sábado, 30 de setembro de 2023

Batch "81

"Batch"81", de Mike De Leon (1982) Concorrendo no Festival de Cannes na Mostra Quinzena dos realizadores em 1982, "Batch '81" causou furor na sua metáfora sobre a violência, repressão e sede de Poder ambientado em uma universidade em Manilha. Critica ao fascismo, comparado à Laranja mecanica"", o filme é corajoso ao ter sido lançado durante a ditadura de Ferdinando Marcos nas Filipinas, deposto em 1986, mas governando o país durante o lançamento do filme. Os técnicas de tortura psicológica e física são óbvias referências às torturas praticadas pelos simpatizantes de Marcos aos que eram contrário ao seu governo. Hoje, o filme é considerado um clássico do cinema filipino e foi restaurado em 6K e relançado no Festival de Veneza. Sid (Mark Gil) é um estudante de veterinária que irá depois estudar medicina. Querendo se enturmar , Sid e mais outros 7 alunos decidem se submeter às provações para entrarem na prestigiada Alpha Kappa Omega, uma fraternidade misógena e violenta, onde os veteranos usam de todos os tipos de torturas contra os calouros, inclusive levando alguns à morte. Apesar dos protestos da namorada de Sid, cujo irmão morreu há 2 anos atrás, o desejo de pertencimento é maior e Sid continua, mesmo que as turturas se tornem cada vez mais brutais. O filme apresenta todo tipo de torturas e humilhações, que envolve facadas, queimaduras com vela no corpo, ganchos no corpo, surras, obrigados a beber cuspe, andar de cueca em ruas super lotadas, ficarem nús, eletrochoques, etc. Durante o Festival universitário, em uma cena antológica, os novatos se travestem de drags e dublam e cantam números de "Cabaret", de Bob Fosse. "Batch'81" é um filme extremamente violento, que não dá para recomendar para qualquer tipo de espectador, que pode entrar em processos de gatilhos dependendo de sua vivência. No entanto, é um cinema cru que eu adoro na filmografia filipina, como em "Kinatay", de Brilllante Mendoza.

Aged

"Aged", de Anubys Lopez (2023) Diretor cubano radicado no Texas, Anubys Lopez escreveu e dirigiu esse drama de suspense 'Aged". Se voc6e viu 'A chave mestra" e "Corra!", vai se lembrar deles certamente. Veronica (Morgan Boss-Maltais) marca um encontro em um restaurante com Charles (Dave McClain). Ele está em busca de uma cuidadora para sua mãe idosa, Mrs Bloom (Carla Kidd). A condição: ela precisa morar e cuidar a senhora 24 horas por dia, em uma fazenda isolada. Bom, todo mundo sabe o que irá acontecer, certo? Por isso esse filme não oferece nenhuma surpresa e vai para um desfecho mega óbvio. O elenco é bem mediano, não são surpreendentes como em 'Corra!" onde a atuação era um dos pontos fortes da narrativa. Veja senão tiver outro terror mais interessante para assistir.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Camaleões

"Reptile", de Grant Singer (2023) Co-escrito e protagonizado pelo ator Benicio del Toro, "Camaleões" foi exibido com sucesso no Festival de Toronto 2023. O que chamaa bastante atenção no filme, além de uma trama de suspense policial, é o seu elenco: Além de Benicio del Toro, tem Justin Timberlake, como o marido suspeito do assassinato de sua esposa; Alicia Silverstone, interpretando a esposa de del Toro, Eric Bogosian, Michael Pitt e Karl Glusman, no papel de Sam, igualmente suspeito, no papel do ex-amante da assassinada. O diretor Grant Singer dirigiu dibversos clipes de The Weeknd, Sam Smith, entre outros cantores, e estréia aqui na direção, sendo comparado à filmografia de David Fincher. Will Grady (Justin Timberlake ) é um magnata do setor imobiliário de Scarborough que namora uma corrtora de seguros chamada Summer (Matilda Lutz). Certo dia, Summer é encontrada morta à facadas na mansão onde morava com Will. O detetive Tom (del toro), seu parceiro Dan e seu chefe Robert (Bogosian) são acionados para tentar descobrir o assassino, que inclui Eli Philips (Michael Pitt), cujo pai perdeu tudo com a venda de suas terras para Will. Um típico filme de gato e rato, "Camaleões", como o título diz, obriga o espectador a observar detalhes para tentar decsobrir o paradeiro do assassino, que pode ser qualquer um. Cada personagem possui um segredo oculto, que é revelado aos poucos ao longo da narrativa. É um bom filme, prejudicado pela longuíssima duração, exagerados 135 minutos de duração. O que mais gostei no final das contas, foi do come back de Alicia Silverstone para um filme bastante decente, e não mais em filmes de gosto duvidoso.

Cante com amor

"Sing in love", de Izuru Kumasaka (2022) Violento drama LGBTQIAP+ japonês, adaptado do mangá ""Koi Kogare Utae", de Miso. O filme lida com temas bastante polêmicos: estupro e consequentemente, o estuprado, que é um homem hetero cis, percebe que ele gostou de ser violado e se apaixonada pelo seu estuprador, abandonando sua esposa e descobrindo a sua verdadeira sexualidade. Jin é um professor do ensino fundamental. Voltando para sua casa de noite, ele decide descsanr em um banco da praça. É quando ele é atacado por um desconhecido e etsuprado. Após o ato, ele vai até a polícia, que registra o ocorrido. Jin vai com a polícia até o local do crime, mas não decsobrem nada. Jin chega em casa mas decide não contar para sua esposa o ocorrido, envergonhado. Três meses se passam, e a polícia arquivou o processo. Jin caminha na rua e é aborddao pelo jovem cantior de rap Kai, que junto de seu comparsa, domina Jin. Jin acorda e se encontra em um terreno abandonado ocupado pelos amigos de Kai. Kai revela a todos o que aconteceu com Jin. Ele também ameaça machucar sua esposa. Kai é cantor de rap e revela a Jin que ficará observando ele por onde ele quer que vá, chantageando-o. O filme é estranhíssimo, com uma relação doentia entre os 2 homens, uma relação de amor e ódio. A forma como o filme é dirigido e filmado, parecendo ser um filme totalmente independente e underground, às vezes mostrando imagens desconexas e sem lógica. É perturbador, me fazendo lembrar de "Ata-me", de ALmodovar, que na época provocou muita controvérsia, sobre a relação entre um sequestrador e sua vítima, que se apaixona após ele estuprá-la constantemente. O desfecho é bizarro, seus últimos cinco minutos são inexplicáveis de tão abrupto.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Jogos mortais X

"Saw X", de Kevin Greutert (2023) Situado cronologicamente entre o 1o e o 2o filme da série, "Jogos mortais X" é o 2o melhor filme da franquia, perdendo apenas para o filme original, uma obra-prima do terror com um dos plot twists mais insanos da história do cinema. O mais bizarro é que "Jogos mortais X" tem o ator Tobin Bell, o Jigsaw, e Amanda Young, sua parceria de crimes Amanda Young, fisicamente mais velhos do que a parte 2, filmada em 2005. Mas enfim, não se pode esperar verossimilhança dessa franquia onde a cada filme vem uma história mais sem pé nem cabeça que a outra. Mas para a minha felicidade e de boa parte da críticam que elegeu esse o melhor filme da franquia, os roteiristas Josh Stolberg e Pete Goldfinger fizeram um excelente dever de casa e salvaram a saga de Jogsaw, que já tava totalmente banalizada em mortes sem fim. Aqui, temos uma história, e por incrível que pareça, um bom drama. Aliás, o drama ganha mais atenção do que as mortes, que vêem a acontecer mais do meio pro fim do filme. Jigsaw, convalescendo de câncer terminal, descobre que uma médica no México está fazendo um tratamento experimental eficaz contra o câncer. Ele paga o tratamento, caro, e ao chegar lá, descobre que tudo não passa de uma farsa. Junto de sua assistente Amanda, Jigsaw decide se vingar de toda a equipe médica. Existem personagens que reforçam o drama do personagem, e Tobin Bell revela, talvez pela 1a vez, uma boa performance oscilando entre drama e melancolia o seu karma trágico. Tem uma cena especial, uma armadilha que envolve Jigsaw e uma criança que é antológica. Uma construção forte de suspense, e o espectador certamente dará razão a todos os atos de Jigsaw, aqui mostrando humanidade (inclusive Amanda!). E para quem quer ver o filme pela smortes, se preparem! elas existem, e são assustadoramente angustiantes. E esperem a cena pós-crédito!

Madre

"Madre", de Rodrigo Sorogoyen (2019) Prêmio de melhor atriz na Mostra Horizonte do Festival de Veneza 2019 para Marta Nieto, no papel de Elena, "Madre" parte de uma curiosa adaptação do curta-metragem que deu origem ao longa. Em 2017, o roteirista e cineasta espanhol Rodrigo Sorogoyen foi indicado ao Oscar de melhor curta por "Madre": um plano sequ6encia de 20 minutos sobre uma mãe que fala ao celular com seu filho de 6 anos que está na praia de um outro país, abandonado pelo pai e a sua impossibilidade de poder ajudá-lo. Pois o longa começa exatamente com o mesmo curta-metragem: assim que acaba, começa uma cartela indicando 10 anos depois, e é aí que vem a novidade do filme. Sorogoyen remete à obra-prima de Hitchcock, "Um corpo que cai": é possível reviver em outra pessoa alguém que já não existe mais? Elena trabalha como gerente de um bar restaurante na praia onde o filho foi dado como desaparecido. Ela namora Joseba, que cuida dela. Um dia, Elena vê uma família de turistas franceses se hospedando em uma casa próxima. Ela olha o filho adoelscente do casal, Jean (Lujes Porier), 16 anos, a mesma idade que teria seu filho hoje em dia. Ela fica obecada e procura se aprximar do rapaz. Ele por sua vez, fica fascinado por Elena. Os pais do menino estranham e procuram evitar que ela se aproxime. joseba, por sua vez, também deseja que Elena se afaste do menino. Um filme que mistura tema stabus: pedofilia e incesto. Não que o filme invista nesse fetiche, mas deixa em duplo sentido os sentimentos da mulher. Ela se aproxima do menino por realmente acreditar que seja seu filho, ou houve uma atração mútua? Um filme instigante, que vai em um caminho diferente ao que foi o brilhante curta, rodado todo em plano sequência. O final pode deixar a desejar, para quem busca um desfecho conclusivo.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Próxima parada, bairro Boêmio

"Next Stop, Greenwich Village", de Paul Mazursky (1976) Clássico do cinema americano, escrito e dirigido pelo cineasta Paul Mazursky, "Próxima parada: bairor boêmio" é um ode à juventude, aos artistas da Greenwich village e à comunidade judaica do Brooklyn. O filme tem uma estrutura episódica, tendo como protagonista Larry Lapinsky (Lenny Baker), um jovem judeu que sonha em ser ator. Morador do Brooklyn, Larry mora com sua mãe super protetora, Faye, interpretada por uam extraordinária Shelley Winters, e com o pai, Ben um excelente Mike Kellin. Larry decide se mudar para um apartamento opequeno no Greenwich Village e tentar a sorte como ator, para desgosto de sua mãe, que sofre de ninho vazio. Larry se enturma com artistas jovens do bairro, entre eles, Robert (Christopher Walker), que deseja ser poeta, Sarah (Ellen Greene), com quem acaba namorando; Anitta (Lois Smith), uma suicida e Berstein, um negro gay e que se apaixona fácil pelos homens. Para poder bancar seus gastos, Larry trabalha em um armazém, enquanto estuda em uma escola de artes dramáticas. Eu poderia até fazer uma comparação do filme, que se passa em 1953, com "Fama", de Alan PArker, dos anos 80. São jovens em busca de estrelato, de um lugar ao sol, e que procuram se virar aonde podem para bancar seus sonhos, tendo que liodar com problemas familiares e financeiros. Com um elenco espetacular, "Próxima parada: bairor boêmio" é semi- auto-biográfico da vida do próprio diretor Paul Mazursky. O protagonisra Lenny Baker veio a falecer aos 37 anos, de Aids, em 82.

A incrível história de Henry Sugar

"The Wonderful Story of Henry Sugar", de Wes Anderson (2023) Curta metragem de 38 minutos co-escrito e dirigido pro Wes Anderson, adaptado de um conto de Roald Dahl, autor de "A fantástica fábrica de chocolate", "Matilda", "O senhor Raposp"(adaptado pelo próprio Anderson). O filme é a primeira das 4 adaptações de contos de Dahl que ANderson irá filmar. Exibido no Festival de Veneza 2023, o filme encanta por todas aquela srazões que um cinéfilo e amnate da obra de Anderson já conhece. Aqui, o que muda, é o ritmo da fala do elenco: eles falam sem pausas, numa levada só, e o filme vai todo nessa pegada, sem respiro, uma adrenalina extremamente dinâmica. E pelo que eu saiba, é a primeira vez que ANderson usa steadicam, em uma longa cena onde a câmera persegue os personagens. O filme mostra a história de um homem rico determinado a dominar uma técnica extraordinária para trapacear no jogo. O milionário é Henry Sugar (Benedict Cumberbatch), que encontra um livro em uma biblioteca e o rouba. O livro, escrito pelo médico Dr Chaterjee (Dev Patel), relata a incrível história de Imdad Khan (Ben Kingsley), um artista circense que alega enxergar com os olhos fechados. Henry fica impressionando com a técnica e decide aplicar golpes em cassinos. O filme é narrado pelo escritor Dahl (Ralph Fiennes). Todo o elenco interpreta diversos personagens no filme. Com uma técnica que impressiona até mais do que em 'Asteroid city", seu último filme, Anderson cada vez mais aprimora a sua técnica e a sua linguagem, aqui chegando a um nível de excelência. É divertido acompanhar a narrativa onde o elenco queb ra a 4a parede e faz todas as rubricas como se estivessem lendo um roteiro impresso.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Theater camp

"theatr camp", de Molly Gordon e Nick Lieberman (2023) Co-escrito, co-dirigido e protagonizado por Molly Gordon, "Theater camp". venceu em Sundnace 2023 um prêmio especial pelo conjunto do elenco. O filme também concorreu nos prestigiados Festivais de Locarno e SXSW. O filme tem como umdos produtores o comediante Will Ferrell. Toda a narrativa do filme é a de um Mockmentary, ou seja, falso documentário. O filme é uma homenagem ao teatro independente e aos cursos e professores que estimulam a criatividade desde a infância em jovens atores aspirantes ao estrelato. AdirondACTS é um acampamento de verão para crianças do teatro no norte do estado de Nova York. Quando sua fundadora, Joan Rubinsky, sofre uma convulsão após uma apresentação de alunos, por conta da lzu estroboscópica, ela é internada em uma UTI. Para não fecharem o acompamento, seu filho Troy, com quem ela não fala há anos, assume seu posto momentaneamente. Troy atualmente é agente de vendas de ações e outros investimentos, mas quando criança foi aluno do teatro, tendo abandonado. Os professores de longa data Rebecca-Diane e Amos Klobuchar não gostam da idéia de Troy comandar o espaço,s em entender nada do ofício. O filme é interessante, principalmente para quem é da área artística, pois acompanhará todo o processo da realização de um espetáculo: desde o processo de seleção, ensaios, exercícios e a apresentação final. Claro que em todo o percurso, haverão muita intrigas entre os diversos personagens que surgem. O filme me lembrou bastante "Nashville", de Robert Altman, pela narrativa documental e repleto de personagens. ALternando drama, comédia, romance e musical, é um filme divertido e repleto de energia.

Feitiçaria

'Brujeria", de Christopher Murray (2023) Concorrendo no Festival de Sundance 2023, a co-produção Chile/Alemanha/México "Feitiçaria" é baseada em histórias reais do povo nativo nascido na Ilha de Chiloé, no Chile, e que foram colonizados por alemães. Os nativos foram obrigados a aprender a religião cristã e a servirem de serviçais para os estrangeiros. Co-escrito e dirigido por Christopher Murray, o filme traz Rose (Valentina Véliz Caileo), uma jovem de 13 anos na Ilha de Chiloé, século 19. Ela e seu pai são escravos de uma família alemã em uma fazenda. Quando as ovelhas amanhecem mortas , com os pescoços enrolados em tranças, o fazendeiro mata o pai indígena, devorado pelos cães. A filha se desespera. Ela enterra o pai e vai embora. Ela procura ajuda do prefeito da aldeia, que pede para que ela esqueça o corrido. Logo, Rose se deixa envolver com um grupo chamado Recta província, bruxos adeptos da feitiçaria. Rose rejeita o cristianismo e regressa às raízes culturais e espirituais da sua cultura, e assim, buscar a sua vingança. Um filme curioso, que remete a filmes famosos sobre o colonialismo, como 'Silêncio", de Scorsese, 'A missào", de Rolland Jaffé, entre outros. O filme envolve o espectador através de seu ritmo lento mas complacente, uma viagem à retomada cultural e a aceitação de sua origem. Com ótimos atores , é sempre uma tristeza ver filmes sobre o colonialismo, com estrangeiros violentos massacrando povos nativos. Um filme mágico, violento e redentor.

O jogo da invocação

"All fun and games", de Eren Celeboglu e Ari Costa (2023) Fico pensando o que faz jovens atores consagrados e elogiados pela crítica a participarem de um filme de terror mega hiper genérico e pior, amador, com efeitos toscos e um roteiro sem criatividade. Asa Butterfield, que surgiu com Martin Scorsese em 'A invenção de Hugo Cabret" e faz sucesso com a série "Sex education", e Natalie Dyer, a Nancy de 'Stranger things", estão visivelmente deslocados e sem carisma no filme. PAra piorar, foi escalada uma atriz para repetir a parceria de Natalie Dyer em 'Stranger things" com a personagem da ruiva Max, para fazer os espectadores pensarem que esse filme é uma homenagem à série da Netflix. Em Salem, Machussettes, famosa na história por ter sido palco de caça às bruxa,s moram os irmãos Marcus (Butterfield), Billie (Dyer) e o pequeno Johan. O pai tóxico deles morreu, e agora moram com a mãe e com o tio. Eles são de família classe média e todos têm seus sonhos. Quando durante uma caminhada Jonah invade uma casa abandonada e encontra uma faca antiga e um livro, ele acaba invocando o espírito de um jovem que assasisnou sua família há séculos atrás. Jonnhy propõe uma brincadeira onde jogos antigos são precisam ser jogados pelos participantes, e se perderem, morrem. Fiquei com a impressão que esse filme foi feito às pressas após o sucesso de "Fale comigo", que também tem o memso mote de evocação de espíritos com jovens ao redor da brincadeira e um dele sé possuído. Penso que o filme poderia ter sido muito melhor se tivessem deixado o terror de lado e investido no drama da família desfuncional.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Passivonas

"Bottoms", de Emma Seligman (2023) "Bottoms", de Emma Seligman (2023) Comédia de humor ácido com toques de surrealismo e até mesmo de trash, "Passivonas" é escrito, dirigido e protagonizado pro mulheres que precisam batalhar pelo seue spaço em uma universidade onde o clichê do gênero indica que os homens são machos Alfa e se acham, as cheerleaders são apaixonadas por esses homens tóxicos e que provavelmente uma turma nerd irá se contrapor esse status quo. A diferença que os nerds aqui são mulheres, lideradas por uma dupla de jovens lésbicas, totalmente apaixonadas platonicamente pelas chearleaders populares. PJ (Rachel Sennott) e Josie (Ayo Edebiri) são amigas de infância com zero carisma e zero popularidade. Elas são apaixonadas por Isabel (Havana Rose Liu) e Brittany (Kaia Gerber), que só possuem olhos para os homens esportistas de futebol americano, entre eles, Jeff. Josie e PJ estão cansadas de sofrer bullyinge. serem ignoradas. Elas decidem mentir e dizer para as pessoas que elas estiveram em um reformatório e lá aprenderam a lutar. Elas então criam um clube d aluta formado por mulheres excluídas. PJ se aproxima de Isabel, e Josie, de Britanny. Quando o time rival de futebol americano de uma outra universidade descobre a mentira das meninas, elas precisam botar em prática a luta e provar que elas não mentiram. O filme tem um tom de comédia que confesos, eu não curti. Pricnipalmente na partida final, que vai para uma farsa muito estranha, caminhando até para um slasher trash, sem sentido algum. A parte que mais curti foi a de se apropriar dos clichês românticos dos excluídos desejarem os populares, e aqui, representados por personagens queer apaixonados por personagens cis.

Conto de Natal

"Christmas Carol", de Kim Seong-soo (2022) "Conto de natal" é adaptado do romance escrito por Joo Won Gyu e possui uma trama diabólica e ao memso tempo extremamente triste, que envolve estupro contra um jovem adolescente e bullying em um centro de detenção juvenil na Coréia do Sul. O filme possui uma reviraviolta na trama surpreendente. Além do roteiro eletrizante e polêmico, o filme possui excelentes interpretações, em especial e destacado por toda a crítica especializada, do cantor do grupo de K Pop G0t7, Park Jin-young, interpretando 2 personagens bastante distintos e complexos: os irmãos gêmeos Joo Wol-woo e Joo Il-woo. O 1o é autista, e o 2o, um jovem rebelde irritado por ter que cuidar do irmão e de sua avó que possui demência. Pobres, eles moram em um minusculo apartamento na periferia de Seul. Logo no início, Il-woo é levado para um centro de detenção para jovens delinquentes. Ele busca por vingança: seu irmão Gêmeo Woll Woo foi encontrado morto dentro de uma caixa d'água do prédio onde moravam. Il Woo acredita que seu assassino é um jovem detento, Mun-Hun Mun (Song Geon-Hee), um tipo violento que tem uma gangue no local. Cho Soon-woo (Kim Young-min), é um conselheiro do centro de detenção que auxilia psicologicamente os jovens detentos. O filme, apesar de longop, 130 minutos, mantem a atenção do espectador que vai aos poucos entendendo todo um universo violento que existe dentro do local. E mais: ninguém é o que parece, assim já dizia Hitchcock. Prestem atenção em pequenos detalhes desde o início, e tentar identificar a grande reviravolta que acontece no ato final. Mas o que não pode passar despercebido: toda a trajetória trágica do irmão autista, um personagem triste e que vai merecer lágrimas do espectador.

A fuga do Capitão Volkonogov

"Kapitan Volkonogov bezhal", de Natasha Merkulova e Aleksey Chupov (2021) Concorrendo no Festival de Veneza 2021 e vencedor de mais de 18 prêmios internacionais, essa co-produção Russia/França/Estonia impressiona pelo seu apuro técnico, com imagens grandiloquentes filmadas em são Petersburgo e ambientado no ano de 1938. entre tantas imagens espetaculares, 2 me ficaram na mente: a de um dirigível monstruoso sobrevoando a cidade; e a do suicídio de um personagem, com a câmera fazendo toda a trajetória dele se jogando do prédio até se estatelar no chão. É brilhante como realização técnica. “Eles são inocentes neste momento”, “Mas eles serão culpados mais tarde.” Essa frase sintetiza a atmosfera do filme, uma verdadeira caça as bruxas na União Soviética de Stalin. O capitão Fyodor Volkonogov (Yuri Borisov, excelente), um respeitado e obediente agente da lei da União Soviética, presencia seus colegas soldados sendo interrogados de modo suspeito, alguns até cometendo suicídios. Pressentindo que será o próximo, ele escapa e inicia uma fuga, enquanto antigos colegas o perseguem. Fyodor começa a perceber o que estava por trás de suas ações. De repente, o capitão recebe uma mensagem do espírito de um suicida: depois da morte, ele será condenado à uma vida eterna de sofrimento. A única maneira de evitar esse cenário seria encontrar pelo menos uma pessoa disposta a perdoá-lo. Enquanto isso, o Major Golovnya está em seu encalço, na missão de matá-lo. A 1a referência que o cinéfilo trará será a do clássico "O Fugitivo", com HArrison Ford e Tommy Lee Jones. Em termos políticos e metafóricos, sobre uma revisão histórica, vem a referência do alemão "A vida dos outros", sobr eum agente do estado que se arrepende dos seus atos e busca a sua humanização e perdão. Com excelentes atores, cenas de ação e um orçamento de encher os olhos, o filme é um espetáculo, com um roteiro instigante que traz elementos de realismo fantástico.

domingo, 24 de setembro de 2023

Garras vorazes

"Slotherhouse", de Matthew Goodhue (2023) O filme ficou conhecido, e isso é algo que não deve ser levado à sério, como tendo recebido 100% de aprovação do Rotten tomatoes. "Slotherhouse" já traz duplo sentido em seu título original: "Slaughterhouse" significa matadouro, e Sloth é bicho preguiça. Sim, o filme é sobr eum bicho preguiça que ao ser retirado de seu habitat natural na floresta, decide matar todos que estão em seu caminho. Ele é encontrado por Emily (Lisa Ambalavanar), uma caloura na faculdade de baixa popularidade. Sua rival, Madison (Olivia Rouyre) bomba nas redes e com as meninas da fraternidade. Acontece que o bicho prgeuiça, apelidado de ALpha, decide dar uma força para Emily e vai matando cada uma das rivais. Bom, certamente quem for assistir ao filme tem que saber que ele é trash do início ao fim: o bicho preguiça é um boneco manipulado, as cenas de slasher são toscas e para piorar ( ou fazer o público gargalhar), ele acessa redes sociais, tira selfies e dirige carro. Eu não curti muito e não entrei muito na brincadeira dele, mas não tenho dúvida que muita gente vai se esbaldar de rir com a trasheira toda.

Pillow chocolate

"Pillow chocolate", de Charlie Tidmas (2023) Ótimo curta LGBTQIAP+ inglês, escrito e dirigido pelo cineasta trans Charlie Tidmas e baseado em elementos autobiográficos. Jamie (Pete Machale) é um jovem homem trans que passou uma noite com o famoso ator Vincent (Alan Turkinton). Vicent é gay assumido para o público, mas ele tem uma questão com a sua imagem: apesar da noite de sexo maravilhosa que passou com Jamie em seu quarto, ele não quer que Jamie saia pela porta principal, e sim, pela dos fundos, para que ninguém o veja. Desolado e tentando entender a mentalidade conservadora de Vincent, que mesmo gay assumido, não quer ser visto com um homem trans. Um filme sobre auto estima, "Pillow chocolate" traz um tema de engajamento e identidade de gênero, escrito e dirigido e protagonizado por homens trans, que mesmo com as pautas de gênero sendo aceitas por parte da sociedade, ainda encontram preconceito dentro da própria comunidade lgbt. Excelente performance do ator Pete Machale, em um papel complexo e repleto de camadas emocionais, trabalhando no olhar toda a sua desolação.

sábado, 23 de setembro de 2023

Tudo ficará bem no final

"Everything Will Be Fine in the End", de Joe Bartone (2023) Vencedor de mais de 20 prêmios em Festivais independentes, "Tudo ficará bem no final" é um filme de difícil classificação. É um dos retratos mais marginalizados de moradores de Los Angels. A cidade retratada no filme é feia, de ruas sujas, pobres, povoadas por tipos marginalizados, uma geração rock punk totalmente sem perspectiva, envolvidos com drogas, desemprego, roubos e sexo aleatório. São personagens desencontrados, que parecem saído daqueles filmes undergorunds dos anos 70 e 80, tipo os filmes de Andy Warhol, Paul Morrisey, os ciberpunks filmes estilo 'Repo man", Liquid sky" etantos filmes bizarros que fica até difícil entender a história. George (Elsa Kennedy), Kai (Steven Michael Martin) e Renka (Cheska Zaide) são três amigos jovens e desempregados, que vivem de roubos. Sem teto, eles pulam de galho em galho. George rouba um cachorro, mas esse é tomado pelo traficante Buzz, que quer que George pague as drogas que ela consumiu. Os 3 amigos decidem invadir um apartamento, mas a dona chega e acaba sendo morta acidentalmente por rles. A partir desse momento, a morta se torna uma morta que assombra os três. Para tornar tudo mais cult , um narrador estilo sábio negro e cego fica surgindo de vem em quando para apresnetar o que acontece com os amigos. O melhor do filme é essa narrativa underground, onde a lógica é não ter lógica. Tem cenas de sexo aletórias, envolvendo comida, além de videoclips e trechos bem desconexos. O melhor do filme, se é que se pode falar, são as imagens de uma Los Angeles decadente, e seus personagens que certamente o governo amaria esquecer ou jogar debaixo de um tapete. Louco, louco, louco, e mesmo repleto de falhas de roteiro, ainda assim é um filme instigante e culturamente interessante. Um retrato de uma geração e uma época na cultura americana.

Ninguém vai te salvar

"No one will save you", de Brian Duffield (2023) Escrito e dirigido pelo cineasta Brian Duffield, "Ninguém vai te salvar" é uma ficção científica de terror que te lembrará de muitos filmes: "Um lugar silencioso", "Blackbird", 'Sinais", 'Et", Invasores de corpos". tem de tudo um pouco. Assim como os primeiros filmes citados, não existem diálogos no filme. O diretor decidiu faezr um filme mudo, onde ninguém fala. Ma stem explicação para isso. O filme é uma espécie de psicanálise da personagem prioncipal, Brynn (Kaitlyn Dever, excelente, praticamente a única personagem do filme): o roteirista se apropria da ficção científica para fazer uma análise profunda sobre a psique de Brynn, e reviver traumas de sua infância que o tempo tratou de apagar, mas que continuam lá. Brynn mora sozinha em uma casaisolada. Ela é ignorada pela família e pelos moradores da pequena cidade, mas não sabemos o porquê. Até que em uma noite, sua casa é invadida por um alienígena. e depois outros. e ela precisa se salvar. Mesmo com baixo orçamento, é notável como o cineasta consegue adminsitrar o pouco orçamento em um filme ágil, dinâmico e cheio de ação. E isso tudo sem diálogos. O filme não traz nada de novo, mas consgeue prender a atenção do espectador que quer entender o que está se passando. Uma boa aula de cinema, detonada por boa parte da crítica. Um passatempo aplicado.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Cassandro

"Cassandro", de Roger Ross Williams (2023) Em 2018, um documentário que concorreu em Cannes chamou atenção pelo sui generis do seu protagonista. O documentário se chama "Cassandro, o exótico!", dirigido pela francesa Marie Losier. Cassandro é o nome artístico de Saul Armendariz, nascido em El Paso, Texas, Estados Unidos, em 1970. Desde criança, Saul já demonstrava interesse nas roupas femininas de sua mãe. já crescido, interpretado por um fantástico Gael Garcia Bernal, Saul atravessa a fronteira para a cidade de Juarez, México, para lutar na famosa Luta livre, luta de ringue onde os lutadores jogavam mascarados e é um verdadeiro vale tudo. Alguns se vestem de cross dressers e são chamados de exóticos. Quando a lutadora Lady Anarquia se torna a sua treinadora, ela sugere que ele mude seu nome para Cassandro e se vista de forma mais espelhafatosa. É o começo de Cassandro, um gay assumido no ringue, vítima de homofobia. Apaixonado por outro lutador, Gerardo, que não se assume como gay, com tem um caso, a outra grande paixão de Saul, além d aluta, é sua mãe, Yocasta (Perla De La Rosa, excelente). O filme é a estréia dna ficção do premiado diretor Roger Ross Willians, que trabalha bem os atores e tem domínio de cena, com belas marcações de cena e com estilo visual que celebra o kitsch do evento de luta livre. O figurino é sensacional, e a trilha sonora, repleta de clássicos pop e disco, um presente à parte para o espectador, que faz um verdadeiro mergulho em um mundo dedicado ao fabulesco, exótico e apaixonante de pessoas que amam o que fazem.

Som da liberdade

'Sound of freedom ", de Alejandro Monteverde (2023) Assim como na obra-prima de John Ford "Rastros de ódio", que abre e fecha o filme com o abrir e fechar da porta da casa, em "Som da liberdade" a câmera avança por uma casa entrando por uma janela, e no final, faz o movimento inverso. Anunciado pela mídia como o filme mais polêmico do ano, por diversos motivos: o suposto apoio do grupo conspiratório de extrema direita QAnon, que acredita que um grupo de pedófilos, canibais e adoraradores de satanás seriam formados por integrantes da esquerda e estavam querendo derrubar o governo conservador de Trump; as denúncias contra Tim Ballard, protagonista do filme, acusado por 7 mulheres de abuso sexual; e o tema da pedofilia que é o tema do filme. O filme se baseia na história real de Tim Ballard, ex-agente do governo norte-americano, casado e pai de 5 filhos, cristão e conservador, que abandonou a carreira para se dedicar ao combate ao tráfico sexual infantil ao redor do mundo. O filme foca na sua ação de querer resgatar os pequenos irmãos hondurenhos Miguel e Rocio, separados após o sequestro e levados até Venezuela. O elenco é o grande ponto forte do filme: Jim Caviezel, que foi Jesus no filme de Mel Gibson, está excelente no filme, trazendo muitas camadas de emoção ao personagem. As crianças Lucás Ávila e Cristal Aparicio também são incríveis, trazendo muita força aos seus personagens dramáticos e comoventes. Mas o personagem que mais amei foi o Vampiro, interpretado pelo super carismático Bill Camp, responsável em trazer humor e levea a um filme muito bruto e violento.

Cerebrum

"Cerebrum", de Sebastien Blanc (2022) Ótimo filme de terror psicológico co-produzido pela Suíça e Reino Unido, "Cerebrum" é uma versão contemporânea de "Frankestein" e sobre e amor eterno, e aproveita e traz um tom sombrio e de crítica racial no estilo 'Corra!", de Jordan Pelle, ao retratar uma relação conflituosa entre pai, Richard (Steve Oram), um neurocirurgião, e seu filho adotivo, o jovem negro William (Tobi King Bakare). William acorda de um coma no hospital. Ele decsobre que está em coma há anos, e por conta da convalescência, está com perda de movimentação motora e não consegue falar. Seu pai, Richard, o leva para casa. William descobre que a sua mãe, Amelia (Ramona Von Pusch) que estava no carro que ele dirigia, se acidentou e está trancada no quarto, sem que ele possa visitá-la. Na tv, um noticiário anuncia que mulheres estão desaparecidas. Não é difícil imaginar o desenrolar da trama. É quase uma homenagem às ficções científicas dos anos 50, com um belo trabalho de fotografia. Os atores estão ótimos. O ritmo é bastante lento, e para os fãs de terror, provavelmente poderão se cansar ao longo da narrativa, já que a trama somente se desvenda no terceiro ato. Até lá, o filme procura manter seu segredo.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Bom garoto

"Good boy", de Viljar Bøe (2022) Drama de terror norueguês, é impossível não pensar na história real do japonês que decidiu se vestir como um cachorro collie e viver como um animal. Pois "Bom garoto" parte de uma premissa igualmente bizarra. Em Oslo, o jovem Christian (Gard Løkke) mora sozinho em uma mansão com o seu cachorro Frank. Ele o aimenta e cuida de Frank, com a surreal questão de que Frank é um homem vestido de cachorro e se comportando como tal. Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen) é uma jovem estudante de psicologia de classe média. Ela e Cristian se conhecem através do Tinder. Eles se encontram e a atração é imediata. Sigrid passa a noite na mansão de Cristian, encantada com o estilo de vida dele. Porém, no dia seguinte, ela conhece o "cachorro" Frank e se assusta. Decida a abandonar Cristian por conta da situação estranha que testemunhou, ela é convencida pela sua colega Aurora a manter um relacionamento com Cristian, que é milionário. Seduzida pelo dinheiro, Sigrid contacta Cristian novamente, que a convida para um final de semana em sua cabana isolada. Desde o início, o espectador sabe que alguma merda irá acontecer, mas só não sabe exatamente o quê. Quando a trama finalmente é explicada, o espectador fica com uma cara de "é isso mesmo??" e para piorar, o desfecho deixa várias questões em aberto. Só consigo enxergar o filme como uma parábola acerca de classes sociais e Poder. Não posso deixar de elogiar a coragem do roteirista e cineasta Viljar Bøe por uma história de certa forma original, mas que tem um desfecho que para mim, foi insatisfatório.

Ice

"Ice", de Lee Seong-wook (2019) "Você não se incomoda em morrer?". "Não, pois eu morrerei no Paraíso". Um depressivo drama LGBTQIAP+ sul coreano, os protagonistas de "ice" são adeptos da "Chemsex", ou sexo químico: termo utilizado para o uso de drogas sintéticas que potencializam o prazer durante o ato sexual. As pessoas ficam dias sem comer, fazendo sexo ininterruptamente. Seung Jin e Tae Yoon são dois jovens drogados que não se conhecem. Os dois rapazes marcam um encontro pelo app e decidem passar uma noite em um ator tomando muita droga sintétioca e fazendo sexo ininterrupto. Eles pegam droga com um traficante, e ao chegar no hotel, um deles começa a ficar com paranóia. Após fazerem sexo, ele acredita que a polícia está ali e precisa se desfazer da droga. Rodado com um melancólico preto e branco, que foi escolhido certamente para trazer um mundo sem futuro possível para os protagonistas, o roteiro faz um triste contraste entre amor X sexo X morte. Uma crítica aos usuários de drogas sintéticas e aos praticantes da Chemsex, o filme deixa o final em aberto. Uma narrativa fria, crua, desalentadora. Ótimo trabalho dos atores.

A boa mãe

"The good mother", de Miles Joris-Peyrafitte (2023) Drama de suspense protagonizado por Hillary Swank, duas vezes premiada com o Oscar de melhor atriz. Esse é o maior chamariz dessa produção de orçamento médio, co-escrito pelo ator Madison Harrison, que interpreta Michael, e pelo diretor Miles Joris-Peyrafitte. Não fosse a presença de Swank, o filme certamente teria passado batido. Filmado na cidade de Albany, em Nova York, Swank interpreta Marissa, uma jornalista em depressão após a morte do marido. Marissa se entergou ao álcool. Ela é mãe de dois filhos já adultos: Michael, que está morando com Paige (Olivia Cooke), a quem Marissa acusa d eter colocado o filho no mundo das drogas, e Toby (Jack Reynor, de "Midsommar"), um policial. Quando Michael é assassinado, Marissa, acusa Paige de tê-lo colocado no caminho dos traficantes. Toby decide investigar o que aconteceu com o irmão. Paige, ameaçada por estranhos, acaba morando com Marissa até dar à luz. Ela acredita que Ducky (Hopper Penn, filho de Sean Penn), possa saber quem matou Michael. Não é difícil adivinhar o mandante do crime e quem está por trás de tudo. Com um plot twist e o bom trabalho do elenco, "A boa mãe" termina por se destacar das produções médias. Até porquê, Swank estava sumida das telas, e revê-la em um papel tão dramático, atesta o quão boa atriz ela é, e que infelizmente, ainda não encontrou um filme que a coloque nos holofotes novamente.

Notas do outono

"Notes of autumn", de Troy Scott (2023) Co-produção Estados Unidos e Canadá e escrito por Roteiro de Rick Garman, essa comédia romântica dirigida por Troy Scott chupa totalmente a trama de "O amor não tira férias", com Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law e Jack Black. No filme, duas amigas, uma morando em Londres e outra ns Estados Undios,d ecidem trocar de lar por uma semana para poderem tirar férias, mas aí acabam se envolvendo com os amigos respectivos de cada uma. Em "Notas de outono", os amigos Ellie (Ashley Willians), que estudou música mas trabalha como relações públicas de um hotel por falta de trabalho, e seu melhor amigo gay, o escritor em crise criativa Leo (Luke Macfarlane) decidem trocar de lar e cidade para espeirecerem um pouco a cabeça. Ellie foi demitida, Leo precisa de paz para buscar inspiração para escrever. Em vez disso, o vizinho de Leo, Sam (Marcus Rosner), convence Ellie a ajudar um quarteto de cordas a se preparar para uma apresentação. E na cidade, Matt (Peter Porte), amigo chef do hotel onde Ellie trabalhava, aparece, chama a atenção de Leo e o inspira a escrever algo novo. Mas acontece ue todos eless acabam se apaixonando. Um filme mais do que óbvio e impossível o espectador não saber como irá terminar. O filme ideal para uma tarde de domingo chuvosa, com o plu de ter uma sub-trama com um casal de apaixonados gays. Os atores são bons e carismáticos, e toda a footgrafia , trilha sonora e direção de arte, corretos.

Confissões de um Matador

"Confessions of a serial killer", de Mark Blair (1985) "Matar alguém é como caminhar pela rua. Se eu quisesse uma vítima, eu ia e obtinha uma". Essa declaração do serial killer americano Henry Lee Lucas simbioliza a frieza de sua natureza humana. Henry assassinou, segundo ele alega, 600 assassinatos (em conjunto com Ottis Toole) cerca de uma morte por semana entre 1975 e 1983. Em 1983, ele foi preso pela polícia. Ele teve sua pena convertida de pena de morte para prisão perpétua, morrendo de cirrose hepática em 1996, aos 64 anos. O mais curioso, é que praticamente na mesma época, foram lançados 2 filmes sobre Henry Lee Lucas. Esse "Confissões de um Matador", e um anop depois, 'Henry-retrato de um assassino". de John Macnaughton. Aonde os 2 filmes se aproximam, é na narrativa fria, crua e quase documental dos atos de Henry. Com atores desconhecidos, os filmes trazem uma narrativa que lembra slashers tipo "Massacre da serra elétrica". As cenas de assassinato são asssutadoras, e todo o bloco final, em um sítio, é de roer as unhas de tão tenso. Outra cena brilhante é uma noturna em um milharal, um primor de direção e de fotografia. No início do filme, Henry está em uma sala de interrogatório, e friamente, relata ao sherife os crimes, a sua infância com sua mãe que trazia homens para casa e fazia sexo na sua frente. No filme, ele tem a ajuda de Moon (Dennis Hill) e Molly (Sidney Brammer)para os assassinatos. Realizado numa época, anos 80, onde os slashers eram grande sucesso de bilheteria, a narrativa fria do filme provavelmente deve ter afastado o público. Mas hoje em dia, certamente, é um cult a ser celebrado.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Ghost in a shell - O fantasma do futuro

'Kôkaku kidôtai", de Mamoru Oshii (1995) Quando assisti ao filme na época do lançamento, confesso que não entendi quase nada. Deciide revê-lo agora, quase 20 anos depois. Foi um novo filme que surgiu para mim, ainda que a trama seja bastante complexa, com uma narrativa que abraça o universo cyberpunk e assim como em "Blade runner", existe toda uma filosofia sobre o que é ser e se sentir um ser humano em um corpo cyborgue. Adaptado do mangá de Shirow Masamune, publicado pela 1a vez em 1989, o espetacular roteiro de Shirow Masamune e Kazunori Itô antecipa de forma premeditória toda uma discussão acerca da inteligência artificial. Em um futuro distópico, os humanos aprimoram seus corpos com tecnologia, substituindo partes do corpo por robótica. Essas partes artificiais podem ser hackeadas e conectadas à redes de internet. A Major Motoko Kusanagi (Atsuko Tanaka), um ciborgue que trabalha para uma organização governamental de operações secretas chamada Seção 9, só possui de humano partes de seu cérebro. A sua unidade está atrás de Puppet master, uma inteligência artifical que invade sistemas e corpos robóticos para obter informações secretas de governos. Mas o Puppet master, que foi uma criação do governo, se rebela e ganha autonomia. A seção 9 e o governo, através da seção 6, estão agora atrás do Puppet master. Com um visual super revolucionário, o filme foi referência para clássicos futuro da ficção científica, principalmente para a trilogia "The Matrix", das irmãs Warchowsky. Tudo no filme é primoroso: a direção de arte, a trilha sonora que traz vozes falando em japonês, a edição, a fotografia. As cenas de ação são muito boas, e ainda assim, o filme tem momentos de contemplação filosófica, que me fez lembrar da obra-prima "Paprika". Em 2017, foi lançada a versão live action 'A vigilante do amanhã", com Scarlett Johanson, que foi acusada de whitewashing, ou seja, embranquecimento cultural.

The new boy

"The new boy", de Warwick Thornton (2023) Concorrendo em Cannes 2023 na Mostra "Un certain regard", o filme foi co-produzido por Cate Blanchett, que estrela a produção. Escrito e dirigido pelo cineasta Warwick Thornton, responsável também pela fotografia,o filme tem reminiscências da história pessoal do diretor. Ele também de ascendência aborígene, criado em escola católica, cresceu em conflito sobre a sua cultura e história de vida. Ambientado em 1940, o filme tem como protagonista Aswan Reid, um menino aborígene capturado por policiais no deserto e levado para um orfanato e escola cristã, comandado pela irmã Eileen (Blanchett). A intenção do governo é civilizar e aculturar os aborígenes para que entrem nas forças armadas e lutem na 2a guerra do lado dos aliados. Mas o menino, apelidado de New Boy, sofre com a culturalização que estão obrigando que ele aceite: vestir roupas, comer com talheres, ter hábitos do homem branco civilizado,e. principalmente, aceitar a religião católica. New Boy se refugia em seu próprio mundo, e dotado de poderes, ele consegue soltar faíscas com as mãos e se comunicar com animais. O filme tem um ritmo muito lento. Mas a fotografia do próprio diretor é exuberante, trazendo tons marrons e dourados às paisagens do deserto australiano. Cate Blanchett , geralmente comandando o show, aqui está como coadjuvante, cedendo seu espaço para o jovem Aswan Reid, em seu filme de estréia, Com uma força no olhar, sem falar uma palavra, o ator traz energia, e variações de emoção para o seu personagem, sempre viril e repleto de raiva interna e força. Um belo filme.

Neon spring

"Neon spring", de Matiss Kaza (2022) Drama juvenil da Letônia, "Neon spring" foi co-escrito e dirigido pelo cineasta Matiss Kaza, de 26 anos de idade na época da filmagem. O filme lembra bastante o brasileiro "Paraísos artificiais", de Marcos Prado. Ambos os filme smostram uma jovem às voltas com a família desfuncional, a ausência de um dos pais e a busca pela liberdade e fuga da vida na sraves eletrônicas, com consumo de drogas sintéticas, cocaína e a descoberta da sexualidade entre duas meninas. Laine ( Marija Luīze Meļķe ) tem 20 anos e está lidando com a separação dos pais. De classe média alta, a mãe vai morar longe e Laine e seu irmão de 10 anos hiperativo moram com o pai. Laine é excelente aluna e atenciosa. Mas quando seus amigos da faculdade a levam até uma rave, ela experimenta droga sintética e conhece Gunda, uma jovem com quem ela irá se relacionar. A partir daí, a vida de Laine dá uma reviravolta: ela fica dispersa, o rendimento nas aulas cai e ela já não cuida do irmão como deveria. O roteiro não traz novidades para quem está acostumado com filmes onde os jovens se entregam ao sexo, drogas e techno. A curiosidade vem de ser um filme da Letônia, uma cinematografia que vem chamado bastante atenção nos festivais ( vide o recente premiado 'Janeiro"). O elenco jovem está muito bem em cena. A fotografia é outro ponto alto, dando a atmosfera do hedonismo que ajuda o espectador a entender o universo lúdico que os jovens procuram na rave.

The haunting at Saint Joseph's

"The Haunting at Saint Joseph's", de Jon Cohen (2023) Produção australiana rodada em Saint Joseph's Guesthouse, um hotel acomodação real e que no filme, se passa por um hotel assombrado pelo espírito de uma mulher enforcada há 2 séculos atrás, em busca de vingança. Lily, uma jovem médica muçulmana, está para se casar com seu noivo, Kit. Os dois decidem passar as férias com seus 3 amigos de faculdade, a irmã de Kit, Rachel e um caronista que pegaram no meio do caminho no hotel. Ao chegarem lá, Lily e Rachel sofrem estranhas visões. Rachel vai se tornando uma mulher amargurada e ciumenta com Lily. Filme de produção ruim, com atores amadores e diálogos péssimos. Para quem busca filmes "quanto pior melhor" esse aqui não funciona, pois não é divertido como filme B. Fiquei com a impressão de ser um filme feito com amigos mas que não souberam administrar o mínimo de qualidade técnica, além de ter como base um roteiro ao mínimo instigante como terror.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Rotting in the sun

"Rotting in the sun", de Sebastián Silva (2023) Um filme repleto de cenas de sexo explícito gay, com uma enxurrada de homens nús circulando em uma praia onde todos fazem sexo, esse novo filme do premiado cineasta chileno de "A criada", com a atriz Catalina Ssavedra, que aqui interpreta a governanta Vero, traz uma narrativa muito estranha. Na sua primeira metade, o filme é uma comédia ácida sobre um cineasta em crise e que decide ir até uma praia nudista onde todos os homens fazem sexo. Na 2a metade, o filme muda o tom e tem uma passada de bastão do protagonista, viramdo um drama com um suspense sobre uma morte e a possibilidade de se decsobrir quem matou. E claro, tome mais cenas de sexo explicito. o cineasta chileno Sebastian Silva filma no México uma trama bizarra onde vida, morte, fama, depressão, suicídio, redes sociais e muito sexo e nudez masculina caminham de mãos dadas, em uma trama que traz comédia mordaz, drama e suspense. O próprio cineasta interpreta a si mesmo e usando seu nome real. O outro protagonista é o inlfuencer e ator americano Jordan Firstman, que protagoniza todas as cenas de sexo. Sebastian havia comvidado Michael Cera para o papel, que já havia protaginizado um filme dele, mas Cera preferiu não aceitar, por conta das cenas explícitas. Eu particularmente não gostei muito do filme. Para voyeurs e fetichistas de plantão, o filme é um must. Mas para quem deseja assistir a uma narrativa acompanhando personagens interessantes e coerentes, talvez não faça muito sentido. O plot da governnata Rosa é o melhor, muito por conta da atriz CAtarina Saavedra, e pela história da personagem, uma feroz crítica social e racial que remete muito ao 'A criada".

Musa

"Muse", de Jaume Balagueró (2017) "Poesia pode fazer coisas incríveis". Assim termina esse terror sobrenatural espanhol, dirigido por Jaume Balagueró, mesmo cineasta da franquia de sucesso 'Rec". O filme é uma adaptação do romance escrito em 2003, "La dama número trece", livro de 2003 do autor José Carlos Somoza. Só que jaume Balagueró e seu roteirista diminuíram as 13 mulheres para 6 mulheres aqui em "Musa". Samuel (Elliot Cowan) é um professor de literatura que teve um caso com uma aluna, que se suicidou. Um tempo depois, em luto pela morte da jovem, Samuel é atormentado por sonhos onde vê uma mulher sendo assassinada. Pela tv, ele descobre que o assassinato aconteceu de verdade, e mais: que uma mulher, Rachel, stripper em uma boite, também teve o mesmo pesadelo com a mulher sendo assassinada. Ambos precisam unir forças e entender o que está matando homens e mulheres apaixonados por poesia. O filme tem no elenco participações especiais de Christopher Lloyd e Franka Potente. É um filme curioso, mas o roteiro é muito bizarro e pôrra louca: as 7 musas se materializam e matam homem apaixonados por poesia que sonham com sua musa inspiradora. Tem que ligar o botão do tal "suspension of desbelief" e assim, entrar na história, caso contrário, fica complicado. Assim como em "Venus", Balagueró meio que caga para qualquer tipo de verossimilhança ou um mínimo de coerência em suas histórias, o que lhe interessa é fazer a história proessguir.

Amor à primeira vista

"Love at first sight", de Vanessa Caswill (2023) Você já viu esse filme trocentas vezes, e até mesmo lembra o brasileiro "Ponte aérea", com as diferenças culturais entre 2 pessoas que se conhecem no aeroporto, se apaixonam e continuam a tentar se ver após a chegada na cidade de destino, no caso do filme, dos Estados Unidos até Londres. Escrito por Katie Lovejoy e Jennifer E. Smith , "Amor à primeira vista" é como o t;itulo já entrga, um filme fofo sobre a atração inevitável. Dirigido por Vanessa Caswill, o filme tem toda a fofura master que se espera de um filme onde o propósito para o espectador é ver, se apaixonar e comer muita pipoca ou pote de sorvete. Claro, a gente vai torcer muito pros pombinhos ficarem juntos no final, e para fazer o público sofrer um pouco, existem muitos encontros e desencontros, brigas, e claro, aquele toque de magia que somente o destino traz para os apaixonados. Hadley (Haley Lu Richardson) é uma jovem americana que vai para Londres para o 2o casamento de seu pai divorciado e que é professor em Oxford. Oliver (Ben Hardy) é um inglês que mora nos Estados Unidos mas está indo para Londres para uma festa em homenagem à sua mãe que está com câncer. No 1o ato, tudo dá certo para que os apaixonados fiquem juntos. Mas a partir daí, o inverso acontece: tudo dá errado. Os dois atores protagonistas são bastante carismáticos, e a narração em off de uma "fada madrinha" ajuda a dar o tom fofura master do filme, narrando tudo o que acontece ou acontecerá na vida dos dois. Um filme com a receita certa para nada dar errado.

domingo, 17 de setembro de 2023

Níobe

"Níobe", de Fernando Mamari (2021) Rodado durante a pandemia da covid, a trama do filme de suspense político "Níobe" acontece praticamente todo dentro de um casarão na cidade do Rio de Janeiro. Nesse ambiente, haverá um encontro com poderes do governo distópico que decidirá o rumo do país. Claramente um filme escrito para ser uma crítica ao governo Bolsonaro, nesse ambiente se encontrarão o Presidente Naya (Kadu Moliterno), o General Honório (Roberto Pirillo), o empresário John (Timóteo Heiderick ) e um deputado de esquerda, Braga (Breno de Filippo). Correndo por fora, estão o segurança Chicão (André Ramiro), guarda costas de John, e a prostituta de luxo Rita (Barbara França), que escala outras 6 prostitutas, entre elas a trans Susana, para fazer a alegria dos homens do poder. O objetivo é subornar o parlamentar e obter a liberação para a exploração do niobium, um metal valioso em território indígena. Dá para se notar referências de diversos filme,s principalmente, "Cães de aluguel", de Tarantino, confinado em um único ambiente e com a famosa cena de todo mundo apontando as armas um para o outro. A falta de orçamento prejudicou demais a produção, com enquadramentos muito fechados que não mostram o ambiente de uma forma mais cinematográfica.

O Conde

'El Conde", de Pablo Larraín (2023) Alguns filmes produzidos para serem vistos em streaming fazem uma diferença enorme assistir na tela pequena da tv e não em uma tela grande do cinema. com uma fotografia espetacular do americano Edward Lachman, em pretoe. branco emulando um cinema de terror gótico, "O conde" certamente teria sido para mim totalmente um outro filme visto em tela grande. Com imagens poderosas, verdadeiras obras de arte imagéticas, o filme recebeu o prêmio de melhor roteiro em Veneza 2023. Dirigido e co-escrito por Larrain com seu roteirista habitual Guillermo Calderón, 'O Conde" é uma criativa paródia de terror trazendo elementos de óbvia crítica ao ditador chileno, que governou o Chile de 1973 a 1990, após assassinar o então presidente socialista Slavador Allende em um golpe de estado. o Conde Pinochet (Jaime Vadell, sensacional) tem 250 anos. Quando criança, esteve em um orfanato, e se tornou soldado no exército de Luís XV, testemunhando a derrocada do governoe. a decapitação de Maria Antonieta. Pinochet é um vampiro, e decidiu migrar para um país pobre da América Latina, Chile. Lá, assumiu o governo. caosu-se com Lucia, sua fiel companheira, e tiveram 5 filhos. O mordomo Fyodor, ex assassino fiel de Pinochet, tendo assassinado centenas de revolucionarios, também é um vampiro: Pinochet o tornou imortal como um agradecimento. Agora, sentindo-se cansado, Pinochet quer morrer. eus cinco filhos exigem herança, e sua esposa quer que ele a torne vampira. Uma freira, Carmencita (Paula Luchsinger), é enviada com o disferce de ser uma contadora que fará toda a auditoria do espólio familiar, tendo como missão exorcizar Pinochet às escondidas. O filme é narrado em off por Margareth Tatcher (Stella Gonet, que interpretou a Rainha em 'Spencer'), que virá a ter uma surpresa para o espectador na história. Um filme que certamente mereceu o prêmio de roteiro, pela sua originalidade e deboche, aliado a um filme de terror com muito gore, uma metáfora às tantas mortes executadas por Pincohet em seu governo. O desfecho traz uma mensagem ao surgimento de governos de extrema dirita pelo mundo, um alerta sobre ditadores vampiros que estão a se alimentar de sangue novo.

Natty Knocks

"Natty knocks", de Dwight H. Little (2023) Que filme de terror podre! Acredito que todo fã de horror esperaria que "Nancy Knocks" fosse um terror no mínimo interessante e assustador. Mas não! Dirigido por Dwight H. Little, mesmo diretor de "Halloween 4", e tendo no elenco o eterno Freddy Krueger Robert Englund, o ator dos cults de terror de Rob Zombie Bill Moseley e a protagonista de "Halloween 4", Danielle Harris, o filme fosse bom e que homenageasse a franquia "HAlloween", que é de onde o roteirista Benjamin Olson tirou a referência para o filme. MAs todos esses 3 atores estão super mal aproveitado em personagens ruins. O filme começa com o prólogo de uma jovem atriz decadente, Nancy Nocks, em 1976, sendo queimada viva por moradores da cidadezinha dos Estados Unidos. Em 2023, uma babá,Britt (Charlotte Fountain-Jardim), cuida dos 2 filhos de uma corretora de imóveis, Diane. Os filhos já adolescentes, Wyatt e Jolie, se unem ao amigo de Wyatt, Robby, para rouba fios de cobre na vizinhança e ganhar uma grana. No caminho, eles testemunham um serial killer, Abner (Bill Moseley), que também é o policial da cidade, agredindo uma mulher. Com medo de avisarem a polícia, eles procuram eles mesmo descobrir o que se passa. O filme é uma maluquice e mistura possessão, bruxaria, serial killer e outros temas em um filme que não assusta e repleto de lugar comum, principalmente aqueles personagens que tomam decisões idiotas. Dá pena de ver o iconico Robert Englund em papel tão ruim.

As prisioneiras da selva amazônica

"As prisioneiras da selva amazônica", de Conrado Sanchez (1987) Da leva do "Quanto pior melhor" do cinema brasileiro, "As prisioneiras da selva amazônica" é dirigido por Conrado Sanchez, cineasta paulista responsável por um dos maiores cults nacionais, "Cinderela baina", com Carla Perez, de 1998. "As prisioneiras da selva amazônica" é uma continuação de "Curral de mulheres", de 1982, dirigido por Oswaldo de Oliveira. Ambos os filmes falam sobre tráfico de mulheres na Amazônia para serem vendidas para estrangeiros. Rodado no município de Boituva, em São Paulo, se passando pela Amazônia, o filme pega carona em filmes de floresta amzônica repleta de animais perigosos, como "Canibal holocausto", e de filmes eróticos com mulheres prisioneiras. Os diálogos são tão ruins que são hilários, eu gargalhei o tempo todo. Mario Benvenutti, protagonista de 'A noite vazia", clássico de Walter Hugo Khouri, interpreta o vilanesco vendedor das mulheres, um tipo fanfarrão. Mis hilário que ele, é a dupla de mocinhos, que remetem aos italinos Terence Hill e Bud Spencer ( o mais "fortinho" se chama Chubby). Ambos ajudam 4 indígenas sequestradas de sua tribo ( que mais parece havaiana que brasileira) a fugirem pela selva, com os bandidos no encalço.

sábado, 16 de setembro de 2023

Venus

"Venus", de Jaume Balagueró (2022) Um dos filmes de terror mais divertidos e porra loucas que vi recentemente, "Vênus" é sem pé nem cabeça: a 1a parte é um filme policial e ação estilo "O professional", de Luc Besson, e depois vira uma mistura maluca de "O bebê de Rosemary", "Evil dead 2023", 'Suspíria", e o próprio "Rec" do espanhol Jaume Ballagueró, onde boa parte do filme acontece em um prédio cercado por todo tipo de ameaças. Balagueró é um fã de final girls, e praticamente todos os seus filmes as heroínas são mulheres que lutam com unhas, garras e algumas armas, sejam elas facões ou armas, lutando contra zumbis, espíritos ou aqui no caso, mafiosos e bruxas demoníacas. O roteiro é inspirado no conto de Lovecraft, “ Sonhos da Casa da Bruxa ”. Lucia (Ester Expósito) é uma jovem dançarina de uma boite comandada por mafiosos em Madri. Ela decide roubar uma sacola repleta de ecastay para poder revender junto de seu namorado. Mas ela é pêga no flagrante po um dos mafiosos, que a fere na perna. Lucia consegue fugir, e vai se refugiar em um prédio no subúrbio de Madri, onde moram sua irmã Rocio e sua sobrinha pequena, Alba. Rocio desaparece no dia seguinte e Lucia cuida dela. Ao tentar fugir do prédio, percebe que os mafisos cercaram o prédio. E mais: que as vizinhas do prédio na verdade, são bruxas adoradores da Deusa Venus, que irá assumir o corpo da pequena Alba no dia de eclipse solar. O filme é uma verdadeira loucura, cheio de excessos. É impossível em determinado momento o espectador praticamente desistir de assistir ao filme, pela total falta de crença no que está vendo. Uma personagem que está totalemnte num beco sem saída, do nada, dar a volta por cima de uma forma escalafobética, para não dizer outra coisa. Mas para o espectador que decidir continuar a assistir, a maluquice só aumenta. Mas a opção é se divertir com o gore e o tosco de um filme que homenageia o filme B ( tipo o 1o 'Evil dead", ou ficar falando mal até o desfecho bizarro. A atriz Ester Exposíto segura a onda de forma primorosa, vontade de aplaudir em cena aberta.

O fim do sexo

"The end of sex", de Sean Garrity (2022) Escrito por Jonas Chernick e rodado em Hamilton, Ontario, Canadá, região coberta de neve, essa comédia romântica tinha tudo para ser um filme divertido sobre um casal de meia idade que descobre que o fogo do sexo evaporou com as obrigações de serem pais. Mas o roteiro e a direção investem pouco no humor, não por falta de talento dos atores, mas de timing ou de diálogos que possam trazer constrangimentos maiores ao casal principal. Ficou um filme que aposte mais na melancolia da chegada de uma resposabilidade, e no final, uma mensagem conservadora de que afinal, a família é o que temos, mesmo que se aposte em alternativas ara salvar um casamento nitidamente em crise. Emma (Emily Hampshire) e Josh(Jonas Chernick) são pais de duas meninas adolescentes. Aos olhos dos outros, é uma típica família feliz e bem resolvida socialmente e financeiramente. Quando chega o período de férias, o casal envia as filhas para um acampamento de inverno de 1 semana, o tempo suficiente para os dois redescobriem os prazerem do sexo com privacidade. Mas para surpresa de ambos, o tesão acabou. Para resolver a falta de ibido, os dois decidem de tudo: participar de grupos de swing, amantes, etc, mas parece que nada funciona para eles. Um tema já visto em diversos filmes, que certamente encontra um público que se espelha para se divertir com a rotina d avida de casado e com filhos. Sinto que eu poderia ter me divertido mais. Vale como passatempo decsompromissado, mas uma gargalhadas boas não fariam nenhum mal.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Estranha forma de vida

"Extraña forma de vida", de Pedro Almodovar (2023) Exibido no Festival de Cannes 2023, "Estranha forma de vida" é o 2o curta dirigido por Almodovar, seguido de 'A voz humana", com Tilda Swinton, filmado na pandemia. O filme foi financiado pela Yves Saint Laurent e é uma homenagem de ALmodovar ao gênero faroeste, com uma temática lgbt, protagonizada por Ethan Hawke e Pedro Pascal. O filme foi rodado na província de Almeria, Espanha, cenário de alguns dos clássicos do western spaghetti de Sergio Leone. O reencontro de dois ex-amantes que não se veem há 25 anos, na cidade de Bitter Creek, acendem uma nova chama entre os dois. O xerife Jake (Hawke) está dando início às investigações sobre o assassinato da cunhada quando recebe a inesperada visita do vaqueiro Silva (Pascal), pai do principal suspeito do crime, Joe. Jake acredita que Silva retornou não por ele, mas para dar tempo para que Joe consiga fugir. Logo no início, o filme mostra um jovem cowboy interpretado pelo galã Manu Rios cantando o fado “Estranha forma de vida”, de Amália Rodrigues, dublado por Caetano Veloso. O filme encanta pela linda fotografia do habitual fotografo de ALmodovar, Jose Luis Alcaine, a trilha sonora de Alberto Iglesias e claro, os figurinos de Yves Saint Laurent. Pablo Pascal e Ethan Hawke, e os atores que os interpretam jovens, exalam sensualidade. Mas o filme tem um desfecho abrupto, que me frustrou. Logo após o filme do filme, que dura 31 minutos, é exibida na sessão das salas de cinema uma entrevista de ALmodovar para uma jornalista sobr eo processo de realização do filme. Entre tantas perguntas e respostas cinéfilas e criativas, fiquei com a sensação de que essa entrevista de 50 minutos foi uma encheção de linguiça para justificar a sessão no cinema, cobrando valor d eingresso inteiro. Sim, foi bacana ouvir o procesos criativo de ALmodovar, mas não havia a mínima necessidade de assistir no cinema.

A noite das bruxas

"A haunting in Venice", de Kenneth Branagh (2023) Terceiro filme dirigido por Kenneth Branagh, adaptando a obra de Agatha Cristie e com o próprio interpretando o detetive belga Hercule Poirot. O livro "A noite das bruxas" é ambientado 2 anos depois do fim da 2a guerra, em Veneza 1947. Poirot está aposentado e morando em Veneza, se negando a pegar casos, mesmo com a insistência de uma vasta clientela. A escritora Ariadne Oliver. (Tina Fey) o procura, querendo convidá-lo para uma festa de Dia das Bruxas no Palácio da Senhora Rowena Drake (Kelly Reilly), viúva, ex-atriz e falida, que herdou o palácio famoso por ter abrigado um orfanato ond ecriança smorreram na 2a guerra e acredita-se, estar assombrado pelos fantasmas. Uma vidente é chamada, Ms Reynolds (Michelle Yeoh) para convocar o espírito da filha de Rowena, Alicia, morta no palácio ao cair da sacada. Durante a sessão espírita, várias pessoas se encontram, entre elas, o médico que cuidou de Alicia (Jamie Dorman), o ex namorado e os criados da casa, além do seguranbça de Poirot (Ricardo Scarmaciio). O mais curioso do filme, é que Branagh repetiu a dobradinha que ele havia escalado em seu filme "Belfast": Jamie Dorman e o pequeno . Leopold Ferrier, que aqui em 'Dia das bruxas", novamente repetem os papéis de pai e filho. O roteiro aposta na atmosfera de filme de terror, com muitos jump scares, a maioria bastante forçado. O filme é divertido, mas é muito fácil identificar o /a assassino/a. As pistas são bastante óbvias. Ainda assim, é divertido, mas não o melhor da trilogia, que para mim, ainda é "Assassinato no Oriente express".