War pony

"War pony", de Gina Gammell e Riley Keough (2022) Excelente estréia na direção da atriz Riley Keough, que co-dirige o filme com Gina GAmmel. O filme venceu a Mostra "Camera de ouro" do Festival de Cannes 2022, e participou de outros importantes festivais, comoS xsw, Deauville, entre outros. Riley Keough foi protagonista do filme 'American honey", de Andrea Arnold, que venceu o prêmio do juri de Cannes em 2016. Foi nesse filme que Keough conheceu dois figurantes, Bill Reddy e Franklin Sioux Bob, descendentes qe uma reserva indígena e que contaram as suas histórias de vida para ela. Junto de Gina, os dois rapazes escreveram o roteiro, que traz muita da linguagem e narrativa crua e naturalista de "American honey", mostrando uma parte da América decadente, racista e pobre que os filmes não mostram. Ambientado na reserva indígena de Pine Ridge, na Dakota do Sul, uma região pobre e habitada boa parte por comunidades indígenas relegadas à pobreza, o filme traz 2 histórias que caminham paralela: Matho (LaDainian Crazy Thunder), um adolescente de 12 anos que mora com seu pai, traficante de metanfetamina. Um dia, Matho junto de seus colegas roubam a metanfetamina do pai dele e a revendem, misturado à sal. Esse evento acarretará uma tragédia que fará com que Matho fique abandonado. A outra história é de Bill (Jojo Bapteise Whiting), um rapaz de 20 anos, pai de 2 crianças e cuja mãe das crianças foi presa. Sozinho, Bill precisa se virar para sustentar a casa. Um dia, ele encontra um poodle abandonado e tem a esperança de poder criar poodles e revender, ficando rico. Na estrada, ele conhece um fazendeiro branco, Tim, que decide contratar Bill para serviços sujos. O filme tem performances arrebatadoras desses 2 estreantes na atuação. As diretoras extraem sutilezas e muita dôr expressa em seus olhos. As paisagens decadentes e melancólicas trazem aquela atmosfera que foi sucesso no filme de Frances Macdormand, "Nomadland", aquele tom de desesperança que destrói vidas. Um filme que mostra a violência e o racismo da comunidade branca contra os indígenas, mas que reserva uma bela cena final na cozinha, algo terno e inesperado.