domingo, 31 de outubro de 2021

Atividade paranormal 7


“Paranormal activity: next to Kin, de Willian Eubank (2021)
Mais um capítulo da milionária franquia iniciada em 2007, dirigida por Willian Eubank, de “Ameaça profunda”, e fotografado pelo uruguaio Pedro Luque.
Diferente dos outros filmes, esse não tem numa relação entre personagens dos filmes anteriores, sendo o inicio de um novo reboot. Inclusive o filme abole as gravações feitas pela madrugada, mas mantendo a característica do found footage.
Uma jovem, Margot, decide fazer um documentário junto de dois amigos, Dale e Chris, sobre sua mãe, desaparecida. Sarah, a mãe de Margot pertencia a uma comunidade Amish, moradores em uma isolada área rural e gelada. Ao chegaram lá, são recebidos pelos Baileys, família supostamente onde Sarah morou. Margot foi abandonada ainda bebê pela mãe, que fugiu do local. Mas coisas estranhas passam a acontecer na fazenda, e Margot precisa descobrir o paradeiro de Sarah.
O filme difere de todos os outros e nem parece ser ‘Atividade paranormal”, estando mais para “A bruxa de Blair”. Mesmo não trazendo novidades ao gênero, vale como passatempo, com algumas boas cenas de suspense, mas seguindo na preguiça com os sons estridentes para provocar Jump scares.

sábado, 30 de outubro de 2021

Water boys


“Water boys”, de Haolin Song (2021)
Grande sucesso e bilheteria na China, ‘Water boys” é uma comédia dramática adolescente do gênero “feel good movie”, com um tema bastante batido mas ainda assim, eficiente.
Zhao Wei é um adolescente solitário e com poucos amigos, que se sente rejeitado na escola e tem o sonho de praticar esportes. Ao se inscrever em um time de natação, junto de outros 4 alunos igualmente marginalizados, eles descobrem que foram inscritos em um time de natação sincronizado, esporte voltado para times femininos. Na verdade, o treinador levou a sério a piada do presidente da confederação e quando se deu por conta, decidiu manter o time assim mesmo. O time sofre preconceito de todos: dos colegas e dos familiares, que enxergam apenas mulheres nessa modalidade. Mas o cinco rapazes fazem disso um motivo para se tornarem alguém na vida, e decidem inclusive participar do campeonato nacional entre estudantes.
Com ótima fotografia e belos enquadramentos aquáticos, o filme emociona pelo tema e pelo ótimo trabalho dos jovens atores, todos bastante carismáticos. As cenas de nado sincronizado são incríveis, um rigor esportivo que os atores tiveram que enfrentar.

Deus tem Aids


“Deus tem Aids”, de Fabio Leal e Gustavo Vinagre (2021)
Dois premiados cineastas Queer brasileiros e unem em um polêmico e contundente documentário que traça um painel dos 40 anos da Aids no Brasil. A última cartela do filme traz o alarmante anúncio: “Por ano morrem mais de 10 mil pessoas com Aids no Brasil. Cada um deles tem uma história por trás.”
Pois “Deus tem Aids” traz o depoimento de 8 portadores de HIV em São Paulo: Ronaldo, Paulx, Micaela, Marcos, Flip, Kako, Ernesto e Karué. Em meio aos depoimentos, o espectador acompanha performances onde o corpo nú masculino é explorado, seja em performances ou em uma peça de teatro. O mais instigante é entender o duplo sentido usado na palavra “positivo”. A pessoa com o vírus é chamada de “soropositivo”, como se fosse algo bom. Mesma coisa ao termo “carimbado, gíria para portador do HIV, que estigmatiza dentro d apropria comunidade LGBTQIAP+.
O depoimento de Micaela é perturbador, quando ela relata que criança, ela sofreu o estigma de ser portadora. As cartelas que finalizam o documentário comentam sobre como o governo de Bolsonaro abafou as medias contra o HIV, dificultando o tratamento.
Fabio Leal dirigiu dois curtas excelentes, “O porteiro do dia” e “Reforma”. Gustavo Vinagre dirigiu os documentários “Lembro mais dos corvos”, A rosa azul de Novalis” e a ficção “Nova Dubai”., todos premiadíssimos em Festivais. O título “Deus tem Aids” vem de um poema lido por um dos entrevistados.

Vampiros- A ascenção de Lucas

 


“Vampires- Lucas rising”, de Jason Devitt (2014)

Uma resposta à saga “Twilight”. a saga inglesa “Vampiros” é uma trilogia que traz protagonistas gays em uma luta eterna entre vampiros e demônios. “A ascenção de Lucas” é a 2a parte da trilogia, e tem como pano de fundo o amor milenar entre Lucas e Toby, 2 jovens vampiros. Reza a lenda que o primeiro amor entre dois vampiros é eterno, e que ele nunca mais encontrará outro amo. Mas Lilith, a mãe dos vampiros, tem outros planos: ela torna rapazes de uma faculdade próxima vítima de seus dentes, criando assim um enorme exército de vampiros para poder dominar o mundo, incluindo o sequestro de Toby.

Mal realizado, com péssimos atores, efeitos toscos e diálogos podres, o filme tinha tudo para ser uma pérola do cinema trash. Mas ficou no meio do caminho. É ruim, mas não o suficiente para rachar de gargalhar. Para que curte homens musculosos e semi nús, um jovem elenco de belos atores em cenas homoeróticas, poderá encontrar atrativos.

Alibe.com


Alibi.com”, de Philippe Lacheau (2017)
Grande sucesso de público na França, a comédia “Alibe.com” parte de uma premissa bem vaudeville: uma agência de alíbes, organizada por Gregory, oferece serviços que permitam que casais possam trair seu conjugues fornecendo álibes. Mas quando Gregory se apaixona por Florence, uma advogada, ele descobre que os pais dela são seus clientes.
Com um elenco de ótimos comediantes liderados por um amalucado Philipe Lacheau (o próprio cineasta), o filme traz ótimas gagas envoltas em situações que lembram comédias malucas como “Top gang”, “Apertem os cintos, o piloto sumiu”, obviamente, politicamente incorretas.


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Lamb


"Lamb", de Valdimar Johannsson (2021)
Existem alguns filmes que o espectador precisa ligar o foda-se e embarcar na viagem. Alguns filmes se deram muito mal, outros se tornaram obras premiadas em importantes Festivais e cultuados. Dessa leva, temos "Titânio", "Annette", "Jumbo" e "Lamb". O Cineasta islandês Valdimar Johannsson estréia na direção de longas após uma bem sucedida carreira como coordenador de efeitos especiais em "Hollywood". Retornando para a Islândia, ele filma uma bizarra e inusitada fábula de terror fantástico sobre um casal de criadores de ovelha, Maria (Noomi Rapace) e Ingvar (Hilmi Snaer), vivendo uma vida de luto após a morte do filho. Um dia, ao fazerem o parto de uma das ovelhas, eles se surpreendem com a forma humanóide dela, e decidem criá-la como uma filha, chamando-a de Ada. Mas a natureza resolve buscar a sua cria.
Com uma excelente fotografia e direção, que corajosamente investe em uma história que em mãos erradas tinha tudo para dar errado. Os efeitos especiais são impressionantes, e Ada parece até uma personagem da Disney em formato humanóide, mas o filme caminha para uma atmosfera de terror com um final brutal.
O filme ganhou prêmios em importantes Festivais, como Sitges e Cannes, de onde saiu com o prêmio de originalidade.

Chernobyl- O filme


 “Chernobyl- o filme”, de Danila Kozlovsky (2021)

Porquê fazer um novo projeto sobre Chernobyl, após o grande sucesso da premiada serie da HBO?

A resposta é que os russos ficaram irritados com a versão americana dos fatos, e decidiram realizar uma versão contada por eles, sem as teorias de conspiração que eles alegam que os americanos disseminaram mundo afora.
O filme foi dirigido pelo protagonista do filme, Danila Kozlovsky, que interpreta Alexey, um bombeiro que se reencontra após 10 anos com a mulher de sua ida, a cabeleireira Olga. Mas a usina nuclear de Chernobyl explode em Piprit, e Alexey é convocado para apagar o fogo.
Essa história romântica tem no seriado da HBO, e é praticamente igual. O filme parece uma produção de Michael Bay dos anos 90, tipo “Armageddon” ou “Peral Harbor”, com lindas paisagens, romance exacerbado, slow motion, tragédias. O filme é dedicado aos heróis, que são os bombeiros, e nisso ele se aproxima de qualquer blockbuster americano


quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Sold out


“Sold out”, de Tim Dahlseid (2021)
Excelente drama musical independente americano, uma espécie de “Nasce uma estrela” com gênero oposto, misturado ao cult indie “Apenas uma vez”. O filme, estreia na direção de Tim Dahlseid, é localizado na fria Minnesota, terra onde o country e o folk rock são estilos musicais apreciados. Kat (Kelsey Mcmahon), uma jovem caçadora de talentos musicais, de passado traumático, conhece em um bar John (Sam Ardwell) , um operário de construção com casamento em crise que sonha em se tornar um cantor. Encantada por John, a fria e solitária Kat decide trabalhar John para que ele se torne um cantor profissional.
Com performances sensacionais do casal principal, o filme possui uma linda trilha Sonora e fotografia que intensifica o drama, mas também traz momentos mágicos, como o ensaio musical em um lago congelado. Uma história bem contada, com ótima direção e personagens cativantes.

Killer unicorn


“Killer unicorn”, de Drew Bolton (2018)
Terrir queer independente Americano, “Killer unicorn” é a história de um serial killer que se veste com cabeça de unicórnio e frequenta festas LGBTQIAP+ do Brooklyn, matando todos aquele que há um ano atrás, lhe deram uma surra em uma festa gay.
Com um elenco de personagens com drags, queers e afeminados, o filme diverte pela despretensão e por não querer se levar a sério. Para quem quiser se atualizar da gíria gay de NY, o filme é um prato cheio. A divulgação do filme diz que o roteiro é uma mistura de “Psicopata americano” e “Party monster”, mas não se engane, não tem nada disso. É um filme ruim para se divertir.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Esperando por Dracula


"Waiting for Dracula", de Domiziano Arcangeli e Steve Oakley (2012)
Terrir erótico LGBTQIAP+ , "Esperando por Dracula" é uma produção independente de baixo orçamento bancada pelos próprios diretores. O filme, trash até oúltimo frame, narra a história de vampiros gays e lésbicas que querem dominar Los Angeles. Para isso, seduzem pessoas do meio artístico na mansão base, e ali transformam a todos em vampiros. Todos aguardam a chegada de Dracula, mas não esperavam que Van Helsing também chegasse com sua arma de plástico que espirra agua benta.
Mau dirigido, péssimos atores, roteiro podre, fotografia pavorosa. Mas não se enganem: não é um trash de qualidade, daqueles que nos fazem rir. É apenas ruim, sem graça, sem tesão

Giuletta Masina- O poder de um sorriso


"Giuletta Masina- La forza di un soriso, de Sandro Lai (2004)
Excelente documentário que desvenda vida e obra da grande atriz italiana Giuletta Masina, que protagonizou diversas obras-primas de seu marido, Federico Fellini, além de ter trabalhado com outros grandes cineastas, como Roberto Rosselini.
Nascida em 1921 em San Giorgio di Piano, e falecida em Roma aos 73 anos, em 1994, Giuletta se formou em letras, mas foi como atriz que ela se encontrou. Casou-se com Fellini em 1943. Sua estréia foi com Rosselini em "Paisá", e depois, com Ingrid Bergman, fez a obra prima "Europa 51". Com Fellini, estreou em "La estrada", vencedor do Oscar de filme estrangeiro. O depoimento de Masina sobre a pouca e improvável chance de "Noites de Cabíria" vencer o Oscar no ano seguinte é sensacional. Composto de depoimento de Giuletta e outros atores, além de imagens de arquivo, "Giuleta Masina" é um filme imperdível para amantes da obra de Fellini, do trabalho da atriz e para apaixonados por cinema.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Bonhomme


"Bonhomme", de Thomas Raoul (2020)
Drama romântico LGBTQIAP+ francês, "Bonhomme" traz o tema do despertar para a homossexualidade na figura do jovem Anthony, um jogador de rugby de 19 anos Seus melhores amigos são Louis, que também joga no seu time, e Chloe, namorada de Louis. O trio costuma participar de verdade ou consequência, e num bar, Anthony e desafiado a beijar um garçon, Clemment, no bar. Anthony se diverte com a aposta, mas ao beijar Clemment, o gosto da boca de outro homem traz ua sensação libertadora e de prazer que ele jamais havia experimentado antes.
Dirigido com muita sensibilidade por Thomas Raoul, o filme traz uma linda cena de sexo, filmado com muita sensualidade e tesão. A história é bem batida, mas a qualidade técnica e a beleza dos atores fazem valer a pena assistir.

Recomeçar depois de voltar para casa


"Restar after come back home, de Ryûta Inoue (2020)
Drama romântico japonês LGBTQIAP+, exibido em diversos Festivais de gênero.
Mitsuomi é um jovem executivo que decide pedir demissão da empresa aonde trabalha em Tokyo para retornar ao convívio pacífico e tranquilo de sua família, em uma cidade do interior do Japão. Ele conhece Yamato, o filho adotivo de um fazendeiro. Mitsuomi acaba indo trabalhar na fazenda quando o idoso se acidenta. Entre ele e Yamoto cresce uma amizade, até que uma noite, Mitsuomi beija Yamoto, e as coisas mudam a partir desse dia.
Com belas imagens da área rural do Japão, o filme encanta pela fotografia, locações e pela delicadeza com que trata o tema da descoberta da sexualidade. O filme, no entanto, poderia ousar mais a forma e no conteúdo. Ficou certinho, sem riscos.

Incomensurável


"The immeasurable", de Tian Lu Ye (2021)
Belo drama romântico LGBTQIAP+ de Taiwan, que traz em sua cinematografia toda uma referência ao cinema de Wong Kar Wai, desde "Anjos caídos" a "Happy together. Rosen Tsai (Xiang) é um estudante universitário, envolvido em protestos contra o governo. Trent Chen (Vic) é um policial. Ambos se conhecem durante uma partida de basquete na quadra do bairro e se apaixonam. Xiang esconde sua homossexualidade da família, Vic é assumido e mora com sua tia. O amor dos dois floresce, mas Xiang é chamado pelos colegas para um protesto nas ruas. Vic pede para que ele não vá, pois ele foi chamado pelo batalhão para abafar os protestos com violência.
Filmado com muita elegância e belos enquadramentos, o filme tem no casal protagonista a sua força não só nas performances, mas também na sensualidade e homoerotismo. Carismáticos, os dois personagens exalam paixão e é fácil o espectador se afeiçoar a eles. Excelente fotografia e direção de arte.

domingo, 24 de outubro de 2021

Duna


"Dune", de David Lynch (1984)
Entre suas obras-primas "O homem elefante, de 1980, e "Veludo azul", de 1986, David Lynch dirigiu o seu filme maos polêmico e controverso: "Duna", adaptação do calhamaço de Frank Herbert, de 600 páginas e lançado em 1965. O livro já parou na mão de vários cineastas, sendo o mais famoso dele o chileno Alejandro Jodorowsky, que por anos trabalhou na preparação do filme, mas por conta de sua visão megalomaníaca, foi abortado. A versão do produtor irritou David Lynch, que mais tarde, viria a lançar a sua versão. A história de Paul Atreides (Kyle MacLachlan, ator fetiche de Lynch e aqui estreando nos cinemas) nos leva ao ano de 10191, quando o Universo está sob a jurisdição do Imperador Shadam IV (José Ferrer). Cabe a Paul descobrir o seu papel de predestinado, que irá savar o universo das mãos do Imperador e do Barão, que querem controlar a Melange, uma especiaria encontrada no planeta Arakkis, ou Duna, e que traz poderes especiais a quem o consome.
O livro é largamente conhecido por ter influenciado muitos clássicos do cinema, entre eles, 'Star wars". "Game of thrones" também deve muita coisa ao livro. O elenco, estelar, inclui Silvana Mangano, Max Von Sydow, Sting, Virginia Madsen, Sean Young, Patrick Stewart,
Hoje em dia, só é possível assistir ao filme se abstrairmos os efeitos especiais, que são bastante toscos, mas que na época eram surpreendentes. A fotografia e o uso do croma para aplicar efeitos de pós produção não deram um bom resultado, e é possível observar os defeitos técnicos.

Voltando para casa de noite


"Coming home at night", de James Ashcroft (2021)
Brutal e violento drama de terror psicológico neo zelandês que concorreu no Festival de Sundance em 2021. Um casal, o professor Hoogie e sua esposa Jill viajam com o casal de filhos adolescentes para um picnic na beira de um lago deserto. Eles logo são abordados por dois estranhos, que os ameaçam com armas e que desejam se vingar de um ato do passado de Hoogie.
O filme lembra "Funny games", de Michael Haneke pela frieza dos assassinos. Não há tempo para melodrama, tudo é seco e bárbaramente violento. O filme se baseia cem por cento na performance dos atores, que são ótimos. A trama acontece toda em uma única noite, e o desfecho, apesar de inconclusivo, é tenso.

sábado, 23 de outubro de 2021

A ilha de Bergman


"Bergman island ", de Mia Hansen Love (2021)
Em competição oficial no Festival de Cannes 2021, "A ilha de Bergman" foi escrito e dirigido pela cineasta francesa Mia Hansen Love. Para apaixonados pela filmografia do cineasta sueco, e para quem, como eu, sonha em conhecer a Ilha de Faro, é um filme imperdível.
Durante a semana Bergman em Faro, um casal, o cineasta Tony (Tim Roth) e sua esposa,a roteirista Chris (Vicky Krieps) visitam o local, com a esperança de buscarem inspiração para um novo projeto. Em crise, o casal procura disfarçar a frieza do relacionamento fazendo atividades paralelas. Enquanto Tony vai em tours oficiais, com guia, Chris decide conhecer a Ilha e seus populares por conta própria. À medida que vai escrevendo a ideia do novo roteiro, Chris cria um casal de personagens, mais jovens, na sua escrita: Amy (Mia Wasikowska) e Joseph (Anders Danielsen Lie), que se encontram durante o casamento de uma amiga em comum em Faro mas vivem o amor e a crise ao mesmo tempo.
Desenvolvido como metalinguagem, com um filme dentro do filme, o filme instiga mesmo pela curiosidade de se conhecer a Ilha de Faro, mítica por ter sido locação de vária sobras primas de Bergman. Os atores estão bem, a história flui, e no final, é uma história de amor com o cinema como ano de fundo.

Duna- Parte 1


"Dune", de Dennis Villeneuve (2021)
Terceira adaptação da obra escrita por Frank Herbert em 1965 (1984 por David Lynch e em 2000 para uma série), o livro, um calhamaço de 600 páginas, se torna em um filme dividido em 2 partes. A primeira engloba 2/3 do livro, e apresenta Paul Atreides (Timothée Chalamet), filho do Duque Leto Atreides (Oscar Isaac) o novo responsável pelo planeta Arrakis, ou Duna. No planeta, existe uma especiaria que se encontra nas areias desejada por todos e bastante valiosa. única e caríssima. O primo do Duque é o Barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgård), que está organizando um exército para destruir todo o exército e família do Duque, entre eles, seu filho Paul e a esposa .Lady Jessica (Rebecca Fergusson), ex integrante de uma sociedade de mulheres videntes.
Stellan Skarsgård, Jason Momoa, Josh Brolin, Javier Bardem, Zendaya e Charlotte Rampling também estão no elenco. O filme é uma mistura de "Star wars"com "Game of thrones" e traz um visual espetacular, associado a uma excelente fotografia e direção de arte e efeitos. O ritmo, como em quase todos os filmes de Villeneuve, é bem lento, deixando tudo com um tom bastante solene. Mas eu adorei o filme, contrariando muita gente que não curtiu o filme. Só lamento o pouco tempo de cena de Josh Brolin, Javier Barden e Charlotte Rampling, grandes atores mas que deixam o protagonismo para Chalamet e Fergusson.

Amarração do amor


"Amarração do amor", de Carolina Fioratti (2021)
Comédia brasileira que lida com o tema do conflito religioso entre duas famílias muito diferentes: a família de Bebel (Samya Pascotto), que é judia, e a família de Lucas (Bruno Suzano), que é da umbanda.Também se fala de relação intersexual: a de Bebel é branca, a de Bruno, é predominante negra. Bebel e Lucas se conhecem ao acaso, e um depois, resolvem se casar. Mas os pai de Bebel querem um casamento na tradição judaica, e a de Lucas, no terreiro de umbanda. Aí entram em cena Samuel (Ary França) e Myriam (Malu Valle), pais de Bebel, e Regina (Cacau Protásio), mãe de Lucas.
O grande barato dessa comédia é certamente o elenco. Contrariando as expectativas mercadológicas, o jovem casal é formado por atores menos conhecidos do grande público, mas não menos talentosos. Samya e Bruno são carismáticos, e é uma pena que o filme suma com eles durante a história, focando mais na relação dos pais, que entram em pé de guerra. Os veteranos estão ótimos: Malu Valle e Ary Fontoura arrebentam, e Cacau é a comediante que todos já sabem de seu grande potencial para o humor. Lorena Comparato, Vinicius Wester, Carla Daniel, Mauricio de Barros e Cassio Pandolph também trazem humor a um filme que discute as várias diferenças, mas que deixa claro que as questões são as mesmas.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Mama


"Mama", de Li Dongmei (2020)

Premiado em diversos Festivais, "Mama"é um drama autobiográfico da roteirista e cineasta chinesa Li Dongmei, retratando a sua infância em uma cidade rural da China dos anos 90. XiaoXian é uma menina de 12 anos que mora com seus avós, para assim ficar mais próxima da escola. Ela mora com sua irmã pequena. O filme acompanha 7 dias na vida dessa família, até a chegada da mãe grávida e seu falecimento na hora do parto. Filmado como narrativa documental, e utilizando não atores, todos moradores da vila ande morou, a cineasta Li Dogmei fala sobre vida e morte e o tempo que custa a passar para os moradores da área rural. Entre uma e outra cena, o filme apresenta a família comendo, um momento especial onde todos se reúnem. Filmado com delicadeza e belas paisagens, o filme tem um ritmo bastante lento e que pode afastar espectadores comuns.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Mariposa


"Mariposa", de Marco Berger (2013)
Drama romântico LGBTQIAP+ argentino, escrito e dirigido pelo cineasta mais influente e premiado da cinematografia gay argentina, Marco Berger. "Mariposa"concorreu em Berlin e traz como protagonistas AIlin Sallas (Romana) e Javier de Pietro (German), ator fetiche de Berger e protagonista de várias de suas produções.
O filme parte de uma situação fantástica para narrar 2 histórias paralelas, protagonizadas pela mesma dupla de atores. Quando uma borboleta cruza o caminho de Romana, ela se divide em duas histórias: em uma delas, ela é meia irmã de German, são apaixonados um pelo outro mas não t6em como seguir adiante em sua paixão; em outra história, eles são namorados, mas o irmão dela é apaixonado pelo melhor amigo.
Acho esse o mais fraco dos filmes de Berger, mas o que vale e muito no filme é o elenco, formado pelos jovens mais lindos da Argentina. Além de Pietro e Sallas, tem Julio Infantino e Justus Calabria. O filme tem um olhar sobre esses jovens e seus corpos de forma extremamente erotizada e apaixonada.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Titânio


"Titane", de Julia Ducournau (2021)
Grande vencedor da Palma de ouro de melhor filme em Cannes 2021, "Titânio" chocou meio mundo com uma mistura insana de gêneros: terror, humor ácido, ficção científica e drama erótico. A história em uma frase: uma serial killer que faz sexo com um conversível vintage, engravida dele, foge e se faz passar por um garoto desaparecido para fugr da polícia. Mas o que mais interessa nesse filme da cineasta francesa
Julia Ducournau é como ela apresenta o filme: para quem assistiu a seu filme anterior, "Grave", sabe dos temas que ela traz: assédio moral e sexual, machismo, feminismo, desejos sexuais relacionados a algum tipo de fetiche e perversão, além de muita violência e gore. Em 2020, outro filme francês trouxe algo semelhante, porém no âmbito do realismo fantástico: "Jumbo", sobre uma mulher que se apaixona por uma roda gigante de um parque de diversões e faz sexo com ele.
Outra referência óbvia seria "Crash", de David Cronemberg, e o fetiche por automóveis e fazer sexo dentro dele, através de acidentes provocados. Essa estranheza de Cronemberg tem quase 20 anos, e tem o resgate no filme de Ducornou. É um filme tipo 'Ame-o ou deixe-o", sem meios termos.
Grande destaque para o trabalho de Agathe Rouselle, no papel de Alexia/Andre, e Vincent Lindon, no papel de seu "Pai".
Certamente um filme que não deixará ninguém advinhando a próxima cena.

Fotos privadas


'Fotos privadas", de Marcelo Gabronsly (2020)
Ótimo filme LGBTQIAP+ brasileiro, é um drama paulista que apresenta um jovem casal gay,
Rafa (Lucas Galvino) e Felipe (Antonio Miano). Em crise, o casal decide usar o aplicativo e chamar um peguete para uma transa a 3. Mateus (Vinicius Neri) chega, mas durante a relação sexual, apenas Rafa se diverte e faz sexo. Essa aventura irá faezr com que o casal discute a relação.
Com um excelente trabalho dos 3 atores, em performances viscerais e sacanas, repletas de tesão, "Fotos privadas" traz a discussão sobre o sexo sem compromisso na grande cidade. Fotografia, direção de arte e direção bastante pontuais, trazendo um resultado muito bom, o que justifica o prêmio menção honrosa no Out Film Festival.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Os olhos de Tammy Faye


"The eyes of Tammy Faye", de Michael Showalter (2021)
Cinebiografia de uma das maiores estrelas da televisão americana, a pastora eletrônica e empresária cristã americana Tammy Faye( Jsssica Chanstain), falecida de câncer aos 65 anos em 2007.
Nascida em Minnesota, Tammy foi criada em uma família rigorosa e cristã. Foi esposa do tele-evangelista Jim Bakker, com quem liderou a série de televisão religiosa The PTL Club de 1976 a 1987. Depois da falência da produtora PTL Satellite Network em 1987 e diversos escândalos de dinheiro e sexo envolvendo o seu marido, pediu divórcio em 1992 e casou em 1993 o empresário Roe Messner.
Andre Garfield interpreta Jim Bakker. O filme, produzido por Jessica, tem uma produção impressionante, começando nos anos 50 e indo até os anos 2000, com requinte de Arte e figurinos. A fotografia é outro grande destaque. A maquiagem é o chamariz do filme: Tammy foi conhecida por sua maquiagem excessiva e cílios enormes. Jessica incorpora a personagem com muita destreza, engolindo a todos que estão com ela em cena. Mas é também um filme longo, arrastado, chapa branca, que diverte pela bizarrice e cafonice da proposta.

domingo, 17 de outubro de 2021

Aterrorizados


"Aterrados", de Demián Rugna (2018)
Premiado em importantes Festivais de cinema de gênero, "Aterrorizados" é um terror argentino que foi adquirido por Guillermo del Toro para uma refilmagem. A história gira em torno de atividades paranormais que acontecem em um bairro do subúrbio de Buenos Aires. Ali, fatos estranhos estão ocorrendo, causando a morte estranha de alguns moradores. Dois paranormais, um policial e um delegado procuram descobrir o que pode estar por trás das mortes, e para isso, cada um segue para uma casa.
Bastante criativo, 'Aterrorizados" conta com um roteiro assustador, apesar da já batida história de espíritos que invadem casas. Mas o diretor e roteirista Demián Rugna cria elementos de tensão, aliados a um fino humor, que deixam o espectador atento aos detalhes. O filme segue sem ser previsível até seu desfecho, abrupto. Os efeitos são bons ara uma produção de baixo orçamento. A cena da criatura vindo em direção do carro é brilhante.

Ainda temos a imensidão da noite


"Ainda temos a imensidão da noite", de Gustavo Galvão (2019)
Vencedor de prêmios em Festivais de cinema, "Ainda temos a imensidão da noite" segue os passos do clássico O Sonho não acabou", de Sergio Rezende, de 1982. Ambos os filmes falam sobre uma juventude contestadora, sufocada por uma cidade que não oferece futuro para aqueles que buscam um caminho de liberdade, de criação artística de sonho.
Karen (Ayla Gresca) é uma trompetista de uma banda de rock em Brasília nos dias de hoje. Todos os integrantes da banda sentem a dificuldade de seguirem com o sonho de continuar na música, e acabam se dissolvendo. Pedro, ex-namorado de Karen, decide ir para Berlin. Karen não quer ir, mas um tempo depois, ela vai, querendo mudar sua vida. Mas chegando lá, ela encontra um Pedro mudado, e apesar de estar em outro país, o sentimento de não pertencimento permanece.
Um filme pessimista sobre uma geração que perdeu seu prumo, no auge da fase criativa. Dotado de uma incontrolável melancolia, o filme oferece um olhar triste e desesperançoso sobre o Brasil e sobre seus jovens. Rodado em Brasília e Berlin, o filme traz um elenco de rostos jovens, com variações na qualidade de atuação.

sábado, 16 de outubro de 2021

Jesus kid


"Jesus Kid", de Aly Muritiba (2021)
Vencedor de 3 prêmios no Festival de Gramado 2021: melhor direção, roteiro (adaptado da obra de Lourenço Mutarelli) e ator coadjuvante, para Leandro Daniel, "Jesus Kid" é uma crítica ao Governo , e principalmente, ao processo de criação de um roteirista de cinema, que é obrigado a se vender a um esquema de projeto comercial para ganhar dinheiro e acaba projetando na sua vida pessoal a presença de seu personagem dos quadrinhos, "Jesus kid". Um produtor convida Eugenio (Paulo Miklos) , autor dos quadrinhos de Jesus Kid, a vender os direitos para o cinema. De inicio Eugenio recusa, mas precisando de dinheiro, aceita. Ele precisa ficar imerso em um hotel para escrever, mas a presso comercial sobre o projeto o faz alucinar, imaginando que Jesus Kid (Sergio Marone) surge em carne e osso.
"Jesus Kid", de Aly Muritiba. Vencedor de 3 prêmios no Festival de Gramado 2021: melhor direção, roteiro (adaptado da obra de Lourenço Mutarelli) e ator coadjuvante, para Leandro Daniel, "Jesus Kid" é uma crítica ao Governo , e principalmente, ao processo de criação de um roteirista de cinema, que é obrigado a se vender a um esquema de projeto comercial para ganhar dinheiro e acaba projetando na sua vida pessoal a presença de seu personagem dos quadrinhos, "Jesus kid". Um produtor convida Eugenio (Paulo Miklos) , autor dos quadrinhos de Jesus Kid, a vender os direitos para o cinema. De inicio Eugenio recusa, mas precisando de dinheiro, aceita. Ele precisa ficar imerso em um hotel para escrever, mas a pressão comercial sobre o projeto o faz alucinar, imaginando que Jesus Kid (Sergio Marone) surge em carne e osso.

Halloween kills: o terror continua


"Halloween kills", de David Gordon Green (2021)
Confesso que não sei se gostei desse filme, que é continuação direta do excelente filme de 208, dirigido pelo mesmo cineasta. Mas aqui, o roteirista extrapola os poderes de Michael Myer, que consegue estar em vários lugares ao mesmo tempo, mata uma centena de pessoas e está mais violento do que nunca. O que mais me irritou, foi esse filme ter reunido todos os sobreviventes de todos os filme,s incluindo as duas crianças do filme original, agora ja adultos, tê-los transformado em seguidores de Trump de extrema direita, uma turma que decide caçar Michael Myers armados até os dentes. O filme estragou todos os personagens, e nunca mais conseguirei rever os filmes anteriores sme pensar no que o roteirista os transformou.
A história segue Michael novamente querendo matar Laurie (Jamie Lee Curtis) e sua filha e neta, mas para isso, deixa um rastro impressionante de mortes brutais.
Fiquei irritado, e por isso, não curti.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

O fio invisível


"Distancia de rescate", de Claudia Llosa (2021)
Drama de realismo fantástico e suspense chileno, dirigido pela mesma cineasta do premiado "A teta assustada". "O fio invisível" é adaptação do livro da escritora argentina Samanta Schweblin, "Distância do resgate". O filme concorreu no prestigiado Festival de San Sebastian.
O filme tem uma trama muito complexa e confusa. Amanda (Maria Valverde) vai passar uma temporada com sua filha pequena Nina em uma cidade do interior da Argentina. Enquanto seu marido não chega, Amanda faz amizade com a vizinha Carola (Dolores Fonzi), mãe do menino Davi. Coisas estranhas passam a contecer, envolvendo população que nasceu deformada por conta de água poluída por fertilizantes e também reencarnação.
Confuso até não poder mais, o filme tem uma narrativa não linear narrados em off pela protagonista Amanda, que não sabe o que está acontecendo com ela. Com ótimos trabalhos das atrizes, o filme é anunciado como terror, mas certamente o público irá e irritar bastante com esse olhar bastante autoral sobre mulheres e relacionamentos com seus filhos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Deixe nevar


"Let it snow", de Stanislav Kapralov (2020)
Filme de terror co-prduzido pela Ucrânia/Georgia/Estados Unidos e Espanha, "Deixe nevar"foi rodado nas montanhas geladas da Georgia, país do Leste Europeu.
Max (Alex Hafner) e Mia (Ivanna Sakhno) são um casal de americanos que viajam de férias para a Geórgia para conhecer uma região icônica das montanhas geladas da Georgia. A gerente do hotel avisa para eles que não visitam um espaço, mas eles não dão muita atenção. Há 3 anos atrás, esquiadores mataram atropelados uma menininha, e o pai dela jura vingança e mata a todos que circulam por ali.
Apesar da história mega batida, essa produção tem um alo valor de produção, considerando o seu orçamento modesto e rodado durante a pandemia com poucos atores. Bons atores, ótima fotografia e uso de drones e outros equipamentos fazem o filme merecer um prestígio como pasatempo.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Cam Boy


"Cam boy", de Thom Fitzgerald (2021)

Série LGBTQIAP+ em 6 episódios escrita e dirigida pelo canadense Thom Fitzgerald, apresenta o protagonista Aston um jovem atendente de uma loja de coffee shop. Durante a pandemia do covid, a loja em que ele trabalha está sem clientes. Para piorar a situação, o seu namorado o abandonou e se mudou para Nova York. Sozinho em Nova Escócia, cheio de dívidas, Aston não vê outra solução senão a de se tornar um Cam Boy do sexo. Para isso, ele procura um outro cam boy, Jake, para lhe ensinar a como realizar fetiches de clientes.Apesar do tom dramático e bastante erótico e sexual da série, o roteiro traz bastante humor repleto de picardia. Callum Dunphy, no papel principal, está excelente: dramático, engraçado,s exy e se colocando totalmente à disposição da história e do personagem. Totalmente nú em cena, fazendo muita sacanagem e realizando fetiches de clientes, ele domina a cena. O Sucesso é tanto que foi encomendada uma 2a temporada.

Blue Bayou


"Blue bayou", de Justin Chon (2021)
Drama independente americano, escrito, dirigido e protagonizado por Justin Chon, americano descendente de sul coreanos.
O filme é um drama bastante melancólico sobre uma América de losers, mais precisamente, de estrangeiros adotados por americanos quando crianças e crescidos nos Estados Unidos, sendo considerados americanos. Mas por conta de erros na burocracia e na papelada de adoção, muitos, no governo Trump, foram deportados de volta para o seu país de origem, se saber falar a língua, sem família local, totalmente abandonados, mesmo sendo americanos.
Essa é a história de Antonio Leblanc (Chon), adotado por americanos, casado com a enfermeira Kathy (liicia Vikander) e pai adotivo de Jessie, uma menina filha do casamento anterior de Kathy. Por ter ficha suja, por um roubo que cometera no passado, Antonio tem dificuldades de conseguir emprego. Durante uma discussão com Kathy em um mercado, ele recebe voz de prisão de policiais, e a decisão judicial é pela sua deportação.
Com boas performances do elenco, o filme explora o drama dos deportados por adoção, mas o tom acaba pesando no melodrama, com muito choro e separação, principalmente na relação de Antonio e Jessie.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Coração errante


"Errante corazón", de Leonardo Brzezicki (2021)
21 anos depois de protagonizar "Plata queimada", drama LGBTQIAP+ argentino que o tornou famoso no mundo inteiro, o astro argentino Leonardo Sbaraglia retorna a outro personagem gay, só que dessa vez de uma forma mais crua e visceral.
Em "Coração errante", do argentino Leonardo Brzezicki e co-produzido por Brasil e Argentina, Sbaraglia participa de cenas de orgias com outros homens e fica totalmente n, em uma cena antológica, bêbado e cantando "Careless whisper".
Leonardo é Santiago, um homem bem sucedido, pai de uma filha rebelde adolescente, divorciado, deprimido pela separação. Bissexual, ele participa de orgias e vive em busca de amantes do sexo masculino. Essa busca pelo sexo sem paixão o coloca em um caminho errático, que colide com o de sua filha, também desprovida de amor próprio. Juntos, eles seguem para o Rio de Janeiro de férias, onde Santiago vai atrás de sexo, e a filha em busca de sua mãe.
Com uma performance arrebatadora de Sbaraglia, o filme traz um tom bastante dramático e melancólico aos personagens, que buscam o sexo como forma de suprir carências. O filme é longo, possui muitos personagens que entram e saem, mas a força das interpretações seguram a atenção do espectador, além das quentes cenas de sexo.

domingo, 10 de outubro de 2021

Os amigos


"Les amis", de Gérard Blain (1971)
Clássico LGBTQIAP+ francês, lançado em 1971, "Os amigos" concorreu no Festival de CAnnes, e venceu o prêmio de melhor filme em Locarno.
Escrito e dirigido por Gérard Blain, o filme apresenta Paul (Yan Epstein), um rapaz bonito de 16 anos, órfão de pai. Ele é de classe média e sua mãe, costureira. Paul deseja as coisas boas da vida, até que conhece Philipe (Philipe Marsch), um rico industrial, casado mas sem filhos. Philipe decide bancar Paul em seus desejos: cursos de interpretação, roupas, viagens. Até que em uma viagem, Paul conhece a jovem Marie Laure, por quem se apaixona.
Por conta da censura da época, a relação homossexual entre Paul e Philipe é sugerida, mas ainda assim, o filme apresenta fortes cenas homoeróticas. A beleza do jovem ator Yan Epstein é um grande chamariz do filme, mas as performances no estilo de Robert Bresson, "os atores-modelos", acabam fazendo com que o personagem seja mais uma presença em cena do que propriamente um bom ator.

Rocco


"Rocco", de Thierry Demaizière e Alban Teurlai (2016)
Exibido no Festival de Cannes, o documentário "Rocco" faz um Raio X em um dos maiores astros da indústria pornô de todos os tempos, o italiano Rocco Siffredi, que se aposentou em 2016 e desde então, se dedica a dirigir e produzir filmes pornôs através de sua produtora.
O filme acompanha Rocco dois anos antes da aposentadoria em uma filmagem na Itália e de pois, em seu último filme, um projeto americano junto do astro americano James Deen.
Rocco se vangloria de ter participado de mais de 300 filmes e em mais de 100 cenas, pelo período de 3 décadas. O filme acompanha também o seu dia a dia em família: sua esposa, uma ex-miss húngara e ex-atriz pornô, mãe dos dois filhos adolescentes de Rocco. Através da história de Rocco, o filme traça um painel na indústria pornô e também, no olhar machista sobre um universo onde mulheres gostam de ser maltratadas, espancadas e participando de orgias. A cena onde Rocco enfia quase que o braço todo na boca de uma garota de 18 anos, que chega a chorar, é ultrajante, mas segundo a menina, ela estava adorando.

A mansão


"The manor", de Axelle Carolyn(2021)
Drama de terro escrito e dirigido pela cineasta Axelle Carolyn, cujo maior atrativo é o protagonismo de Barbara Hershey. Ela interpreta Judith, uma ex-bailarina aposentada, e que, após sofrer derrame, decide se internar em um asilo para idosos. Sua filha e seu neto a levam até lá, sendo que Judith é muito apegada ao neto. Isolada do mundo, sem internet, Judith faz amizade com alguns internos, mas divide o quarto com uma idosa que sofre alucinações. Uma noite, Judith acredita ter visto um ser em forma de árvore, mas ninguém lhe dá atenção.
Com referências ao mito da eternidade de "Fome de viver", "A mansão" é um fraco terror com roteiro e diálogos pobres, e efeitos e fotografia que parecem ter vindo de algum filme de terror obscuro dos anos 80. Além de Hershey, outro veterano está no filme: Bruce Davison. Ambos fazem o que podem, mas o filme não tem apelo e o suspense é zero.

sábado, 9 de outubro de 2021

Injustice


"Injustice", de Matt Peters (2021)
Baseado na série de videogame Injustice: Gods Between Us e nos quadrinhos de mesmo nome, a animação da Warner e da DC traz a Liga da Justiça em um mundo alternativo. Superman descobre que vai ser pai, mas o Coringa sequestra Lois e a mata. Sedento de vingança, Superman decide acabar com a violência no mundo, eliminando governos autoritários. No entanto, acaba que ele mesmo se torna um fascista, determinando o que as pessoas podem ou não fazer. Batman e os outros heróis tentam impedir SUperman e uma intensa chacina começa.
O filme, importante dizer, não é para crianças nem adolescentes. O filme apresenta cenas de violência extrema, com Superman e outros vilões aniquilando quem se colocar em seu caminho. Muitos heróis queridos são assassinados, mas como é um mundo alternativo, tá valendo tudo. No geral, a história é fraca, motivo para matar heróis, algo que a série "The boyz" já fez muito melhor.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Angels in America: National Theatre live


"Angels in America: National Theatre live", de Marianne Elliott e Bridget Caldwell (2017)
Versão filmada da premiada adaptação da clássica peça teatral escrita por Tony Kurshner em 1991, foi lançada em 2017 em Londres e depois exibida na Broadway com um elenco de grandes estrelas: Nathan Lane, Andrew Garfield, Nathan Stewart Jarret, entre outros. A montagem ganhou os Tonys de melhor revival, melhor ator para Garfield e ator coadjuvante para Lane.
A primeira montagem foi exibida na Broadway em 1993, e depois teve a famosa série com Meryl Streep, Emma Stone e Al Pacino. Andrew interpreta o judeu soropositivo Prior Walter e Nathan Lane, o arrogante agente Roy Cohn. Ambientada na América dos anos 80, durante a epidemia da Aids, a peça trata de forma metafórica sobre o avanço da Aids e a homossexualidade na era Ronald Reagan, que deu as costas para a doença.
O filme tem 7:30 horas e meia de duração, dividida em 2 partes de quase 4 horas cada: O milênio se aproxima e Perestroika.
O elenco é formidável, e Garfield surpreende em um difícil personagem, repleto de camadas. Os cenários são muito bem elaborados para o enorme palco do National Theatre, e as câmeras captaram com detalhamento todas as performances. Para quem é amante do texto, é um programa obrigatório.

Fuja


"Flee", de Jonas Poher Rasmussen (2021)
Super premiada animação que mistura ficção e documentário, venceu os cobiçados prêmios de melhor documentário no Festival de Sundance e o Annecy de melhor filme. O filme é baseado em uma potente história real, com o protagonista tendo o pseudônimo de Amin para proteger a pessoa real.
O filme é uma co-produção de 10 países, e tem entre seus produtores, os atores Riz Ahmed e o dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau.
Amin nasceu em Kabul, Afeganistão, e durante a invasão russa em 1984 ele e sua família fogem para a Rússia, logo após a queda do comunismo no país. O país sofre com falta de alimentos, corrupção policial. O desejo da família de Amin é se mudar pra Suécia. Com o passar dos anos, Amin descobre seus desejos por outros homens.
Com uma ótima trilha sonora recheada de clássicos pop, como "Take on me", do A Ha, e "Veridus Quo", do Daft Punk, o filme é narrado pelo verdadeiro Amin, hoje casado com outro homem e morando na Dinamarca.
A história trágica de sua família, que viveu sob o peso do governo afegão e russo, é retratada com muita emoção, mesmo tendo um cruel e violento background.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Tem alguém na sua casa


"There's someone inside your house", de Patrick Brice (2021)
Baseado no livro escrito em 2017 por Stephanie Perkins, "Tem alguém na sua casa" é uma homenagem aos slashers dos anos 90, com elenco de jovens e belos atores mas com performances medianas, muito gore e trilha pop.
Makani é uma jovem estudante que se muda do Hawaii para Nebraska junto de sua avó. Ela logo descobre que jovens da escola estão sendo assassinados e seus segredos, expostos para todos. O serial killer usa máscaras 3D de suas próxima svítimas, matando-as com espada. Makani também tem um segredo e precisa agir rápido antes que também seja mora.
Um filme mais do que genérico, que serve como passatempo para quem gosa de ver cenas de pessoas sendo mortas por espadas. No mais, é um filme sem criatividade e que, espantosamente, foi produzida por James Wan e por Shaw Levy, um dos produtores de "Stranger thngs".

A vontade dos Deuses


"As the Gods will", de Takashi Miike (2014)
A popular série sul coreana da Netflix, "Round 6", foi considerada um plágio do filme cult de Takashi Miike "A vontade dos Deuses". A coincidência é enorme: no filme, um grupo de estudantes se vê dentro de jogos baseados em brincadeiras infantis para sobreviver. O 1o jogo se assemelha a "Batatinha frita 1,2,3": O Deus Daruma mata quem se mexer durante sua brincadeira. Shun Takahata, um jogador de games violentos, desabafa que a sua vida está um tédio, mas ao chegar na escola, descobre que os Deuses estão controlando a vida de todos, matando um a um e os obrigando a participar de jogos mortais.
Takashi Miike é dos cineastas que mais filme no mundo, tendo uma média de 4 filmes por ano: é dele as obras-primas "Audition" e "Ichi, o assassino". Aqui, os efeitos são ótimos e a violência gore não pouca esforços em chocar o espectador com cenas de assassinato brutais e exagerados.

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

V/H/S 94


"V/H/S 94", de Simon Barrett, Chloe Okuno, Ryan Prows, Jennifer Reeder e Timo Tjahjanto (2021)
Boa antologia de terror da franquia de sucesso "V/H/S", com a diferença que esse foi rodado durante a pandemia do Covid, com histórias com elenco restrito em relação a personagens.
O filme novamente apresenta um grupo de batalhão especial da SWT que invade uma casa onde foi registrada ocorrência e ali encontram fitas VHS. A partir daí, acompanhamos 4 histórias:
O homem rato- Uma repórter decide invadir um esgoto e buscar a lenda urbana do Homem-rato, que dizem, ataca as pessoas de noite
O despertar- Durante uma tempestade, uma mulher é obrigada a permanecer sozinha em um velório com um caixão. O caixão se mexe,e a mulher acredita que o morto ainda está vivo
O sujeito- Com elenco e equipe filipino, esse episódio apresenta um cientista fazendo experimentos com seres humanos para criar um robô humano. A polícia invade o espaço, mas acabam sendo mortos pela criatura.
Terror- Um grupo de milícia de extrema direita vai para um treinamento em uma área deserta e é atacada por um monstro
O filme é o mais fraco da franquia, mas vale ser visto pelo episódio filipino, que é excelente, com ótimo roteiro, efeitos e direção, além do gore e do sangue espirrado.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

A casa sombria


"The night house", de David Bruckner (2021)
Ótimo drama de terror psicológico, com elementos de sobrenatural, "A casa sombria" narra a história de Beth (Rebecca Hall, muito bem) uma mulher em luto pela repentina morte de seu marido, Owen, que se suicidou com um tiro.
Beth é aconselhada pelos amigos próximos a não vasculhar pelas coisas do falecido, mas Beth ignora e estranha que no celular de Owen tenham fotos de mulheres que ela mesmo tem dúvida se é ela. Além disso, livros e outros objetos que fazem Beth desconfiar de Owen, e para tal, ela vai tentar buscar a verdade.
Com uma boa direção e uma atmosfera que propicia sustos e jump scares, "A casa sombria" procura deixar o espectador em constante suspense para desvendar junto com a protagonista, os segredos do falecido marido e da casa onde Beth mora sozinha. A fotografia ajuda bastante a criar um clima de pesadelo e paranóia. Um bom filme, curioso, mas quem busca um terror com sangue e violência, não vai encontrar aqui.