu, de "4 meses, 2 semanas e 1 dia".

A história de um amante do verão

"Povestea unui pierde-vara", de Paul Negoescu (2018) Comédia dramática romena, "A história de um amante do verão" desde o início deixa claro a sua homenagem ao cineasta Woody Allen: trilha sonora com jazz anos 20, e uma cena inicial com 3 amigos intelectuais jogando papo fora na mesa de um bar ao ar livre. Divagam sobre o teatro, o público e o que leva as pessoas a verem um espetáculo. Entre os amigos está Petru, professor de matemática na Universidade Politécnica de Bucareste. Ele tem 42 anos mas age como se fosse mais jovem: tem diversas amantes, entre elas, alunas da universidade. Sua companheira constante, irina, não se incomoda que Petru tenha um relacionamento livre. Mas Irina acaba anunciando uma gravidez, e sse fato fará com que Petru reavalie a sua vida. Paralelo, um de sesu amigos decide escrever um romance baseado na história de Petru. Eu não me lembro de ter visto um filme romeno com uma leveza e humor que me fez esquecer que a filmografia do país é das mais pol6emicas, violentas e brutais da Europa. Aqui o foco é a masculinidade, o olhar muitas vezes misógeno, sexista que os homens possuem sobre as mulheres, e de que forma que homens na meia idade precisam reaprender a lidar com questões outrora válidos. O filme necessita d ebons atores para tanta verborragia e isso ele consegue. os atores são bons. O ritmo que é bastante arrastado. Mas valeu pela homenagem a Woody Allen e todos os seus quetionamentos do homem da metrópole, às voltas com mulheres, amantes, hipocondria e o peso da idade.

Vidas passadas

"Past lives", de Celine Song (2023) Impossível no final desse delicado e belíssimo drama romântico escrito e dirigido pela cineasta estreante Celine Song, não se lembrar de 3 grandes filmes do cinema: "As pontes de Madison", de Clint eastwood; "Amor à flpr da pele", de Wong Kar Wai; e a trilogia de Richadr Linklater com Ethan Hawke e Julie Delpy. Sãp todos filmes que falam sobre a dôr de um amor não consumado, sobre um amor que poderia ter sido mas não pôde acontecer. Mesmo "La La Land" de Damien CVhazelle tem esse desfecho, e a slágrimas certamente rolam soltas, pois qualquer espectador se pegará na mesma questão: E se...?"" Celine Song é americana mas de ascendência sul coreana. A história da protagonista Na-Young, nascida na Coréia do Sul e junto de sua família, migrou para o Canadá, traz elementos autobiográficos de Celine. O pai da protagonista é diretor de cinema e Na-Young quer ser uma dramaturga. O filme acontece em 3 tempos distintos, cada um separado por 12 anos na vida de Na Young e de seu amigo Hae Sung. QUando adoelscentes, os dois são melhores amigos e fazem jutas de se casarem. Mas Na-Young e sua família dcidem migrar para o Canadá, Hae-Sung se sente abandonado. 12 anos depois, Na-Young se muda sozinha para Nova York, para estudar. Hae-Sung está prestando serviço militar. Ele escreve na página do Facbeook do pai de Na-Young que gostaria de contactá-la novamente. Ela vê a mensagem e eles trocam calls pelo Skype. A excitação é evidente, mas o o tempo fará com que não se falem mais. 12 anos depois, Na-Young está casada com o também dramaturgo judeu Arthur (John Magaro) e moram em um apartamento pequeno em Nova York. Hae-Sung, já trabalhando como engenheiro, decide tirar férias e ir até Nova York. Ele combina de se encontrar com Na-Young e passam a parte juntos. De noite, Na-Young combina de Arthur e Hae-Sung se cconhecerem em um bar. É lindo, mas igualmente doloroso de se assistir ao filme. O espectador fica o tempo torcendo pela felicidade do casal. E sabe que isso será impossível. O personagem talvez mais arrebatador de sentimentos seja o de Arthur. Na cena do bar, a expressão do ator John Maguro, escutando Na-Young e hae-Sung falando em coreano e ele sem entender nada, é arrebatadoramente triste. O filme é um show de perfromances minimalistas, e o pouco é o suficiente para entendermos os sentimentos dos personagens. Uma aula de cinema em impressionante estréia na direção.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Águas verdes

"Green water", de Carlos Estrada (2022) Vencedor do prêmio do juri de melhor curta no Festival de Dallas 2022, "Águas verdes" é um drama sobre a situação dos imigrantes latinos nos Estados Unidos que se encontram em situação de "não documentados". Ficam por anos ilegais, trabalhando como mão de obra barata e na maioria das vezes, constituindo família no país. Mas quando o ICE (Imigração e alfândega americano) bate à porta, não tem escapatória: e deportação na certa. No governo trumpo, essa caça foi intensificada, e milhares de imigrantes ilegais foram deportados e separados de suas famílias. Erik e Nora são filhos de uma imigrante ilegal, mas que reside há anos nos Estados Unidos. Seus filhos nasceram lá. Um dia, a ICE bate na lanchonete que ela trabalha e ela é obrigada a fugir, deixando os filhos para atrás. Erik, que sempre trabalhou duro e juntou dinheiro para ir à faculdade, terá que decidir entre ir para os estudos, ou desistir de tudo e cuidar de sua irmã mais nova. Um filme duro, melancólico, sobre família separadas e mais ainda, sobre sonhos desfeitos diante da realidade cruel. Esse coming of age de Erik e Nora, ainda jovens mas já tendo que enfrentar a brutalidade da vida, é de dor a alma.

Um romance do além

"Guan yu wo han gui bian cheng jia ren de na jian shi", de Wei-Hao Cheng (2023) Grande sucesso de bilheteria do cinema de Taiwan, "Um romance do além" é uma mistura de gêneros que funiona muito bem, apesar de sua longa duração, de 130 minutos. O clássico filme policial formado por uma dupla que não se tolera, um drama sobre homofobia, um romance no estilo "Ghost", além da união da comédia com o cinema de ação. Nessa fantasia, destac-se o trabalho dos dois protagonistas, Greg Hsu, noo papel do policial Wu Ming-Han, e de Austin Lin, no papel do fantasma vagante Mao Mao. Wu Minh-Han é um policial que se infiltra em diversos lugares para desbaratr uma gangue de traficantes. Jovem e boa pinta, Wu é isca em uma sauna, onde se faz passar por gay para prender um freqentador gay usuário de drogas. AConteceque Eu é homofóbico, e pelas suas atitudes, ele é constantemente advertido. Acontece que We acaba se tornando o "Marido" de Mao Mao, um espírito vagante, que precisa cumprir sua missão na terra antes de partir de vez. Esse casamento acontece no budismo. Wu é obrigado a aceitar que Mao Mao esteja sempre com ele, e juntos, procuram descobrir o paradeiro da gangue e no caso de Mao Mao, entender qual laço ainda não está desatado em sua vida na terra que ainda o prende. Divertido e inusitado, e obviamente, repleto de piadas que expõem a homofobia na sociedade conservadora e machista, o filme traz gags visuais hilárias, que lembram até "Dona Flor e seus dois maridos".

Anhell69

"Anhell69", de Theo Montoya (2022) Exibido em competição em Veneza, Sxsw, Mar del Plata entre outros, além de ter ganho o prêmio de melhor filme do juri e do público no Festival Olhar de cinema 2023, "Anhell69" é um registro melancólico da juventude em Medellin, Colômbia. Uma geração que já nasceu morta, sem futuro, e que vive de sonhos que jamais se realizam. À essa geração, a morte muitas vezes acaba sendo o destino. A idéia do filme veio quando o cineasta Theo Montoya decidiu realizar o curta 'Son of sodom". em 2002. Theo realizou uma audição com jovens queer colombianos para escalar o elenco de seu primeiro longa. Na audição, falavam sobre si. Um dos entevistados, Camilo Najar, de codinome Son of sodom, acabou morrendo 1 semana depois de overdose de heroína. Theo decidiu alterar o roteiro de seu longa. Assim surgiu 'Anhell69", nome que é o nickname do personagem interpretado por Camilo Najar, presente no filme através da audição para o curta. O filme é um drama lgbt experimental e repleto de realismo fantástico sobre uma sociedade distópica na Colômbia pós morte de Pablo Escobar. O próprio Thjeo Montoya começa o filme na cama, imaginando o filme que iremos ver: um futuro onde os jovens que cresceram em um país onde a morte pela política e pelas vítimas da viol6encia se torna um sinônimo para a dura realidade enfrentada pela Colômbia. Após um jovem s erelacionar com um fantasma, a prática se torna comum entre a juventude. O governo decide matar todos os jovens que se dedicam à espectrofilia, ou seja, fazer sexo com fantasmas. Um aplicativo é criado, e humanos se relacionam com os fantasmas, que convivem no memso mundo. O mais interessante do filme é o roteiro, bastante criativo ao propor um mundo de convivência entre humanos e fantasmas. A atmosfera do filme e seu incrível visual lembram muito a filmografia do tailandês Apitchapong, que também lida com temas da relação vivos e mortos dentro de um contexto queer e com fotografia arrebatadora. Outros momentos incríveis são a da representatividade da geração lgbt, com personagens trans, drags, não binários, uma diversidade que eu nem imagiana existir na perigosa e violenta Medellin.

Pororoca

"Pororoca", de Constantin Popescu (2017) Esse super premiado drama romeno é uma porrada absoluta e é bem difícil de assistir ao longo de seus 155 minutos de exibição. É a descida para o inferno e para a loucura de um homem que perde tudo: família, emprego, amigos e vai se destruidno psicologicamente, até chegar a um desfecho que deixou a todas as platéias atônitas, em um grau de violência máximo. Tudor (Bogdan Dumitrache) é casado com Cristine (Iulia Lumânare) e são pais de 2 crianças pequenas, MAria e Illie. A família é feliz, está tudo caminhando tudo muito bem. Um dia, Tudor vai até o parque passear com seus 2 filhos. Subitamente, Maria desaparece e Tudor se desespera, a procurando em todos os lugares. Fica claro o desaparecimento dela. Ele vai até a polícia, sua esposa fica atônita. A partir daí, tudo se desmorona na vida de Tudor. Com performances irreprensíveis dos atores, em especial a de Bogdan Dumitrache, que carrega o filme inteiro nas costas e é dele as cenas mais intensas, filmadas inclusive em longos planos sequências. o filme tem um desfecho que culmina em extrema violência. Um roteiro que traz a crueldade e a fragilidade do ser humano diante de situações aquém a seus desejos. Como um fato de meros minutos transforma a vida de qualquer pessoa. Um show de direção e de atuações.

O porteiro

"O porteiro", de Paulo Fontenelle (2023)

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Mahogany

"Mahogany", de Berry Gordy (1975) Dramalhão que fez bastante sucesso na época, no ano de 1975, quando foi lançado, e ficou famosos por dois fatores: a estrela Diaana Ross, que protagoniza, e que havia indicado ao Oscar de melhor atriz pelo seu filme anterior, "O ocaso de uma estrela", e a música tema "Theme from Mahogany- Do you know where I'm going to", que desde seu lançamento, se tornou um clássico do romantismo. Em Chicago, a estudante de moda Tracy (Diana Ross) banca seus estudos sendo secretária de uma arrogante professora da escola. Um dia, voltando para casa, ela vê um sindicalista brigando na rua, Brian (Billy Dee Williams) e acabam se apaixonando. Ao entrar em um shopping durante um evento de modelos fotografado pelo renomado fotógrafo de moda Sean (Anthony Perkins), ela vê Tracy e se encanta por sua beleza e estilo. APós avaliar os desenhos de moda de Tracy, ele decide convidá-la para ir até Roma e lá se apresentar como modelo e como estilista. Isso cria um atrito com Brian. Tracy vai, e diante do enorme sucesso, muda seu nome para Mahogany. Mas Sean vai se mostrando um psicótico, e para piorar a situação, Brian vai atrás de Tracy. Além disso, um conde italiano milionário, Cristian Rosetti (Jean-Pierre Aumont) também se apaixona pela bela. O filme tem uma linguagem bastante datada dos anos 70, usando. muitos filtros e uma estética de edição e fotografia hoje considerada cafona. Mas é justamente esse excesso todo de roteiro e visual que torna esse filme um cult kitcsh, para quem gosta de estética over. Quanto ao roteiro, hoje em dia ele seria detonado pelas feministas e pela comunidade de mulheres negras pelo seu desfecho nitidamente romântico e fora de tom, onde MAhogany desiste de tudo para ficar ao lado de seu amado Brian. Diana Ross pode não ser uma Meryl Streep, mas sua presença na tela magnetiza, com toda sua presença de Diva.

Birth/Rebirth

"Birth/Rebirth", de Laura Moss (2023) Concorrendo em Sundance, "Birth/Rebirth" é um drama psicológico de terror, escrito e dirigido por Laura Moss e protagonizado por duas mulheres, Rose (Marin Ireland) e Celie (Judy Reyes). O filme fala sobre ética no ambiente médico e sobre o corpo feminino, que é explorado pela ciência sem qualquer tipo de pudor. Rose e Celie trabalham no mesmo hospital, mas não se conhecem. Rose trabalha no necrotério e faz autópsias. Celie é enfermeira do setor de partos. Celie tem uma filha de 6 anos, Lila (Aj Lister). Lila foi fecundada in vitro. Quando a menina morre inesperadamente de meningite, o corpo dela desaparece do hospital. De luto e também revoltada, Celie vai atrás do paradeiro do corpo da filha e decobre que foi sequestrada por Rose, que a levou para casa e fez experimentos científicos de reanimação dos mortos. Rose até então utilizava As duas personagens principais—Rose ( Marin Ireland ) e Celie ( Judy Reyes) – estão bem preparados para abordar esta questão. Rose trabalha no necrotério de um hospital e Celie é enfermeira de parto. Chamar Rose de intensa é um eufemismo: ela é proibitivamente anti-social e claramente guarda segredos. Por outro lado, Celie está criando sua filha Lila (AJ Lister) sozinha e é muito querida pelos colegas. Ela claramente adora seu trabalho. As duas mulheres trabalham no mesmo hospital, mas não se conhecem. Quando Lila morre inesperadamente de meningite bacteriana, Rose – que já estava realizando experimentos de regeneração em seu apartamento e trouxe de volta à vida uma porca morta chamada Muriel – vê sua chance para o experimento final. Rose embala o cadáver em uma mala e o leva de volta ao covil de seu cientista louco. Quando Celie descobre que o corpo de Lila foi "perdido,

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Drácula- A última viagem do Deméter

"The last voyage of Demeter", de André Øvredal (2023) Depois que o escritor Stephen King anunciou que assistiu ao filme e que gostou, "Drácula- A última viagem de Deméter" ganhou uma boa mídia espontânea. Eu mesmo fiquei curiosíssimo para assistir e gostei, apesar do final sem graça que deixa gancho para uma continuação. O filme é uma nova versão de "Nosferatu", já adaptado diversas vezes no cinema, por Murnau, Herzog e agora pelo cineasta norueguês André Øvredal, realizador de "O caçador de Troll", "A autópsia", "Histórias assustadoras para contar no escuro" e "Mortal". Adaptado de um capítulo do livro de Bram Stocker, 'Drácula", o filme acontece no ano de 1987. Um cargueiro russo, Deméter, é encarregado de levar caixões da Romênia até Londres. Acontece que um dos caixões leva, sem que ninguém saiba, Drácula, e ele vai matando um a um os tripulantes do navio, sob o comando do Capitão Elliot (Liam Cunningham), e tendo a presença do médico Clemens (Corey Hawkins) e do menino Toby, filho de Elliot. Anna (Aisling Franciosi) é descoberta como clandestina entre os caixões, e descobrem que ela foi vendida como escrava para Drácula. Impossível não se lembrar de "Alien, o 8o passageiro" ou "O enigma do outro mundo". Um ser assasino se encontra em um local onde ninguém pode escapar e todos se tornam suas vítimas. O título do filme inclusive dá a deixa do que acontece com todos. O filme tem bons efeitos e um ótimo clima de tensão. O vampiro tem a cara do Golum, do 'Senhor dos anéis", mas ainda assim assusta. A melhor cena para mim é o ataque ao pequeno Toby, uma bela cena muito bem construída.

Tia Virginia

"Tia Virginia", de Fabio Meira (2023)

Angela

"Angela", de Hugo Prata (2023)

Tração

"Tração", de Andre Luís (2023)

O espaço infinito

"O espaço infitio", de Leo Bello (2022)

O alecrim e o sonho

"O alecrim e o sonho", de Valerio Fonseca (2022)

Estranho caminho

Ëstranho caminho", de Guto Parente (2023)

Pedágio

"Pedágio", de Carolina Markowicz (2023)

Perdida

"Perdida", de Katherine Chediak Putnam, Luiza Shelling Tubaldini e Dean W. Law (2023)

Segundo tempo

"Segundo tempo", de Rubens Rewald (2023)

Omicrôn- O agente do espaço

"Omicrôn", de Ugo Gregoretti (1963) Clássico cult do cinema italiano, "ôMicron- O agente do espaço" foi lançado em 1963, mas aqui no Brasil, por conta da pandemia e da variante do memso nome do filme, foi relançado nos cinemas, e inclusive, usado pela patrulha de direita para espalgar fake news sobre o vírus. Um operário de uma fábrica, Angelo (Renato Salvatori), morre inesperadamente, aind ajovem. No entanto, um ser alienígena decide tomar posse de seu corpo para poder avaliar o comportamento dos terráqueos e passar todas as informações aos seus superiores. A Terra e a cibvilização é considerada da pre-história para essa raça extraterrestre. Ao acordar, Angelo/ômicron parende aos poucos a caminhar, falar, dançar. Logo ele retorna ao trabalho na fábrica, e tem uma agilidade incrível para montar as peças, o que provoca a ira de seus colegas, que são obrigados a trabalhar com a mesma velocidade. O antigo ANgelo era apaixonado por uma jovem atendente da cozinha da fábrica, Lucia (Rosemary Dexter), e esse amor fará com que Ômicron entre em conflito. Recheado de gagas visuais, o filme, rodado em belo preto e branco pelo mestre Carlo di Palma, tem uma excelente metáfora sobre dominados e dominadores, patrões e empregados e a posterior greve dos dos funcionários, liderados por Angelo. A ficção científica é utilizada para trazer essa imagem dos patrões que tratam seus funcionários como autômatos, imposisbilitados de pensar, amar e descansar. O ator Renato Salvatori está excepcional, fazendo do seu corpo um verdadeiro arsenal de piadas visuais e com maestria.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Son of Sodom

"Son of Sodom", de Theo Montoya (2020) Concorrendo no Festival de Cannes, essa co-produção Colombia Argentina é um documentário LGBTQIAP+ que traz uma narrativa experimental baseada em trágica história real. Em agosto de 2017, o cineasta colombiano Theo Montoya estava fazendo audições para atores para o seu primeiro longa. Um dos atores que fizeram teste foi o jovem Camilo Najar, cujo codinome nas redes sociais era "Son of sodom". Camilo era uma figura andrógina que prambulava pelas baladas e festinhas regadas a drogas. Uma semana após a audição, Camilo foi encontrado morto por overdose de heroína. O cineasta decidiu fazer um filme sobre quem era Camilo, entrevistando amigos e amantes e tentar traçar um perfil de uma geração niilista e trágica. Montoya resgata vídeos na rede social e trechos da audição onde Camilo fala de si, de sua sexualidade e do hedonismo do aqui e agora, diante de uma Medellin violenta e sem perspectivas de um futuro para a sua geração. Com imagens de uma juventude triste, que vive o dia sem pensar no amanhã, Montoya narra em off a sua percepção da vida, de seus amigos que morreram vítimas da violência e das drogas. Um retsrato muito melancólico sobre pessoas que romantizam a morte e que não esperam nada da vida em troca.

Sol e concreto

"Sonne und Beton", de David Wnendt (2023) Adaptação cinematográfica do best-seller homônimo escrito em 2017 pelo comediante de stand up alemão Felix Lobrecht. O livro é um relato autobiográfico sobre a adoplescência violenta e sombria de Felix, retratado no filme como Julius. No verão de 2033, Julius e seus 3 amigos, Gino, Lukas e Sanchez vivem os dilemas da adolescência no bairro pobre: drogas, garotas e a escola, que eles não tem saco de frequentar. Cada um dos rapazes possui um problema doméstico a resolver, a maioria envolvendo violência doméstica e desemprego. Ao comprarem maconha, eles se envolvem cm brigas de gangues e têem que pagar o preju;izo, no valor de 500 dólares. Os meninos decidem roubar algunas dos computadores novos que foram doados na escola. O filme tem ótimas atuações dos jovens atores e uma linguagem dinâmica e clipada que lembram outros filmes do gênero adolescência revoltada, como "Transpotting", e possui uma trilha sonora recheada de raps. É um bom filme, bem dirigido e com boa reconstituição de época, e os personagens, mesmo que pisando na bola, possuem carisma o suficiente para que o espectador torça por eles.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Fale comigo

"Talk to me", de Danny Philippou e Michael Philippou (2023) Co-produzido por Austrália e Inglaterra, 'Fale comigo' é um terror teen que fez sucesso de crítica e público no mundo todo. O filme lembra uma mistura de "Premonição", 'Sorria', "Corrente do mal", "Ouidja" ou qualquer outro terror onde um grupo de adolescentes idiotas ficam conjurandoe espíritos ou são perseguidos por entidades. Aliás, eu tenho um problema com esses filmes de terror com essa garotada que na falta do que fazer, fica invocando fantasmas ou espíritos: eu não fico torcendo poer nenhum deles, pois é o famoso "quem mandou se meter aonde não devia". Mia (Sophie Wilde) é uma adolescente que mora coms eu pai. Sua mãe morreu em um acidente provocado pela própria: tomou remédios e por conta disso, não conseguiu pedir ajuda para se salvar. Em processo de luto e sentindo-se culpada, Mia se apoia nos irmãos Jade (Alexandra Jensen) e Riley (Joe Bird). Jade é sua melhor amiga e atualmente namora um ex-namorado de Mia, Daniel. Uma noite, o trio participa de um jogo com um grupo de amigos, onde eles devem invocar espíritos ao apertar numa mão de cerÂmica que dizem, faz aparecer um espírito. Mas para isso, a pessoa que aperta a mão deverá soltá-la em 90 segundos, caso contrário, o espírito se apossará dela. O filme tem bons momentos de construção de suspense. Mas como falei antes, tenho problemas com protagonistas que fizeram merda e por isso não torço por eles. Achei a personagem de Mia irritante. Mas enfim, vale como passatempo. Senti falta de um terror mais intenso e de mortes no estilo "Premonição". A auto-flagelação de Riley me fez lembrar de "Hereditário", a mesma cena do menino batendo o rosto em mesa até deformar.

Tempos de barbárie- Ato 1: Terapia da vingança

"Tempos de barbárie- Ato 1: Terapia da vingança", de Marcos Berstein (2023) Planejado para ser uma trilogia sobre a vingança, "Tempos de barbárie- Ato 1: Terapia da vingança" é escrito e dirigido pelo roteirista e cineasta Marcos Berstein ( o roteiro teve colaboração de Victor Atherino e Paulo Dimantas), mesmo de "O outro lado da rua" e "Meu pé de laranja lima". Protagonizado por Claudia Abreu, no papel da competente advogada Carla, o filme a apresenta como uma mulher de bem com o emprego e a família, composta pelo marido e sua filha pequena. Uma noite, ao retornar para casa, seu carro é assaltado e ao fugir do sasalto, ela tem o carro alvejado poe tiros do assaltante. Um dos tiros acerta sua filha, que entra em estado vegetativo. Seu casamentio fica em crise, ela não tem condições para trabalhar e decide fazer parte de um grupo de terapia, comandado pela terapeuta (Julia Lemmertz), ela mesma vítima de violência. Mas esse grupo ao invés de acalmar Carla, a faz ficar com sede de vingança, e ela decide ir atrás de quem deu o tiro e de quem vendeu a arma ao bandido. Para quem está acostumado a ver filmes de vingança americano, "Tempo de barbárie" pode agradar pelo sabor brasileiro. Mas o roteiro não traz novidades ao tema e ainda traz uma mensagem bastante polêmica de que a violência se combate com violência, e que a arma acaba sendo a solução para diversos problemas. E mais: em uma determinada cena, fica a mensagem de que no fundo, a maioria quer é vingança pelas próprias mãos, algo tipo o filme "O Doutrinador", também brasileiro. Existem cenas que temos que ligar o "suspension of disbelief", e acaba que a estética do filme chama mais atenção do que o filme em si. Claudia Abreu está excelente no filme e é um dos motivos de se assistir ao filme.

Monstros

"Monstri", de Marius Olteanu (2019) Que peça teatral formidável esse drama romeno LGBTQIA+ daria! Com 4 atores e um texto minimalista, alternando drama e um humor constrangedor em algumas cenas, o filme arranca 4 performances memoráveis do elenco, em especial os protagonistas, Dana (Judith State) e Andrey (Cristian Popa). O filme recebeu diversos prêmios internacionais, entre eles, em Berlin. "Monstros" usa uma estrutura estilística já vista em "Mommie", de Xavier Dolan: dividido em 3 capítulos, sendo os 2 primeiros em aspact ratio quadrado de 1:1 e no último, amplia para 2:35, dando uma sensação claustrofóbica de clausura e depois libertação. Nos 2 primeiros capítulos, acompanhamos separadamente a mesma noite de Dana e de Andrey. Dana está no 1o segmento, ela chega de uma viagem a trabalho. Ao pegar um táxi, ela decide não ir para casa e ficar perambulando pela cidade, conversando com o taxista. No 2o segmento, vemos Andrey, seu marido, tendo um divertido encontro com um homem que ele conheceu pelo Grindr. O homem é cheio de toques e a relação sexual de ambos é desastrosa. O que aproxima od dois segmentos é uma ligação que um dá para o outro, ao som da melancólica música "Fireworks", de First aid kit. No 3o segmento, os dois se encontra, e seguem uma rotina. vão para uma festa de aniversário do filho de um amigo e logo depois discutem sua relação.O aspect ratio amplia para 2;35. Quase um Bergman, é um filme sofrido, melancólico, sem esperanças. Não recomendo o filme para casais em crise ou em vias de separação. mas super vale para quem quiser assistir 4 performances fortes, dramática,s poderosas, minimalistas. É um filme de ritmo muito lento, para quem está acostumado com dramas romenos é ok, para quem nunca viu, vai querer abandonar em meia hora. Fotografia linda e trilha sonora repleta de canções tristes.

domingo, 20 de agosto de 2023

Escuridão

"Mpak", de Dusan Milic (2022) Concorrendo em importantes festivais de cinema de terror, como Sitges, a co-produção Sérvia, Dinamarca, Búlgara, Grega e italiana 'Escuridão" tem como pano de fundo, a Guerra da Bósnia, iniciada em 1990. Apesar da presença da força internacional para preservar a paz na região, em março de 2004, extremistas albaneses expulsaram mais de 4000 sérvios de Kosovo e Metohija. Mais de 600 casas destruídas e 35 igrejas ortodoxas incendiadas. 19 pessoas foram mortas. Centenas de civis estão desaparecidos. "Escuridão"conta essa história através da família de Vukika (Danica Curcic). Ela é uma mulher que está em um síito junto de seu pai, Milica (Miona Ilov) e de sua filha adolescente, Milutin (Slavko Stimac). Mesmo com o pedido da força internacional de saírem da casa e procurarem outro local para se abrigar, Milica se recusa: ele quer esperar pelo retorno de seu filho e do marido de Vukika, que saíram há meses para trabalhar e nunca mais voltaram. Miutin vai para a escola na igreja pegando carona no tanque dos militares. Vukika dá um ultimato a seu pai para irem embora, mas ele quer ficar de qualquer jeito. O filme é vendido como terror, o que é um erro absurdo. É um drama que fala sobre os horrores da guerra, e não um horror fantástico para fãs do gênero. Com ótimas performances dos 3 atores principais, o filme traz um olhar sobre a guerra onde nada faz sentido. Milica começa a se tornar uma figura paranóica (como Travis Bickle de "TAxi driver") e espalha pelo redor do sítio, granadas e armadilhas para ursos para afastar os inimigos. Um filme com ritmo bastante lento, e somente em seu desfecho ele traz momentos de ação.

Three headed beast

"Three headed beast", de Fernando AndrésTyler Rugh (2022) Concorrendo no Festival de Tribeca 2022, o drama Lgbtqiap+ independnete "Three headed beast" traz uma narrativa bastante curiosa que alguns críticos chamaram de experimental: o filme com seus 83 minutos de duração, tem somente uma única cena com diálogos. O restante do filme é mudo com trilha sonora, como se fossem grandes clipes. O casal na faixa dos trinta anos Peter (Jacob Schatz) e Nina 9Dani Hurtado) moram em uma casa recém instalados, em Austin, Texas. Peter é paisagista, Nina é personal trainer em uma academia. Os dois são bissexuais e possuem um relacionamento em aberto, podendo ter seus amantes. Peter tem um caso com o jovem Alex (Cody Shook), de 23 anos, desempregado. Nina tem diversos casos, com homens e mulheres. O próprio Alex tem vários peguetes sexuais. Acontece que Peter está se apaixonando por Alex, e Nina se sente deslocada. ela decide então convidar Alex para um jantar e conhecer a pessoa que está tirando Peter de sua vida. O filme tem ousadas cenas de sexo. O roteiro no entanto, é chato, justamente por não conter diálogos, e fica enfadonho. Vale pelo tema do poliamor e relacionamento em aberto, uma pauta bastante discutida nos dias atuais.

Retratos fantasmas

"Retratos fantasmas", de Kleber Mendonça Filho (2023)

Desde a última vez que nos vimos

"Desde la última vez que nos vimos", de Matías De Leis Correa (2023) Um ótimo drama romântico LGBTQIAP+ argentino com somente 2 atores em cena, "Desde a primeira vez que nos vimos" é todo carregado nas costas pelos atores Patricio Arellano como Victor, e Esteban Recagno como David. Victor é um publicitário bem sucedido. Bonito, solteiro, ele vive sexualmente de pegações em aplicativos. Um dia, caminhando até o trabalho, ele se depara com David, seu ex amante que abrupatemente desapareceu de sua vida, após um intenso relacionamento que durou bastante. Foram 5475 dias que eles não se viam. Esse reecontro os reconeta: David agora está casado com uma mulher, mas ainda deseja ardentemente Victor, que memso chateado, aceita ess eretorno. Os dois passam a se encontrar secretamente, com a esperança de voltarem a se amar novamente. Victor O filme é escrito e dirigido por Matías De Leis Correa e é muito bem realizado, mesmo em baixo orçamento e nitidamente esforçado em querer ser o melhor possível, e para isso, conta com 2 ótimos atores, bastante sedutores em cena.

sábado, 19 de agosto de 2023

Mates

"Mates", de Arno Crous (2023) Drama romÂntico inglês LGBTQIAP+, "Mates" é um baixo orçamento com uma história bastante simplória e sem graça. Em um final de semana, 3 amigos: Connor (James Wiles), Mark e Adam decidem acampar na montanha e fazer trilha. Chegando lá, eles conhecem os vizinhos da barraca da frente, Nathan (Sam Law) e seu pai, que não se viam há meses. Nathan é gay assumido e flerta com Connor, que se diz hetero. Mas as constantes avançadas de Nathan fazem Connor se sentir balançado. Filme bem mediano, com atores ok mas uma história muito sem conflitos, rasa. O pior de tudo foi uma cena onde Nathan e Coonor decidem ir até à beira do lago e Nathan propõe um jogo onde quem perde uma brincadeira boba d ejogar lapitinhos no lago vai tirando uma peça de roupa. Quando Nathan tira a bermuda, mostra-se a cueca mais pavorosa da história do cinema, daquelas de fazer qualquer ser humano sair correndo. Podre.

Puppy love

"Puppy love", de Nick Fabiano e Richard Alan Reid (2023) Simpática comédia romântica dedicada a espectadores que amam romances que envolvem cachorros e seus donos, como "Procura-se um amor que goste de cachorros" e até memso "A dama e o vagabundo". Max (Grant Gustin) se tornou uma pessoa com fobia à contatos sociais após a pandemia. Ele trabalha em home office e evita contatos com pessoas. Ao procurar uma terapeuta, ela indica a ele que adote um cachorro e asism, começar a se adaptar a contatos com outras espécies ate voltar a se socializar. Nicole (Lucy Hale) acabou se discutir com seu namorado e rompe com ele. Ela encontra um cachorro abandonado e decide por adotá-lo. Quando os dois se conectam em um app de relacionamento e marcam encontro, levam seus cachorros. Os dois não se dão bem, ao contrário de seus cachorros. A cadela de Max engravida e para desespero dois dois, decidem ter que ficar próximos até o parto. Mas é claro que nesse período, eles irão descobrir as suas diferenças. Uma sessão da tarde fofa, com bons atores e orçamento médio, nota-se que não gastaram muito dinheiro no filme. Pipoca e coca-cola é a pedida para esse filme tão óbvio, mas eficaz.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Greatest days

"Greatest days", de Coky Giedroyc (2023) Um musical inglês com as músicas da boyband dos anos 90 "Take that" e que começou sua carreira como musical em Londres? Quero! O filme é a adaptação cinematográfica do musical de grande sucesso na Europa, originalmente chamada "the banda", e exibida pela 1a vez em Londrea no ano de 2017 e até hoje encenada com grande sucesso. Apresentando 15 dos grandes sucessos do grupo, a peça de Tim Firth conta a história de cinco melhores amigas colegiais no ano de 1994, apaixonadas pelo grupo "Take that", e corta para as mesmas 25 anos depois, na faixa dos 40 anos, em vidas totalmente sem sal e apáticas. Nesse peíodo, elas perderam contato, após uma tragédia. Rachel, agora enfermeira e prestes a se casar com Jeff, ganha um concurso em uma rádio, cujo prêmio é levar um grupo de amigos para uma viagem até a Grécia e acompanhar um show do Take That. Essa é a deixa para ela se reconectar com suas amigas: Heather, Zoe, Claire e Debbie. Mas chegando em Atenas, muita coisa dá errado e elas correm o risco de perder o show e novamente, a amizade. O filme é todo entremeado com números musicais, acontecendo em 94 e 2022, com as amigas sendo interpretadas pelas versões adolescentes e adultas. Para fãs de musical, o filme é uma delícia, com ótimos números acompanhados pelo elenco e um cover do Take that. O número no aeroporto é impressionante, homenageando Busby Berkley, e outro destaque é um número envolvendo as duas versões das atrizes. As atrizes são bastante carismáticas e para minha surpresa, o desfecho traz um plot bem triste, que me fez chorar.

Casa Susanna

"Casa Susanna", de Sébastien Lifshitz (2022) Um ótimo documentário com uma incrível história real, repleta de humanidade e sentimentos. Nos anos 60, numa época onde a definição de transsexualidade não estava clara e era visto como desvio sexual e mental, um grupo de homens heteros , casados e com família decsobriram que tinham algo em comum: gostavam de se vetsir d emulher e se sentiam bem com essa outra personalidade. Mas eram vistos como doentes, as famílias muitas vezes não os compreendiam e sofriam muito preconceito, mantendo-se reclusos em sua tristeza. Mas um grupo decidiu fundar uma casa em Catskill, no interior do estado de Nova York. Ali, abrigaram o maior grupo de travestis nos fins de semana da história, uma prática que a lei dos EUA condenou como uma "degeneração sexual" punível pela internação psiquiátrica. Este lugar foi a Casa Susanna: ali, todos esses homens estavam livres, criaram personas femininas, viviam a mulher 24 horas por dia. Cantacam, dançavam, falavam de suas vidas e o mais importante, eram felizes. Remenascentes do período ainda vivos em sua maioria se tornaram pessoas trans, assumindo um novo gênero. OS familiares contam como reagiam na época ao comportamento de seus maridos/pais: uma mulher diz que quando criança, todo ano por um período de 2 semanas era enviada até um acampamento, sozinha, enquanto sua mãe levava seu pai para morar em um local. Ela logo descobriu, mais tarde, que a mãe levava o pai para a casa SUsanna para ser feliz. Histórias como essa são fascinantes. As imagens de arquivo são únicas: ver todos aqueles homens felicíssimos , travestidos e trocando idéias em conjunto, é de emocionar.