sábado, 31 de outubro de 2020

As Panteras detonando


"Charlie's angels: The full throttle", de Mcg (2003)
Franquia iniciada em 2000 com as atrizes Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu interpretando as icônicas detetives que trabalham para a agência Charlie, as "Charlie's angels". A série de tv que rodou os anos 70 com extremo sucesso foi uma promissora renovação advinda da onda feminista que sacudiu a América a partir do final dos anos 60, que trouxe para o protagonismo mulheres fortes, com personalidade e que não se deixavam abater pela sociedade machista e conservadora, abusando da sensualidade e do humor para resolver histórias de vilões que desejam dominar o mundo.
Drew Barrymore é a produtora, e escalou o Cineasta Mcg, que iniciou sua carreira com video-clips e trouxe essa linguagem para a franquia. Esse segundo filme foi lançado 3 anos depois do original, mas obteve muitas críticas negativas, vencendo inclusive diversos prêmios Framboesa, dedicado aos piores filmes do ano. O filme é inferior ao original, mas dependendo do humor do espectador, pode ser um grande passatempo ou um filme que corrobora com a opinião dos críticos. Tanto ódio ao filme vem do fato das cenas de ação serem extremamente exageradas, bizarras, inverossímeis, transformando as detetives em super heroínas com super poderes, capazes de fazer absolutamente tudo e sem se machucarem, apenas alguns poucos arranhões. A doideira visual e narrativa é tanta que, em determinando momento,a vilã de Demi Moore voa sobre a cidade de Los Angeles usando apenas uma capa. Os efeitos especiais são toscos, é possível ver toda a computação gráfica. Mesmo assim, o filme foi um grande sucesso comercial. O que salva o filme é o carisma das 3 atrizes, e a participação especial de atores tarimbados como Bernie Mac, John Cleese e Luke Wilson. Shia Labeouf ainda era um adolescente, e mal aproveitado no filme. O filme foi bastante popular no Brasil pela presença de Rodrigo Santoro, fazendo um bandido todo mega sarado, e cenas sem camisa. As cenas musicais com Cameron Diaz são mega divertidas, e a trilha sonora recheada de clássicos pop.

Amor com data marcada


"Holidate", de John Whitesell (2020)
Tudo nessa comédia romântica é tão óbvio que a gente já sabe como o filme vai acabar em apenas dez minutos de filme. Todos os personagens, todas as situações, ja vimos centenas de vezes. Mas o que faz do filme, escrito pela roteirista Tiffany Paulsen ser agradável, é o tom nostálgico de filmes dos anos 80 e 90, ambientado em feriados natalinos, dia dos namorados e etc, o que confere boas piadas. O casal principal, Emma Roberts, surpreendendo como heroína cômica, e o galã bobalhão de Luke Bracey, dois atores defendendo com alegria seus personagens. E como o maior de todos os clichês, a icônica cena de dança de "I had the time of my life", de 'Dirty dancing", com um desfecho hilário.
Emma Roberts é Sloane e Luke é Jackson. Eles moram em cidades diferentes e não se conhecem. Ambos são solitários e sempre sofrem nos feriados, quando a família se reúne e eles são os únicos solteiros. Pessimistas em relação a relacionamentos, eles não querem mais namoros. Até que se conhecem em uma fila de troca de presentes. Ambos decidem virar "namorados" apenas nos eventos familiares, mas claro que ao longo da amizade e da aproximação, algo mais irá acontecer.
O filme funciona bem como passatempo e tem momentos de comédia maluca e escatológica que lembram os filmes dos irmãos Farrely. Afinal, há quantos anos você não via uma cena da heroína romântica tendo diarréia?
O elenco de apoio também é muito bom, Kristin Chenoweth, como a tia tarada de Sloane, e Frances Fisher, como a mãe de Sloane que fica toda hora querendo arrumar namorados para ela.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

As Panteras


"Charlie's angels", de Elizabeth Banks (2019)
Reboot da franquia milionária dos anos 2000 protagonizada por Lucy Liu, Cameron Diaz e Drew Barrymore, aqui substituídas por Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska. Essa nova versão não deixa dúvidas sobre o seu propósito: uma aventura pós #Metoo, onde absolutamente nenhum homem branco vale um centavo. As mulheres são todas valentonas, e a sororidade grita alto. A cena final, com um mar de homens derrotados e dezenas de mulheres empoderadas cantando vitória é sintomática: o mundo é das mulheres. Elisabeth Banks acumula 3 funções: Diretora ( pela 1à vez uma mulher dirige um filme de "As Panteras"), roteirista e atriz, interpretando Bosley, o alter ego de Charlie.
As 3 detetives tentam desbaratar uma quadrilha que fabrica um poderoso armamento químico, e para isso, viajam para a Alemanha, Turquia e Londres. Não existe nada de novo no front dessa aventura, que segue com um roteiro comum à franquia. O que me surpreendeu foi a qualidade dos efeitos, bem toscos em comparação a outros filmes blockbusters. Um passatempo curioso, mas que dá saudades da franquia anterior, certamente bem mais divertida e pop.

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O que ficou para trás


"His house", de Remi Weekes (2020)
Excelente, comovente filme de terror inglês, longa de estréia do cineasta Remi Weekes, e vencedor de um prêmio especial no Festival de Sundance 2020.
O filme lembra bastante "Corra!" e também "O iluminado", mas o melhor é o roteiro se apropriar do drama dos refugiados na Europa para fazer uma metáfora bastante criativa e assustadora sobre a imigração. Outro ponto a destaca, é a performance do casal de protagonistas, em atuações avassaladoras: Bol (Sope Dirisu) e Rial (Wunmi Mosaku). Os complexos personagens transitam entre o drama, o terror, o romance e o desespero, mas tudo com bastante realismo.
Impossível não associar o filme à 'Corra!": produção independente, cineasta negro, protagonistas negros lutando contra uma sociedade branca que os v6e como figuras marginalizadas. O uso de realismo fantástico e terror são outros elementos que o associam à Jordan Peele, e também ambos estrearam em Sundance com aplausos da crítica.
Com a guerra no Sudão, o casal Bol e rial fogem com a filha Nyagak para o Reino Unido. No entanto, com a tempestade, o barco vira e a menina morre. Os sobreviventes são presos e levados para um acampamento de refugiados em Londres. Com o passar do tempo, Rial e Bol são agraciados com uma casa na periferia, dentro de um conjunto habitacional, onde os próprios negros os descriminam por serem africanos. Logo, descobrem que a casa onde moram é assombrada e que o fantasma da menina veio se vingar.
Ótima direção e um roteiro surpreendente co um Plot Twist que me fez virar da cadeira e gritar! Imperdível e o final merece umas lágrimas derramadas!

Intrusa


"Intruder", de Sohn Won-Pyung. (2020)
Longa de estréia da roteirista e cineasta sul coreana Sohn Won-Pyung, "Intrusa" é uma trama de suspense que remete à filmes de sucesso, como "Parasita".
A trama é bastante mirabolante e inverossímil, mas ainda assim é um ótimo passatempo, muito por conta do trabalho do elenco, em especial, Song Ji-Hyo, no papel da misteriosa Jin Iio.
Jin Seo é um arquiteto que vive o luto da morte de sua esposa. Ele mora com sua filha pequena na casa de seus pais, que também vivem um luto pelo desaparecimento da filha dele,s há 26 anos atrás. Jon Seo se sente culpado pelo sumiço da irmã, pois ao invés de segurar em sua mão no parque, a soltou para comprar um balão. Um dia, um detetive avisa que sua irmã retornou. Mediante a inevitável felicidade de seus pais, Jin Seo estranha e desconfia de que ela pode não ser sua irmã.
Boa direção, bom ritmo e ótimos atores em uma trama cheia de plot twists e uma resolução meia boca.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

G


"G", de Naruebet Kuno (2018)
Lindo drama romântico LGBTQIA+ tailandês, escrito e dirigido por Naruebet Kuno. O filme em como temas a amizade entre um grupo de jovens rapazes afeminados, que precisam dar a volta por cima de valores como traição e ciúmes para serem felizes.
Joe é um estrangeiro que namora cinco rapazes ao mesmo tempo, sem que eles saibam. Quando os cinco descobrem o namorado em comum, se desesperam. Na união pela frustração, os 4 rapazes se tornam amigos inseparáveis. Mas quando um quinto amigo diz que irá se casar com Joe, todos voltam a sentir a mesma frustração e tristeza por perderem o homem que amam. Até que o amigo convida os 4 para serem padrinhos do casamento deles. A delícia do filme é assumir como protagonistas 4 jovens atores lindos, mas afeminados sem afetação caricata. Todos bastante talentosos e entregues à uma história que brinca com a narrativa do melodrama, com direito a muito choro e ataques de piti. Locação belíssima em litoral tailandês, o filme é bem dirigido e com belos planos bem enquadrados.

Kelet


"Kelet", de Susani Mahadura (2020)
A protagonista Kelet é descendente de africanos da Somália que refugiaram para a Finlândia. Kelet é negra e trans. Todos os preconceitos foram colocados nessa pessoa que resolveu lutar pela sua dignidade. Sua família a abandonou quando ela fez a transição. Kelet foi morar em Manchester, Inglaterra, onde mora sua família. Mas ela resolveu voltar para a Finlandia para participar de um concurso de Vogue e assim, retornar com o queixo levantado e dizer a toda a sociedade conservadora finlandesa que ela é negra e trans, com muito orgulho.
As cenas de concurso VOGUE são sensacionais, ainda mais para quem assistiu à premiada série "Pose". A cineasta e roteirista Susani Mahadura é finlandesa, mas também negra. Ela não está no lugar de fala ao defender o gênero trans, mas em todos os outros quesitos, ela defende a imagem de Keslet, que tem um sonho de ser modelo. As cenas de Kelet com suas amiga strans são divertidíssimas. O filme foi premiado em diversos Festivais.

Motel diabólico


"Motel hell", de Kevin Connor (1980)
Cult de terrir de 1980, "Motel diabólico" é daquela leva de filmes que sobreviveram à uma revisão décadas depois. Logo no início, o filme diz que é baseado em uma história real. Para quem assistiu "O massacre da serra elétrica", irá assistir muitas semelhanças, principalmente pela família de canibais que sequestram as pessoas para fazer carne para vender, além da serra elétrica e da cabeça de porco no lugar da cabeça de Leatherface, o vilão do clássico de Tobe Hooper. O próprio Hooper foi cogitado para dirigir esse filme, mas quando viu que o filme tinha elementos de humor negro, desistiu.
Em uma motel de nome HELLO, mas cuja letra O se apagou e fica HELL, o dono, Vicente, e sua irmã, Ida ( Nancy Parsons, que foi a inspetora da série "Porky's") sequestram jovens e literalmente, plantam eles na terra, somente com a cabeça de fora, para que eles fiquem alimentados de adubo e posteriormente, terem sua carne moída. Quando as mais nova svítimas, Bo e sua namorada Terry são presos, Bo é plantado e Terry é levada para o Motel. Ao acordar, Vincent diz que o namorado dela morreu no acidente de moto e ele a salvou. Transtornada, ela acaba se apaixonando por Vincent, acreditando no ato de heroísmo dele, mas provocando ciúmes em Ida. Paralelo, o xerife da cidade, Bruce, irmão honesto, tenta descobrir o sumiço dos jovens e vai parar no motel dos irmãos.
O filme , mesmo que não seja perfeito, contém várias cenas antológicas: a plantação de cabeças e a sensacional luta de serras elétricas, com Vincent usando a cabeça de porco e grunhindo. Insanidade pura. Para quem curte relíquias dos anos 80, esse filme é imperdível.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

LoveCut


"LoveCut", de Iliana Estañol e Johanna Lietha (2020)

Um soco no estômago, esse premiado drama alemão é uma espécie de "Kids", de Larry Clark, em versão alemã. As cineastas e roteiristas Iliana Estañol, Johanna Lietha não economizam sofrimento e angústia na vida de 6 adolescentes em Berlin, às voltas com pedofilia, abandono, violência doméstica, evasão escolar, bullying, virgindade e tráfico de pornografia. Com cenas intensas e muito sexo, o filme, em tom absolutamente depressivo, apresenta uma geração sem rumo, sem futuro e desprovido de carinho familiar. Os 6 jovens atores estão excelentes, em um drama que faz pensar o papel do jovem nos dias de hoje e o que fazer para entender a cabeça de uma juventude que só quer viver o aqui e agora. É muito triste enxergar uma realidade que está bem à nossa frente, e que não parece ter solução.

domingo, 25 de outubro de 2020

As filhas de Abril


"Las hijas de Abril", de Michel Franco (2017)
Eu sou um fã do cineasta mexicano Michel Franco, realizador dos angustiantes "Nova ordem", "Crônica", "Ana e Daniel"e "Depois de Lucia". Constantemente comparado ao cinema de Michael Haneke e Lars Von Triers, pela forma pessimista com que encara as relações humanas, Franco produziu, escreveu e dirigiu esse drama sobre mulheres: mãe, duas filhas e uma neta. A sororidade passa longe na família de Abril e suas duas filhas, Clara, a mais velha, e Valeria, de 17 anos. Abril mora na capital do México, enquanto as filhas moram na cidade de Vallarla. Valeria está grávida de seu namorado Matteo. Carla acaba chamando a mãe, Abril, para ajudar Valeria na gestação e no parto, mas Valeria fica chateada, pois a relação entre mãe e filha não é das melhores. Quando a filha nasce, Abril decide entregá-la à adoção, considerando que os pais não têm condições emocionais para cuidar da criança.
Como todo filme de Franco, existem surpresas na trama que dão a virada dos personagens, de forma cruel e desumana. Não se pode falar muito para não dar spoiler, mas o espectador certamente ficará com ódio de determinados personagens.
Um show de performances em papéis complexos, o filme ganhou o Grande prêmio do Juri na Mostra semana da crítica em Cannes, além de outros prêmios em importantes Festivais. No final, fiquei com o título da comédia de Mario Monicelli, "Parente é serpente".

sábado, 24 de outubro de 2020

Falling


"Falling", de Viggo Mortensen (2020)
Estréía na direção do ator Viggo Mortensen, o eterno Aragorn de O senhor dos anéis", e que aqui, acumula as funções de protagonista, roteirista, produtor e compositor. O filme teve uma excelente acolhida em Festivais importantes de cinema, como Cannes, San Sebastian ( de onde saiu com um prêmio especial), Toronto e Sundance.
O filme é um drama intimista, uma homenagem de Mortesen à sua mãe, falecida há cinco anos, mas onde Mortensen fala de seu grande peso familiar: a presença fria do pai. O filme não é autobiográfico, mas Mortensen se apropria de sua própria história para exorcizar fantasmas do passado.
Mortensen interpreta John, um piloto de avião casado com um outro homem, Eric, e pai de uma filha adotiva. John recebe o seu pai, Willis (Lance Henriksen, de "Aliens, o resgate", em um papel dramático que provavelmente é o melhor de sua carreira). Ambos não se viam há muito tempo, e durante o filme, vamos entender o porquê: durante toda a sua vida, Willis foi um homem conservador: machista, homofóbico, maltratando o filho John, a esposa Gwen e a filha Gwen (Laura Linney, na fase adulta). Willis agora é um homem que sofre de demência, mas continua o mesmo homem turrão.
Li numa matéria que Mortensen quiz fazer no filme, uma metáfora da America dividida entre conservadores que apoiam Trump, e os democratas. É uma boa proposta, defendida com um elenco bastante forte, com a participação afetiva do cineasta David Cronemberg, que dirigiu Mortensen em dois filmes. Mas para mim, foi difícil me conectar com a história, mesmo que ela tenha uma história de redenção e de inclusão: o personagem de Willis é tão insuportável, que fica difícil perdoá-lo mesmo em sua reta final, pois durante a vida toda, ele infernizou a vida de todos. Até acho que Henriksen está com muita energia para interpretar um homem doente, mas relevo pelo fato de ele dar vida à um personagem complexo e bastante antipático.

Kubrick por Kubrick


"Kubrick by Kubrick", de Gregory Monro (2020)

Quem é fã de Stanley Kubrick provavelmente vai achar esse documentário redundante. Vários filmes já foram feitos sobre a vida de um dos maiores gênios do cinema. Todos falam sobre o seu perfeccionismo, a obsessão em filmar dezenas de takes, o seu método mão de ferro de dirigir os atores, a sua notoriedade no uso da fotografia, composição de quadros, etc.Para quem leu o livro de entrevistas do crítico francês Michael Ciment com Kubrick, "Conversas com Kubrick", vai ter uma sensação maior ainda de deja vu. Afinal, esse documentário 'Kubrick por Kubrick" nada mais é do que a transcrição dos áudios gravados durante a entrevista de Ciment com Kubrick por um período de 10 anos. Mesmo sabendo de tudo, o fã vai adorar ouvir a voz segura e firma de Kubrick, falando sobre o que a mídia costuma falar dele, sobre cada detalhe de cada um de seus filmes. O filme todo é montado através de uma sala cenografada com itens icônicos de cada um dos filmes de Kubrick, entrevistas com atores, técnicos e críticos de cinema e imagens dos filmes. Só o fato de rever cenas antológicas de seus filmes já dá vontade de rever tudo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Nova ordem

"Nueva orden", de Michel Franco (2020)
Vencedor do prêmio do juri no Festival de Veneza 2020, "Nova ordem" é escrita e dirigida pelo mexicano Michel Franco, que é famoso por realizar filmes onde o choque e a polêmica são temas importantes para a narrativa. Michel faz um tipo de cinema que o aproxima de Michael Haneke, Lars Von Triers e Amat Escalante: são filmes que incomodam, fazem o espectador se contorcer na cadeira pela perversidade, violência e crueldade.
Os outros filmes de Michel Franco ganharam prêmios em Cannes e foram elogiados no mundo inteiro, mas também ganharam detratores que dizem que seu cinema é misógino, violento, machista, feitos apenas com a finalidade de chocar. "Depois de Lucia", "Crônica", "Ana e Daniel" são alguns exemplos.
Eu diria que "Nova ordem" é uma mistura insana, política e sádica entre "Anjo exterminador" e "The purge". O que Bunuel não mostrou em "Anjo exterminador", Michel Franco faz questão de mostrar: a luta de classes levada ao extremo, no estilo de "The urge", quando a população resolve pegar em armas e se vingar.
Um casamento da alta sociedade está prestes a acontecer em uma mansão. Mas na cidade, populares de origem indígena se rebelam, e atavam a burguesia. A mansão é invadida e parte dos convidados é assassinada. A noiva é sequestrada pelos guerrilheiros e levada até um galpão, onde outros presos da alta burguesia são feito reféns. Estupros, torturas e outras atividades violentas são praticadas contra os reféns, aproximando de outro clássico, 'Saló", de Pasolini.
O filme acaba sendo uma grande alegoria sobre a luta de classes e sobre o poderio dos militares diante dos verdadeiros descendentes do México, que são os indígenas, que usam da mesma violência praticada pelo Governo. Olho por olho, dente por dente. Para quem ama violência extrema, o filme é prato cheio. As cenas com figuração são muito bem dirigidas, e o elenco está todo entregue ao jogo de perversidade de Michel Franco.

Borat: Fita de Cinema Seguinte


"Borat: subsequent moviefilm", de Jason Woliner (2020)
14 anos depois de "Borat", filme que trouxe a glória e o estrelato para o seu protagonista, Sacha Baron Cohen, eis que surge uma inusitada continuação. E para minha surpresa, tão boa quanto à original. Eu na verdade ri do início ao fim, com cenas de gargalhar aos gritos. Tudo aquilo que tinha no filme original está aqui: deboche com o modo de vida americano, mostrando as bizarrices em todas as esferas da sociedade do consumismo, da cirurgia plástica, da religião, dos judeus, da política. O alvo principal de Borat é o Governo de Donald Trump, que ele chama de Macdonald's Trump. Nessa crítica ácida à extrema direita, sobra até para Bolsonaro.
O filme começa com Borat no Cazaquistão, em um campo de concentração quebrando pedras. Ele foi acusado de ridizularizar o Cazaquistão perante o mundo, após o sucesso do primeiro filme. Mas aí ele tem a chance de se redimir, sendo enviado até os Estados Unidos novamente para acabar com Trump. Só que ao invés de seu fiel produtor, Azamat, dessa vez Borat é acompanhado de sua filha de 15 anos, Sandra Jessica Parker (Maria Bakalova). Ela foi criada com todos os preceitos da sociedade machista e fanática religiosa, onde a mulher não tem direito a nada. Mas em solo americano, ela descobre que a mulher sim, pode ter seus direitos. Esse é o grande diferencial e o grande mérito dessa continuação: o roteirista e o próprio Borat entenderem a evolução da sociedade nesses 14 anos que separam os dois filmes, e deixar claro que tudo mudou referente ao movimento de luta de direitos das mulheres e dos negros. O humor escatológico e politicamente incorreto de Borat continuam o mesmo, mas a mensagem final faz a diferença. Sacha Baron Cohen parece que ficou em uma redoma nesses 14 anos pois está igualzinho, e claro, mega talentoso e hilário. A jovem atriz búlgara Maria Bakalova é uma imensa revelação: divertida, e ao mesmo tempo, trazendo um enorme carisma a um papel bastante complexo. Para variar, o filme é recheado de participações: incluindo Tom Hanks. Outra crítica que o filme faz, e muito bem sacado, é ao mundo das celebridades instantâneas: por conta do sucesso do primeiro filme, o repórter Borat agora é reconhecido em todos os lugares, e os fãs vão atrás dele.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O telefone do vento


"The wind phone", de Kristen Gerweck (2019)

Vencedor do prêmio de melhor curta do Festival de Veneza 2019, e de outros 16 prêmios internacionais, "O telefone do vento" é baseado em uma intrigante e triste história real: Em 2012, na ilha de Otsuchi, no Japão, um tsunami matou 15 mil moradores. Uma cabine telefônica à beira de um penhasco foi o único cenário que se manteve de pé. Desde então, milhares de pessoas visitam a cabine, que não possui linha telefônica, para "ligarem" para seus entes queridos que se foram e pedir perdão. O filme é dirigido com muita sensibilidade, e com um ótimo time de atores japoneses que investem em drama de forma sensível. Belíssimas fotografia e trilha sonora.

Nunca fomos tão felizes


"Nunca fomos tão felizes", de Murilo Salles (1984)
Um absurdo essa obra-prima do cinema brasileiro não estar presente na lista dos 100 melhores filmes elaborado pela Abraccine. Longa de estréia do então fotógrafo Murilo Salles, que o lançou em 1984 e arrebatou diversos Prêmios nos Festivais de Brasília, Gramado e Locarno, entre outros. Murilo já era um fotógrafo famoso pelos sucessos de Bruno Barreto, "A estrela sobe" e "Dona Flor e seus dois maridos".
O filme é uma adaptação do conto "Alguma Coisa Urgentemente", de João Gilberto Noll. A adaptação foi feita por Jorge Durán, Alcione Araujo e o próprio Murillo. Ambientado em 1970, ano em que o Brasil ganhou a Copa, e auge da ditadura militar, somos apresentados ao adolescente Gabriel (Roberto Bataglin), estudante em um internato católico. Um dia, o padre anuncia a Gabriel que o pai dele, desaparecido há 8 anos, veio buscá-lo para levar para casa. Beto (Claudio Marzo) é um homem misterioso que traz Gabriel para morar em um enorme apartamento vazio de frente para a Avenida Atlântica, emprestado de sua "amiga" Leonor (Suzana Vieira). Para surpresa de Gabriel, Beto sai constantemente, deixando-o totalmente sozinho, e sobre a advertência de não trazer ninguém para casa e levar uma vida discreta.
Um dos melhores filmes brasileiros retratando a tragédia da ditadura militar no país, "Nunca fomos tão felizes" faz do aparelho de televisão a ponte de Gabriel para o mundo externo. Nesse mundo da ditadura, a televisão apresenta filmes românticos, músicas estrangeiras e reportagens enaltecendo o Governo e suas realizações. O silêncio que surge durante o filme todo, de ritmo lento e com poucos diálogos, é a metáfora sobre a falta de comunicação entre as gerações e entre o Governo e a população.
Suzana Vieira está excelente na personagem, e lamento que ela não tenha feito mais papéis no cinema. Claudio Marzo, um poderoso galã na época, retrata o pai guerrilheiro de forma humanizada, sem caricaturas. Roberto Bataglin representa toda uma geração que está alheia ao que se passa no país: bonito, rico, ele poderia ter tudo o que quizesse, mas o amor é um sentimento que ele jamais conseguiu experimentar. Ao contratar uma prostituta, ele reproduz contra ela toda a violência que surge diante de sua infelicidade. O filme tem um close ousado: uma vagina sendo depilada. A ficha técnica do filme traz toda uma leva dos melhores profissionais de cinema atuantes nos dias de hoje: a produtora Mariza Leão, a técnica de som Zezé da Alice, o produtor Rômulo Marinho, o diretor de arte José Joaquim Salles, o fotógrafo José Tadeu Ribeiro, entre outros. Um filme obrigatório.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Promiscuidade- Os pivetes de Kátia


"Promiscuidade- Os pivetes de Kátia", de Fauzi Mansur (1984)
Junto de "Amor estranho amor", de Walter Hugo Khouri, "Promiscuidade- os pivetes de Kátia" traz o tema da pedofilia em cenas explícitas de sexo. Escrito e dirigido por Fauzi Mansur, o filme se tornou objeto de culto, por conter cenas de sexo envolvendo crianças, em uma época onde no Brasil ainda não havia o estatuto do menor e do adolescente, o que permitia a presença de menores de idade em cenas de sexo, uso de drogas e bebidas. Além disso, o filme lida com incesto e com lesbianismo, prato cheio para os espectadores em busca de fetiches e devassidão nas telas do cinema.
Kátia (Kristina Keller) é casada com Mauro (Ênio Gonçalves). Ele trabalha para o pai de Kátia, que é dono de uma empresa ferroviária. Quando Mauro sofre um acidente de trabalho, ele se torna impotente. Kátia, uma ninfomaníaca, resolve fazer sexo com crianças, para poder iniciá-los sexualmente. A família de ária, pai e irmãos, resolvem bolar um plano para matar Mauro. Mas ele descobre a trama e resolve se vingar.
O mais doido do filme, é que ele mistura erotismo com uma trama de suspense. Os último 20 minutos do filme acontecem dentro de um trem, com a família toda sendo vítima da vingança de Mauro, em cenas hilárias, dignas de um filme Z. Mas aonde o filme ganhou fama foi nas cenas de sexo com crianças, e atualmente a versão completa está difícil de ser encontrada. No Canal Brasil e no Now é possível ver a versão editada com cortes. E testemunhar que o Brasil de 1984 permitia que tosse filmada cena onde uma fila de crianças de 6 a 12 anos se prepara para fazer sexo com Kátia. Um diálogo bizarro entre Kátia e uma criança: "Vamos fazer uma brincadeira mais gostosa do que pescar". E o menino""Melhor que pescar?". "Muito melhor".

Ligue Mãe!


"Ring Mamma", de Lisa Aschan (2019)
Comédia sueca nunca é exatamente uma comédia. Em "Ligue Mãe", dirigido e escrito por Lisa Aschan, temos traumas, melancolia, e tragédias familiares. Mesmo assim, o roteiro procura dar algum humor nas ações da protagonista Niki (Sanna Sundqvist), uma mulher de 35 anos, mas que não consegue tomar rédea de sua vida. Ela é professora de ginástica em uma escola de crianças, mas na hora do intervalo ela procura fazer sexo com outro professor escondida, na quadra esportiva. Viciada em sexo, ela contrata garotos de programa, bebe até cair e faz tudo errado na vida. A sua relação com sua mãe, Sofia (Nina Gunke) e o seu irmão Thomas é péssima. A única que a entende é a sobrinha, Liv, uma jovem de 14 anos que vê em Niki um exemplo de liberdade. Niki tenta se aproximar de sua mãe, mas ela a evita. Não consegue conceber uma mulher na dade dela sendo tão irresponsável. Mas quando Sofia começa a tratá-la mal, ela logo descobre motivo: sua mãe está com câncer terminal.
Escorado por excelente performances do elenco feminino, e cenas de sexo ousada para uma comédia, o filme é um retrato duro e cruel sobre uma geração na faixa dos 30/40 anos que se perdeu e não encontra ambições na vida. Ótimos diálogos e cenas contundentes e emocionantes que ao mesmo tempo que nos fazem recriminar as atitudes da protagonista, nos fazem querer se apaixonar por ela.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Kajjilionaire

"Kajjilionaire",de Miranda July (2020)
A cineasta americana Miranda July despontou no Cinema em 2005 com 'Eu, você e todos nós", que de cara, amealhou 4 prêmios no Festival de Cannes, incluindo melhor filme na Semana da crítica. Depois em 2011 lançou "O futuro", que não fez tanto sucesso. Agora, com "Kijjionaire", ela retorna com uma produção da PLAN B de Brad Pitt. O elenco é avassalador: Evan Rachel Wood, Richard Jenkins, Debra Winger e Gina Rodriguez interpretam 4 vigaristas que vivem de dar trambiques na cidade de Los Angeles. Old Dollio (Wood) é uma jovem filha de Teresa (Winger) e Robert (Jenkins). Desde pequena, o casal a ensina a dar trambiques e praticar roubos pequenos. Old Dollio nunca recebeu carinho e amor dos pais, que a tratam como uma empregada. Eles moram em um escritório ao lado de um prédio em construção e devem meses de aluguel.
Quando ganham em um sorteio 3 passagens aéreas, resolvem dar o golpe das malas roubadas na Cia aérea. É quando entra em cena Melanie (Rodriguez), que é convidada pela dupla a fazer parte do bando e praticar um roubo maior. Só que Old Dollio fica com cíúmes da atenção que os pais dão para a nova integrante.
Muitos críticos consideram esse o melhor filme de July, uma notória video artista. eu particularmente gosto muito de "Eu, você e todos nós". "Kajjillionaire" é arrastado, o humor nem sempre funciona. É um bom filme, super elenco, e sempre bom rever Debra Winger. Mas não me cativou. O filme concorreu em Sundance 2020.
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Alice Junior


"Alice Junior", de Gil Baroni (2019)
Rara produção vinda de Curitiba, e que conseguiu um feito que pouco filmes brasileiros conseguiram: Foi pro Festival de Berlin, San Sebastian, entre outros, e ainda venceu o Félix no Festival do Rio, dedicado a filmes de temática LGBTQIA+. Anna Celestino, blogueira e youtuber trans pernambucana, protagoniza essa fábula romântica, no papel de Jean Genet Junior, ou melhor, Alice Junior. Dona do canal "Alice responde", dedicada a questões sobre o corpo em transição, Alice é pega de surpresa pelo pai, Jean Genet (Emmanuel Rosset, ótimo), que por razões profissionais, precisa se mudar com a filha de Recife para Araucária do Sul, cidade do interior do Sul. Claro que Alice irá passar por um processo intenso de bullying: alunos que a agridem, e ao mesmo tempo, faz amizades. E sim, Alice se apaixona por um menino. Mas é justamente essa mesma Alice, amada e respeitada pelo pai, que irá transformar a vida de todos do local.
O roteiro se apropria de todos os elementos ja conhecidos do universo estudantil, mas quando traz o elemento da identidade de gênero, permite fazer novas leituras, onde o foco é o respeito e a evolução do ser humano, que não nasce sabendo e aprende a evoluir. O elenco, todo de desconhecidos, traz um frescor, e mesmo sendo um filme de baixo orçamento, o seu conteúdo humano faz camuflar qualquer indicio técnico que com orçamento maior, teria sido mais destacado. O foco na história dos protagonistas é o que importa aqui. A narrativa se apropria de linguagem dos memes (Gretchen, claro), filtros e outros efeitos que fazem tudo parecer ser uma grande história sendo contada para a geração youtuber.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Murmúrio


"Murmur", de Heather Young (2019)
Drama canadense de baixo orçamento, vencedor de diversos prêmios internacionais, entre eles, o Fipresci do Festival de Toronto.
O filme, rodado em linguagem documental acompanha Donna (Shan MacDonald), uma mulher de terceira idade que é presa ao dirigir bêbada, Donna é solitária. Sua filha não fala com ela e a rejeita. Donna é obrigada a prestar serviço comunitário, trabalhando em uma veterinária e fazendo faxina. Quando ele v6e um cão prestes a ser colocado em eutanásia, ela resolve adotá-lo e o leva para casa. O carinho que o cão lhe dá estimula Donna, que resolve adotar outros animais. A casa de Donna se torna um grande abrigo de animais, até que ela perde o controle de tudo.
Depressivo até dizer chega, o filme é uma porrada , um filme escrito e dirigido pela estreante Heather Young sobre idosos e a visa solitária que levam. O filme é uma metáfora sobre pessoas que esperam o dia de sua morte. É um filme cruel, melancólico, rodado com fotografia fria e total falta de encantamento. Os outros personagens, com exceção de uma veterinária, não aparecem.

A metamorfose dos pássaros


"A metamorfose dos pássaros", de Catarina Vasconcelos (2020)

Premiado no Festival de Berlin e San Sebastian, o filme português "A metamorfose dos pássaros" é o "Amarcord" da cineasta Catarina Vasconcelos. Só que aqui, a roteirista e diretora se apropria da linguagem do cinema experimental e do documentário para falar sobre memória. No filme, Catarina narra a história de amor de seus avós, desde o princípio. Quando eles se conheceram, o desejo de ter a casa cheia de filhos ( tiveram cinco), sendo que o primeiro é Jacinto, pai de Catarina. Através da história dos avós, Catarina apresenta de forma poética a árvore genealógica. Mas isso tudo utilizando um rigoroso estilo formal: planos de natureza morta, envolvendo animais, vegetação, cenários, objetos de cena e os próprios atores que representam a família. Tudo é posado, teatralizado. O filme é narrado e apresentado em tom pomposo, classudo. A fotografia, a direção de arte, tudo impressiona pelo seu enorme valor técnico. Catarina faz um filme estranho, se apropria de sua memória e a dos familiares para imaginar as situações de forma barroca. É um filme de extrema beleza, mas certamente, que envolverá apenas cinéfilos mais eruditos. É se deixar envolver com a beleza e a estilização do filme, e e embarcar nessa viagem pessoal tão particular e tão artística.

domingo, 18 de outubro de 2020

Clouds


'Clouds", de Justin Baldoni (2020)
Meu Deus do céu, que filme é esse? Passei a última meia hora do filme chorando sem parar, perdendo a respiração de tanto soluçar. Adaptação do livro de memórias “Clouds: A Memoir” de Laura Sobiech, mãe do protagonista, Zach Sobiech, o filme é um emocionante drama de luta e perseverança de um adolescente que descobriu ter um câncer raro aos 13 anos, e veio a falecer aos 17, em 2013. No último ano de vida, ele gravou um música, 'Clouds", que viralizou e foi assistido milhões de vezes. 'Clouds" e uma balada de fazer chorar, e o vídeo no Youtube é cantado pelo próprio Zach, rodeado pela família. O filme reproduz fielmente esse clip, no link
Nascido em Minnesota, Zach mora com sua família: Laura (Neve Campbell, deslumbrante e maravilhosa em papel dramático), Rob (Tom Everett Scott) e suas duas irmãs. Amy é sua namorada, e Sammy, a melhor amiga. Todos aqueles clichês adolescentes românticos acontecem aqui, só que tudo foi vida real. Sammy, a melhor amiga, na verdade sempre foi apaixonada por Zach, e isso provoca um conflito no rapaz. Laura e Rob super protegem o filho e isso o incomoda. A sua redenção vem no formato da música, de onde veio a frase "Fly a little higher", que também é título do livro.
Os créditos finais, com os atores ao lado das pessoas reais, é de fazer chorar duzentos mil litros. Eu amo filme sobre adolescentes com doenças terminais, pois mostra o lado mais cruel da vida.
Fin Argus, no papel de Zach, é cantor e ator e está excelente no papel, transmitindo toda a tristeza, alegria e doçura do rapaz.

Verão de 85

"Eté 85", de François Ozon (2020)
Ozon é dos cineastas franceses que mais admiro. "Verão de 85" concorreu no Festivais de Cannes e em San Sebastien. Em 2019, Ozon levou o grande prêmio do juri pelo contundente "Graças a Deus", um filme que falava sobre pedofilia. Agora, a câmera de Ozon aponta para um amor adolescente gay, de uma forma extremamente sensual, bela, lírica, evocando naturalmente "Me chame pelo seu nome", de Lucas Gudagnino. Os dois adolescentes do filme, David (Benjamin Voisin) e Alexis (Félix Lefebvre) se entregam em tórridas e ousadas cenas de sexo e nudez. O filme lembra diversos outros filmes de Ozon, um pout Pourri de "Dentro de casa", "Amor em cinco tempos", "O tempo que resta" e "Uma nova amiga".
No ano de 1985, os jovens Alexis e David se conhecem de forma inusitada: Alexis sofre um acidente de barco, e David surge para salvá-lo. Imediatamente, Alexis se apaixona pelo seu salvador, e ambos se tornam melhor amigos, e depois, amantes. Mas uma jovem inglesa surge e transforma a relação em um triângulo trágico.
Narrado de forma desordenada, em flashbakcs, o filme vai fazendo o espectador entender o rumo de um crime. Baseado no livro de Aidan Chambers "Dance no meu túmulo", "Verão de 85"pode não ser um dos melhores de Ozon, mas certamente, é um dos mais sensuais. A trilha sonora resgata mega hits da época: The Bangles, The Cure, Rod Stewart, Lloyd Cole and the commotions, etc. A curiosidade foi que Ozon trocou o titulo do filme por causa de Robert Smith, vocalista do The Cure: inicialmente o filme se chamaria "Verão de 84", mas Smith se recusou a vender a música pois alegou que ela só foi lançada em 85.
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