"Borat: subsequent moviefilm", de Jason Woliner (2020)
14 anos depois de "Borat", filme que trouxe a glória e o estrelato para o seu protagonista, Sacha Baron Cohen, eis que surge uma inusitada continuação. E para minha surpresa, tão boa quanto à original. Eu na verdade ri do início ao fim, com cenas de gargalhar aos gritos. Tudo aquilo que tinha no filme original está aqui: deboche com o modo de vida americano, mostrando as bizarrices em todas as esferas da sociedade do consumismo, da cirurgia plástica, da religião, dos judeus, da política. O alvo principal de Borat é o Governo de Donald Trump, que ele chama de Macdonald's Trump. Nessa crítica ácida à extrema direita, sobra até para Bolsonaro.
O filme começa com Borat no Cazaquistão, em um campo de concentração quebrando pedras. Ele foi acusado de ridizularizar o Cazaquistão perante o mundo, após o sucesso do primeiro filme. Mas aí ele tem a chance de se redimir, sendo enviado até os Estados Unidos novamente para acabar com Trump. Só que ao invés de seu fiel produtor, Azamat, dessa vez Borat é acompanhado de sua filha de 15 anos, Sandra Jessica Parker (Maria Bakalova). Ela foi criada com todos os preceitos da sociedade machista e fanática religiosa, onde a mulher não tem direito a nada. Mas em solo americano, ela descobre que a mulher sim, pode ter seus direitos. Esse é o grande diferencial e o grande mérito dessa continuação: o roteirista e o próprio Borat entenderem a evolução da sociedade nesses 14 anos que separam os dois filmes, e deixar claro que tudo mudou referente ao movimento de luta de direitos das mulheres e dos negros. O humor escatológico e politicamente incorreto de Borat continuam o mesmo, mas a mensagem final faz a diferença. Sacha Baron Cohen parece que ficou em uma redoma nesses 14 anos pois está igualzinho, e claro, mega talentoso e hilário. A jovem atriz búlgara Maria Bakalova é uma imensa revelação: divertida, e ao mesmo tempo, trazendo um enorme carisma a um papel bastante complexo. Para variar, o filme é recheado de participações: incluindo Tom Hanks. Outra crítica que o filme faz, e muito bem sacado, é ao mundo das celebridades instantâneas: por conta do sucesso do primeiro filme, o repórter Borat agora é reconhecido em todos os lugares, e os fãs vão atrás dele.
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