sábado, 30 de outubro de 2021

Deus tem Aids


“Deus tem Aids”, de Fabio Leal e Gustavo Vinagre (2021)
Dois premiados cineastas Queer brasileiros e unem em um polêmico e contundente documentário que traça um painel dos 40 anos da Aids no Brasil. A última cartela do filme traz o alarmante anúncio: “Por ano morrem mais de 10 mil pessoas com Aids no Brasil. Cada um deles tem uma história por trás.”
Pois “Deus tem Aids” traz o depoimento de 8 portadores de HIV em São Paulo: Ronaldo, Paulx, Micaela, Marcos, Flip, Kako, Ernesto e Karué. Em meio aos depoimentos, o espectador acompanha performances onde o corpo nú masculino é explorado, seja em performances ou em uma peça de teatro. O mais instigante é entender o duplo sentido usado na palavra “positivo”. A pessoa com o vírus é chamada de “soropositivo”, como se fosse algo bom. Mesma coisa ao termo “carimbado, gíria para portador do HIV, que estigmatiza dentro d apropria comunidade LGBTQIAP+.
O depoimento de Micaela é perturbador, quando ela relata que criança, ela sofreu o estigma de ser portadora. As cartelas que finalizam o documentário comentam sobre como o governo de Bolsonaro abafou as medias contra o HIV, dificultando o tratamento.
Fabio Leal dirigiu dois curtas excelentes, “O porteiro do dia” e “Reforma”. Gustavo Vinagre dirigiu os documentários “Lembro mais dos corvos”, A rosa azul de Novalis” e a ficção “Nova Dubai”., todos premiadíssimos em Festivais. O título “Deus tem Aids” vem de um poema lido por um dos entrevistados.

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