segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Tão distante

"Distance", de Hirokazu Koreeda (2001)
Drama do mesmo cineasta das obras-primas "Ninguém pode saber" e "O que mais desejo", concorreu em Cannes 2002. Aqui, Koreeda cria uma ficção em cima de fatos reais: em 1995, a sieta Suprema verdade jogou gás mortal no metrô de Tokyo, matando várias pessoas. No filme, uma seita contamina o sistema de água de Tokyo, matando 128 pessoas. Os integrantes da seita se matam em seguida, incousive o lider. O filme começa 3 anos após essa tragédia. Acompanhamos 4 pessoas, cada um com uma história de perda, que se encontra todo ano no local do crime, uma floresta numa cidade afastada. Lá, eles encontram uma 5a pessoa, um ex-integrante da seita, que fugiu antes de se matar. os 5 ficam presos na floresta, e passam a noite numa cabana. Lá, eles repensam suas vidas e relembram o último momento com as pessoas amadas que se afastaram para entrar na seita. O filme é extremamente instigante, se utilizando de uma narrativa de hiper-realismo, quase que um documental, para poder narrar a história. O elenco é muito bom. As cenas são longas, e o ritmo lento pode encher o saco dos espectadores. Mas para quem acompanhar o filme até o final, irá se deparar com um desfecho complexo, porém surpreendente, sobre a real identidade de um dos integrantes do grupo. Um filme para se observar os minimos detalhes. Minimalista, mas poderoso em suas imagens. Nota: 7

Tolerância zero

"The believer", de Henry Bean (2001)
Filme de 2001, passados mais de 10 anos, continua atualíssimo em sua proposta. Baseado em uma história real acontecida na década de 60, e atualizada para Nova York de hoje, o filme narra a história de David, um jovem que faz parte de um grupo anti-semita e que prega o ódio ao povo judeu. O grupo planeja matar judeus. Mais tarde, descobrimos que David na verdade é um judeu que tomou raiva de sua própria cultura, pelo fato de achar que os judeus foram pacatos e não reagiram em nenhum grande momento historico, deixando ser dominado. Por conta disso, ele prega o ódio ao seu povo. Ryan Gosling, aos 20 anos, interpreta David de uma forma feroz. Assim como Edward Norton em "Outra historia americana", ambos ganharam massa muscular para poder mostrar no físico a fúria contra o judaísmo. É um bom filme, que provoca através de seus diálogos fortes e inquisidores, deixando tanto judeus quanto não judeus na mesma igualdade do pé de guerra. Quem está certo? Quem está errado? O roteiro expõe personagens em conflito,e mostra neo-nazistas que nem sabem o porquê de sua ira e de sua luta. Algumas cenas, como a fantasia sobre a 2a guerra são filmadas de forma um tanto amadora, muito por conta do baixo orçamento do filme. Nota: 7

domingo, 30 de dezembro de 2012

de Pablo Larrain (2012)
Larrain, mesmo diretor dos excelentes "Tony Manero"e "Post morten", faz aqui o seu melhor filme sobre a ditadura chilena. Vencedor do prêmio da Quinzena dos realizadores em Cannes 2012, o filme narra a história real ocorrida no Chile. No ano de 1988, 15 anos de ditadura de Pinochet, e pressionada pelos países estrangeiros, o Chile resolve fazer um plebiscito dito "democratico", para que o povo pudesse votar SIM para quem quizesse a continuidade do governo de Pinochet, e NÃO para quem quizesse eleicóes diretas. Rene ( Gael Garcia Bernal) é um jovem executivo de uma agencia de publicidade que é convidado para bolar a campanha do NO. A principio relutante, Rene se deixa envolver pela sua ex-esposa, militante contra o governo, e pelas circunstancias que aos poucos, vão mudando o seu olhar sobre o que acontece ao seu redor. Brilhante no uso de material de arquivo, o roteiro expõe de forma criativa a importância da midia como forma de convencer o eleitorado. Excelente imagens de arquivo, performances sensacionais de todo o elenco ( inclusive 2 atores que parecem o Peter Coyote e Tom Wilkinson) e ótima direção de arte e figurinos. Porém, a maior ousadia de Larrain foi ter rodado seu filme todo com camera U-MATIC, que era usual nos anos 80, para dar o look de época para o filme e não contrastar com seu material de arquivo . Para quem desconhecee sse fato, vai ficar xingando o filme todo, achando que a projeção e a fotografia são uma merda. O roteiro as vezes resvala para o clichê sobre filmes de ditadura, mas mesmo sempre, mantém a atenção. Assim como "Argo", o espectador já sabe como tudo termina, mas a direção competente cria uma narrativa de suspense. Concorrente ao Oscar 2012 de filme estrangeiro, é um filme obrigatorio para estudantes de comunicacao, profissionais de publicidade, jornalistas e até mesmo políticos. Nota: 10

A face oculta

"La cara oculta", de Andrés Baiz (2011)
Bom suspense que curiosamente, veio da Bolívia. Na tradição dos suspenses espanhóis, o filme reserva boas reviravoltas na trama. Mesmo que óbvia no seu desfecho, é um filme que possui um bom clima de tensão misturado a drama. Os atores sao bons, a fotografia bacana e o ritmo do filme sustenta os seus quase 100 minutos de trama. Um jovem maestro, acusado de ter dado um sumiço na namorada, que desapareceu, começa um novo relacionamento com uma garçonete. Apesar das suspeitas sobre ele, a jovem, interesseira, se deixa envolver. Para quem curte um bom filme de suspense, pode ver sem medo, mesmo o filme vindo da Bolívia. Engraçado como esse gênero funciona em outras linguas. Aqui no Brasil não teria feito nenhum sucesso, talvez fosse até constrangedor. Nota: 7

sábado, 29 de dezembro de 2012

As palavras

"The words", de Brian Klugman e Lee Sternthal (2012)
Li que os 2 diretores, também roteiristas do filme, enviaram o script pro amigo Bradley Cooper a mais de 10 anos atrás. Cooper, até então desconhecido, disse que iria ajuda-los a botar o filme na praça. Promessa cumprida, fic a dúvida: vale a pena? O filme, um drama romantico, narra em 3 tempos a história de um escritor que, atormentado por uma mentira ( ele roubou o manuscrito de um livro e o escreveu como sendo seu) entra em crise emocional. Ele sempre desejou o sucesso, e agora que o tem em mãos, o que lhe resta fazer? Singelo na sua mensagem sobre roubo de direitos autorais, o filme acerta quando volta ao tempo e mostra uma bela historia de amor ambiantdo na 2a guerra. Quando vem ao tempo presente, fica sem graça. Nào por culpa do elenco, bons e satisfatorios em seus papéis sem muita profundidade (Bradley Cooper, Zoe Saldana, Jeremy irons..). Irons, alias, foi um erro de casting, uma vez que, mesmo maquiado, não convence como um homem de mais de 80 anos de idade. A personagem de Olivia Wilde é inversossimel, construido apenas para dar um desfecho ao filme. Faltou aquilo que o filme prega mais: romantismo. Os diálogos são novelescos. Como passatempo, ok. Nota: 6

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Perfídia

de Rodrigo Bellott (2009)
Um raro filme boliviano a ganhar festivais de cinema mundo afora. E confesso, é um dos filmes mais instigantes a que vi recentemente. Uma co-produção independente Bolivia-Estados Unidos, o filme narra quase que em tempo real a historia de um assassino de aluguel, que vai até um hotel em Ithaca, Norte de Nova York, a espera de uma ligação que lhe dirá a sua missão. O filme fala sobre o tempo: as cenas são longas, e os dialogos, inexistentes. Acompanhamos o protagonista em sua agonia de esperar o tempo passar. Seria impensavel a gente ver uma cena de 10 minutos do personagem cortando seu cabelo e barba, ou 5 minutos dele em cena cortando as unhas das mãos, ou mais 5 minutos do close do rapaz em sua cama, em tensão sexual, ou mais 5 minutos dele andando por uma paisagem coberta de neve, ou na sensacional abertura do filme: 5 minutos vendo uma paisagem e ouvimos uma musica, e só depois a camera corrige e vemos que é o personagem ouvindo seu ipod. Sào poucos os filmes que fazem isso e o espectador não sai correndo da sala de exibição. Esse é um belo exemplar de filme de arte, nada comercial. O filme é também uma bela história de amor, e depois traição, entre 2 homens. Li que o ator, Gustavo Valenzuela ( o mesmo de "Na cama", cult chileno) ofereceu o projeto para o diretor, que se apaixonou pela história. O filme tem uma cena antológica, que em outras mãos, ficaria trash: o protagonista, de cuecas, começa a cantar uma musica, e usa a sua pistola como microfone. Do nada, o filme se transforma num musical. Anarquia cinematografica, uma liçao que tivemos que esperar vir da Bolivia, um Pais onde se produz pouquissimo. Nota: 8

S.O.B - Nos bastidores de Hollywood

"S.O.B.", de Blake Edwards (1981)
Deliciosa comédia irreverente do rei da comédia americana, Blake Edwards, que dirigiu entre outros, "Bonequinha de luxo", "Vitor ou Vitoria", Üm convidado bem trapalhão" e a série da "Pantera cor de rosa" com Peter Sellers. Edwards escreveu esse roteiro após passar por uma experiencia traumática: ele dirigiu uma superprodução musical, estrelado por sua esposa, Julie Andrews, chamado "Darling Lili". O filme foi um tremendo fracasso. Por conta disso, ele resolveu exorcisar a sua depressão através de "S.O.B - Son of bitch, ou Filho da puta". Um diretor de sucesso, casado com a atriz mais famosa de Hollywood, lança um filme que é um fracasso retumbante. Após tentar se suicidar, o diretor resolve refilmar o filme, fazendo do musical, um filme erótico e colocando sua esposa nua em cena. Um elenco primoroso (Julie Andrews, Willian Holden, Robert Preston, Larry Hagman, etc, e Rosanna Arquette em inicio de carreira) fazem do filme um verdadeiro vaudeville. O problema do filme, é que muitas piadas que na época eram sacanas, hoje ficaram ingenuas. E o ritmo do filme também não ajuda: é longo e falta timing. Mas só o fato de Edwards ter colocado os grandes chefões de Hollywood como pervertidos, e sacanear a coluna de fofocas através de uma personagem hilariante, já valeu a pena. Cinema é, como todos sabem, lugar de gente muito, mas muito doida. Na epoca que o filme foi lançado, o grande marketing era "veja Julie Andrews nua". Ousado, né? Nota: 7

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Upside down

de Juan Diego Solanas (2012)
"Upside down", é uma fantasia futurista romântica. Dirigido e escrito pelo argentino Juan Solanas, o filme é resultado de uma co-produção globalizada: França, Canadá e Inglattera. Numa época não determinada, existem 2 planetas que co-existem, um sobre o outro. A gravidade é um problema, e os dois mundos são muito parecidos, porém, o de cime aé rico, e o debaixo, pobre. Os moradores sã proibidos de manterem contato, e existe uma companhia, a Transworld, que junta esses 2 universos e ond eos habitantes dos 2 planetas trabalham em conjunto, porém, de cabeça para baixo. Adam, do mundo de baixo, acidentalmente conhece Eden, e após anos de contatos breves, sao separados pelo detsino. Adam jamais esquece Eden e tenta de toda forma conseguir reaver seu grande amor. Dito assim, o filme parece ser bem complexo. Tirando a questão da física, o roteiro é bem simplório: uma história de amor, na tradição de amores impossíveis, como Romeu e Julieta. O elenco principal, formado por Jim Sturges ( Across the Universe), Kirsten Durnst (Melancolia) e Timothy Spall (Harry Potter) conseguem dar credibilidade ao projeto, que carece de um roteiro mais bem trabalhado. O grande problema é o excesso de fantasia: difiicil o espectador embarcar emocionalmente numa história tão mirabolante. Mais: o amor do casal, pelo menos no início, não é mostrado como uma paixão avassaladora. Daí, não se entende tanto esse amor incondicional dos dois personagens. Mas o pior de tudo, para mim, é que, a cada momento, me lembrava de outros filmes: impossível não se remeter a "Gattaca", "Vingador do futuro", "O preço do amanhã". Os temas sao por demais parecidos. Jim Sturgess também lembra demais o seu personagens melancólico e desencantado de "Um dia". E quanto a Kisrten Dursnt, não tem como não se lembrar da cena antológica de "Homem-aranha", quando ela beija o herói de cabeça para baixo. Faltou paixão, faltou um roteiro mais estruturado ( o desfecho é risível..não existe clima, nem conflito. E pior, surge uma informação ridicula sobre algo que limita a gravidade). O que sobra: talento dos atores, bela fotografia, em tons azuis, e efeitos especiais que ficam entre o sublime e o excesso. Para casais apaixonados talvez o filme funcione. Para os cinéfilos, fica a tristeza de não ter sido um clássico do genero romantico. Nota: 6

Os chantagistas

"the blackmail boys", de Bernard e Richard Shumanski (2010)
Produçào independente americana, fala sobre 2 jovens namorados. Um deles , para poder se sustentar, faz programa com clientes. O namorado descobre que um dos clientes é um pastor evangélico que prega contra a união gay e decidem gravar um filme com ele mantendo relacoes sexuais e posteriormente, chantageá-lo. Filme com produção tosca, e um roteiro ingênuo que discute religião, promiscuidade e casamento gay de uma forma banal. No desfecho da trama, a mensagem parece ser: faça um ato de mau-caratismo e você conseguirá seu intento, mesmo que corra risco de morrer. Para os personagens valeu a pena. Para o espectador, resta a preguiça. Para quem não curte filmes liberais demais, se afastem desse, que contém cenas de sexo quase explicítio. No elenco, a destacar apenas o ator Joe Swanberg, no papel do pastor. Ele já fez vários filmes, e é o que traz um mínimo de dignidade para a produçao. Consta que os cineastas usam pseudônimos, e não os seus nomes verdadeiros. Porque será?? Nota: 4

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Quatro amigas e um casamento

"Bacherolette", de Leslye Headland (2012)
Comédia sobre 3 amigas peruas e irresponsáveis, que são convidadas a serem damas de honra de uma 4a amiga, a gorda Becky. Na véspera do casamento, as amigas, bêbadas e drogadas, rasgam o vestido de noiva e prcisam ser rápidas para concsertá-lo na madrugada Nova Yorquina. O que mais chama atenção nesse filme é o fato de Kirsten Durnst, atriz premiada com a Palma de Ouro em Cannes por Melancolia", ter aceito participar desse pastelão que apela nas piadas sobre sexo. E ela nem está má no papel: Kirsten traz dignidade ao filme, nas cenas em que sua personagem aparece. As outras atrizes também cumprem o seu papel. O problema é o roteiro, tosco, óbvio e sem graça. Mas o maior de todos os problemas, ao meu ver, é a psicologia das personagens: nao tem como o espectador torcer pelas hheroínas, uma vez que elas são todas drogadas, cocainômanas, alcoolatras, mau-caráter e invejosas. E como o filme trabalha com esterótipos, claro que a amiga motivo de tanta inveja é uma gorda, feia, cafona e que se casa com um homem rico e bonito. Faltaram risos sinceros, que pudessem preencher o talento das 4 atrizes. Os diálogos são pobres, mas tecnicamente o filme funciona a contento: fotografia, figurino, maquiagem, direção de arte. Uma pena que tenha faltado conteúdo. Nota: 4

O colecionador de corpos 2

"The collection", de Marcus unstan (2012)
Boa sequencia de "O Colecionador de corpos", dirigida e escrita pelo mesmo roteirista de varios filmes da serie "Jogos mortais". Tudo bem que isso não é nenhum mérito, mas aqui o diretor se aproveita do plot de "Saw", e faz um filme com mais suspense e melhor, com bons atores no elenco. Uma jovem é sequestrada pelo colecionador numa festa e seu pai contrata mercenários para se juntar a um sobrevivente do Colecionador para descobrirem o paradeiro da garota. Boa direção, ótimo clima de suspense e muitos personagens que vão se tornando iscas do serial killer. Ok, a gente já viu esse filme várias vezes, mas ele tem um up que o torna mais interessante que os outros, apesar da extrema violência. Espero que acabe por aqui e não dêem continuação a série. No mais, é deixar o filme rolar e levar uns sustos vez ou outra. Nota: 7

O olhar invisível

"la mirada invisible", de Diego Lerman (2010)
Bom filme argentino, que faz uma metáfora sobre a ditadura militar no ano de 1982, quando as forças militares já enfrentavam a ira do povo. Através da história de uma jovem inspetora que inspeciona os alunos de uma escola tradicional de Buenos Aires, o filme discute opressão, medo, repressão e fetiche sexual. E muito do filme se deve a atuação de Julieta Zylberberg, revelada por Lucrecia Martel em "A menina santa", esbanja talento no dificil papel. Maria, a personagem, se esconde no banheiro masculino para poder botar extravazer sexualmente seu fetiche, e se expõe a momentos de constragimento. Tem uma cane antológica, que é de Maria frequentado uma festa anos 80, com um penteado inacreditavelmente trash. A mensagem do filme é óbivia: através da falta de cor, o diretor quiz mostrar o ambiente reacionário da escola. A rotina proposta pelo roteiro acaba criando um certo tédio, podendo ter sido mais dinâmico nas ações da personagem e os outros que se desenvolvem ao redor dela ( o aluno desejado, o chefe que tenta seduzi-la, a avó e a mãe repremida). MAs vale ser visto, afinal, como todos sabemos, os filmes argentinos são referencia pra cinematografia mundial. Nota: 7

domingo, 23 de dezembro de 2012

Hahaha

de Hong Sang-Soo (2010)
Eu só havia visto um filme de Sang-Soo, chamado "In Another country", com Isabelle Huppert. Fiquei meio incomodado com a estética que ele criou para si, com o uso de zooom durante a cena ( que na tv chamamos de "Zoom de serviço). Mas vendo agora a "Hahaha", percebi que os temas em seus filmes e a linguagem são recorrentes. Aqui, 2 amigos, um críticio de cinema e um cineasta, ambos com postura inconsequente e carentes, se encontram por um acaso. Resolvem contar suas aventuras de férias, e o espectador percebe que o lugar e as pessoas com que eles se envolveram são as mesmas. A narrativa é brilhante cenas de planos únicos, sem cortes, e onde Samg-Soo se utiliza de seu zoom para poder se aproximar da onde ele quer manter o foco. Os personagens, quando aparecem contando as historias, são mostrados através de fotos still, congelados, e em cima deles, narração em off. Tanta estética ousada, a favor de um cinema de autor, simples, mas muito interessante. os atores são sensacionais, alternando momentos de drama com um finíssimo humor beirando o pastelão, mas sempre curioso e hilário. O filme tem um ritmo lento, os planos são longos. Podia ter uns 20 minutos a menos. Mas no fim da projeção, o espectador que aceitar a proposta do diretor (várias pessoas sairam da sala) será brindado com uma fina obra, feita para cinéfilos em busca de nova slinguagens narrativas. Curiosidade "Hahaha" significa "verao, verao, verao". E para o filme, serve para as tantas risadas dos personagens Nota: 8

sábado, 22 de dezembro de 2012

As aventuras de PI

"Life of Pi", de Ang Lee ( 2012)
Bem disse um produtor que convidou Ang Lee para dirigir o filme: somente um cineasta com olhar oriental para poder entender a história a fundo. Ang Lee fez um dos filmes mais poéticos, coloridos e visualmente arrebatadores da temporada. A historia de Pi, nome dado por seu pai por gostar de piscinas, e a sua luta pela sobrevivencia quando sofre um naufragio, e a convivencia com um tigre de bengala , unico sobrevivente, levam o espectador a um universo mágico. O filme fala sobre descoberta de religiao, de superacao e de como a crença e algo divino pode fazer alguem abstrair seus medos e seguir adiante em sua luta pela vida. Pode ser que espectadores reclamem do excesso de cores e efeitos do filme, que trazem um universo magico ao drama do personagem. Mas o filme quer demonstrar o lado bonito da vida, mesmo que ela lhe venha com muitas provações. O ator Suraj Sharma, em seu primeiro papel no cinema, surpreende no dificilimo personagem que contracena quase 80% do filme com um tigre digital. Ótimos atores indianos, e várias cenas memoraveis. A que mais me impressionou foi a cena do tigre querendo subir na canoa. Lee pode não levar nenhum premio por seu filme, mas com ceretza arrebatará corações mundo afora. Nota 8

O impossível

"The impossible", de Juan Antonio Bayona (2012)
Bayona sabe mesmo como manipular o espectador. Depois do clima tenso de "O orfanato"e o seu final surpreendente, aqui em "O impossivel"ele faz o contrario Ja sabemos o desfecho : agora, queremos saber o que acontece durante a historia de um casal que se separa durante o Tsunami na Tailandia em 2004. Naomi Watts está arrebatadora, Ewan Macgregor tem uma cena brilhante ( quando fala ao celular) , mas quem rouba o filme, e é definitavemente o protagonista dessa tensa historia, é o jovem Tom Holland, na pele do filho Lucas, que passa pela maior transformacao depois de tudo o que sua familia passa. O filme ainda reserva uma cena lirica com Geraldine Chaplin, num discurso sobre vida e morte. Os efeitos são sensacionais, a cena de MÃe e filho tentando se salvar é de tirar o folego, e o clip no desfecho, com a personagem de Watts, é foda!!!! Nossa, o que mais me deixa boquiaberto, e que os creditos iniciais não deixam duvida, é que o filme é baseado em historia real. Se fosse uma historia de ficcao, tava ai todo mundo detonando o filme, dizndo que tudo é implausivel. Só digo uma coisa chorei muito, mas muito, vendo o filme. Mesmo sabendo o final a gente torce demais, e a montagem no final, no hospital, é de fazer gritar de tanto suspense. Nota 9

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Tensão sexual- Volátil

"Sexual tension- Volume 1 - Volatile" (2012)
1o de uma série de 3 filmes, que tem como tema a "tensão sexual". Filme argentino que explora o tema do vouyerismo e do fetiche de homens heteros por outro homens. Os 2 cineastas brincam com a tese de que muitos homens vivem em constante tensão sexual, em situações do cotidiano, quando esbarram pele com pele com outros homens, mesmo nenhum deles sendo gays. Em 6 curtas, boa parte divertido, mas todos com conteúdo erótico, os diretores se divertem com todos os estereótipos de filmes gays closes em genitálias, coçação de saco, saia justa quando se vê outro homem nú, camera percorrendo corpos musculosos, mulheres tolas que não enxergam segundas intenções. As histórias são tão mirabolantes, tudo forçaçao de barra para provar que o mundo, afinal, é gay. pelo menos, pros 2 diretores. No final das contas, muitas risadas nesse exemplar de filme erótico voltado para um público glbts. Nota 8

domingo, 16 de dezembro de 2012

Tudo o que desejamos

"Toutes nos envies", de Philip Lioret (2012)
O Cineasta Lioret, assim como Frank Capra, acredita na bobdade do ser humano. Assim como em "Bem-vindo", seu filme anterior, Lioret coloca uma Juiza que resolve lutar contra as empresas que fazem emprestimos pessoais, pelo simples fato de ter se apiedado de uma jovem mãe solteira, que está endividada até a alma. Na sua luta contra os poderosos, a ela se junta um Juiz, interpretado pelo alter-ego de Lioret, o ator Vincent Lindon. Porém, como a vida não é bela, a juiza descobre ser portadora de um tumor cerebral que lhe dá apenas pouco tempo de vida. Um filme muito longo, que poderia ter 30 minutos a menos, e que tem na sua essencia o seu maior problema a humanidade é boa, e todos querem se ajudar. Essa visãi de mundo altruísta incomoda bastante. Fora isso, o filme se arrasta em dilmea smorais da juiza, que não quer contar a ninguem o drama de sua doença. Esse lenga-lenga sobre não contar ou não se arrasta o filme inteiro, que se conclui da forma mais óbvia possível. Salvam-se as boas interpretações, em especial de Marie Gillain (Muito parecida com penelope ruz) e de Vincent Lindon.). A trilha sonora também é boa, e o filme tem pelo menos uma cena poética e bonita a do banho no lago. O diretor procura evitar o excesso de pieguice, mas lá pelo final é praticamente impossível. Nota 6

Liv e Ingmar- Uma história de amor

"Liv and Ingmar", de Dheeraj Akolkar.
Poucas vezes um documentário conseguiu me tocar tão forte na emoção como esse filme. As razões são várias: um ode de amor ao cinema, e a história em si: a relação de amor e ódio de 42 anos, entre a maior estrela nórdica, a norueguesa Liv Ullmann, e o maior cineasta suceo, Ingmar Bergman, que até hoje, influencia cineastas e pensadores do mundo inteiro. Da relaçao dos 2, surgiram 10 obras extraordinárias, entre elas, "Persona", "Face a face", "Sonata de outono", "Cenas de um casamento"e " Saraband". Aqui, Liv Ullmann é entrevistada pelo cineasta indiano Dheeraj Akolkar, que com muita poesia e requinte, monta paralelo ao depoimento de Ullmann, terchos dos filmes, mostrando e comprovando que a vida pessoal influenciava e muito nas obras do cineasta. A vida em conjunto contribuia como uma tese para escrever os roteiros dos filmes, relatando o amor, as crises conjugais, s depressões, a fúria, a solidão. O depoimento de Liv é recheada de passagens antológicas, que dosam drama, humor e romantismo. Mais do que amor, o que Liv viu em Bergman, ao vê-lo pela primeira vez, no set de "Persona", foi uma paixão por um cineasta, uma adoração d euma atriz por um cineasta incomum, brilhante, mas ao mesmo tempo ciumento, possessivo, que chegou a isolar a ilha aonde moravam , evitando contatos com amigos e familiares. Liv, com o passar do tempo, soube dar dignidade para concluir o que sentiu nesse longo período de convivencia com o mestre: sem rancor, guardou ótimas memórias afetivas. A constatação de Liv sobre a morte, que é inevitável, é dita com extrema sabedoria. O filme é dividido em capítulos que se intitulam de adjetivos: amor, ódio, solidão, saudade, etc. A passagem que mostra o sucesso de Liv em Hollywood é sensacional. E confesso, chorei no final, na apresentação de um clip com cenas de ambos em fotos e bastidores. Um amor ao Cinema um hino de amor a vida. Imperdivel. Nota 10

sábado, 15 de dezembro de 2012

O Hobbit- Uma jornada inesperada

"The Hobbit- An unexpected journey", de Peter Jasckson (2012)
Confesso que quando vi o trailer, a meses atrás, fiquei com um pé atrás. Li também algumas resenhas falando mal, inclusice da tecnologia 48 quadros. Mas quer saber? Adorei tudo! Peter Jackson é foda! Que filmaço!!! São 160 minutos de puro escapismo! Que criatividade dessa galea que realizou o filme. Nossa, tudo é perfeito: O roteiro, os atores que interpretam os personagens, os efetos, a trilha sonora. Aliás, a canção-tema, cantada poelos guerreiros anões, se torna o hino é pico do filme. Uma beleza! E tão bom rever antigos personagens, como Saruman, Elfos de Hugo Weavinge Cate Blanchett, etc. E quando surge Golum, nossa, pirei! Yma das melhores cenas. Toda a gênese de "Senhor dos anéis", está aqui nesse filme. Sim, a trama lembra bastante "Senhor dos aneis", mas é daí??? Os personagens novos são maravilhosos, e Bilbo Balseiro então..sustitui com muita firmeza e simpatia o Frodo. MArtin Freeman se mostra um excelente ator no papel do Hobbit. As cenas de ação são de tirar o fôlego, e a fantasia impera no filme, com uma cacetada de monstros e seres monstruosos de cair o queixo. E quanto a tecnologia 48 quadros, nem senti tanta diferença..sim, parece uma projeçao tela grande de um monitor de alta definição. As cenas com fogo, fica estranho, parece vídeo. MAs nada que incomode, como tanta gente ficou detonando. Acho que tem que avaliar essa tecnologia melhor em um filme que não seja de efeitos especiais. Daí sim, devemos sentir a diferença brutal. Aqui, em vários momentos, fica-se uma sensação de alta definição, ma snão é nada assim de arregalar os olhos não. Passa até despercebido. Agora, quem não curte monstros, animais que interagem com humanos, toda essa esquisitice de Tolkien, melhor passar bem longe dos cinemas, porqu6e aqui, a dose é altíssima. Nota: 9

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Castelos de papel

"Castillos de carton", de Salvador García Ruiz (2009)
Filme espanhol, baseado em um romance, tem como tema uma relação amorosa entre 3 estudantes de belas-artes em Valencia. 2 garotos estão interessados em uma jovem. Todos estudam na mesma sala e tem pretensão de se tornarem grandes pintores. Porém, Marcos, o jovem rico, é impotente, e cabe a Jaime o papel de botar em prática o sexo. Maria José, no entanto, é frígida. Assim, nessa relação conturbada e depressiva, os 3 amigos mantem uma vida a três. Filme de ritmo lento, e roteiro morno, tem como único chamariz o erotismo da história. mesmo assim, o diretor economiza nas cenas de sexo, sempre assépticas ( ou seja, atos sexuais em camera lenta, como se não houvesse furor. Fica aquela coisa meio comercial de xampu). A curiosidade fica em torno da ambientação do filme, inicio dos anos 80, quando a Espanha começava a se libertar da censura advinda da ditadura franquista. Mas mesmo assim, é muito pouco como metafora. VAle rever "os sonhadores", de bretolucci, esse sim, um filme que mostra uma relaçao a 3 entre jovens estudantes, regado a sexo e ousadia. Nota 5

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Paraíso : amor

"Paradies Liebe", de Ulrich Seidl (2012)
Filme austríaco que concorreu em Cannes 2012. O Diretor já havia realizado antes o excelente "Import Export". Aqui, o diretor explora o turismo sexual, como já havia feito em seu outro filme. Teresa, uma divorciada de meia idade , resolve tirar férias e seguir com 3 amigas igualmente de baixa auto-estima para o Quenia. Lá, elas se entregam aos prazeres do turismo sexual. Teresa, no entanto, tenta ensinar ao seu jovem nativo a diferença entre sexo e amor. O que ela deseja é ser amada. Mas o que encontra, é somente decepçao. Um filme ousado, um soco no estômago. Muito da força do filme se encontra na performance extraordinária da atriz Margarethe Thisel, que se desfaz de qualquer vaidade e ego. Ela se deixa ficar nua, tocada, abusada sexualmente o seu corpo disforme, obeso, que ela mesmo diz, ninguém quer, por conta dos peitos caídos e gordura sobressalente. Várias cenas fortes, que chegam no limite da humilhaçao e degradaçao humana. Pasolini teria aplaudido o filme. Muitos momentos antológicos, de extrema beleza plástica. A fotografia faz sobressair a luz natural do local. OCres fortes e vibrantes, que parecem cartões postais, contrastando coma pobreza das favelas e do povo. Muitas feridas sociológicas abertas, num filme que incomoda, faz pensar e que nos deixa totalmente devastados pela sensação de queexiste muita gente sem vida e sem amor no mundo. Nota 8

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O homem dos punhos de aço

"The man with the iron fists", de RZA (2012)
Produzido por Quentin Tarantino, esse filme é uma reunião de amigos do cineasta. Escrito por Eli Roth, e com Pam Grier no elenco fazendo uma participação, era de se esperar que também fosse dirigido por Tarantino. Mas essa tarefa acabou nas mãos do ator e cantor rapper RZA, que faz aqui um dos filmes mais bizarros de Hollywood de todos os tempos. Nào entendi até agora se o filme é uma homenagem aos filmes de artes marciais, ou era para ser uma brincadeira trash para entrar na série "grindhouse", onde Tarantino e Robert Rodriguez homenageavam os clássicos filmes B dos anos 70. Inclusive os créditos iniciais e finais lembram bastante "Planeta Terror". MAs li que o projeto foi concebido por RZA, que filmou 100% na China, com atores locais. O bizarro todos os atores chineses falam em inglês, na China feudal! Mais a trilha sonora é composta por músicas hip hop! Mais, os efeitos lembram "Kill Bill ( inclusive uma cena no restaurante é identica!!) e "Clã das adagas voadoras". Mais, o elenco eclético vai de Russel Crowe (gente, como ele foi parar nesse projeto? Misterios da humanidade!!), Lucy Liu e o proprio RZA, que protagoniza a historia. Um negro na China feudal??? Ok, roteiristas são bem pagos para criar historias mirabolantes. Tenho que confessar que o resultado final poderia ter sido um verdadeiro clássico. Mas faltou um bom roteiro, e tanta maluquice e homenagens infinitas provocaram uma comédia involuntária, que até possui cenas realmente bem sacadas e porque não antológicas. A sanggria é total, e o time não economiza em espadas e afins. Dá-lhe cabeças voando!!! Alias, parece até um video-game, tal o exagero do sangue espirrando. Sim, me diverti,,mas esse filme só pode ser levado na base da brincadeira e d agalhofa, mesmo! Nota: 6

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Em nome de Deus

"Captive", de Brillante Mendoza (2012)
O cineasta filipino Brillante Mendoza é um dos realizadores que eu mais admiro atualmente, não perco nada dele. Seus filmes invariavelmente falam sobre a violência, sobre pessoas que se encontram em situação-limite, aprisionados pelo sistema ou por alguma ação externa. Seus protagonistas são pessoas que ficam em dúvida sobre sua fé, que botam em questão o seu papel no mundo globalizado e que perdeu identidade. Aquim Mendoza ficiona um fato real: o sequestro de hóspedes de um resort nas Filipinas, em 2001, entre eles professores, missionários e comerciantes. A ação do sequestro é comandada por um grupo islâmico filipino, sob a batura de Osama Bin Laden, que pede resgate para poder financiar seus atos terroristas. Isabelle Huppert, que interpreta uma missionária, prova mais uma vez porqu6e é uma das melhores atrizes do mundo. Totalmente desglamourizada, filmando em situaçao inospita ( que outra diva do cinema faria isso??). Em uma cena impressionante, ela grita com os muculmanos, exigindo o enterro digno de uma das refens, pelo fato dela ser cristã. Uma cena impactante pelo teor dramático. O filme , em estilo quase documental, ja começa com o sequestro, e por 2 horas, acompanhamos o suplício dos refens. Um filme angustiante, tenso. Ótimos atores, bom roteiro. O ritmo lento e contemplativo, que na montagem se sobrepõe a planos com insetos, animais e etc, provam que mesmo em situações limite, Mendoza quer msotrar poesia, como já havia feito com o seu hiper-violento "Kinatay", Nota: 7

domingo, 9 de dezembro de 2012

A última casa da rua

"House at the end of street", de Mark Tonderai (2012)
Suspense protagonizado pela excelente Jennifer Lawrence, aliás, única razão de se ver esse filme de suspense. Mãe e filha se mudam para uma casa, sabendo que houve um assassinato na casa do lado a anos atrás. A filha acaba se envolvendo com um jovem, que ela decsobre ser filho do casal morto. O roteiro é óbvio do início ao fim, a gente já sabe quem vai morrer somente pelos passos que essas pessoas dão na trama. Porque as pessoas seguem sozinhas e nunca pedem ajuda? Outra coisa: a reviravolta na trama não causa surpresa, eu meio que já havia advinhado no início da trama. O que causa surpresa no entanto é um fato relacionado ä irma do personangem. Mas somente isso. Os efeitos visuais do inicio do filme remetem aquela montagem batida de "Jogos mortais", onde temos "jump cuts" de cena. Elizabeth Shue, uma atriz que gosto, continua linda e jovial, ainda bem que evitou fazer botox. No mais, um passatempo que até dá um climinha de suspense lá pelo terço final. MAs o desfecho continua sem graça. Jennifer Lawrence faz o que pode e dá credibilidade ao filme. Nota: 5

sábado, 8 de dezembro de 2012

Natal sangrento

'Silent night", de Steven C. Miller (2012)
Refilmagem de um cult dos anos 80, esse slasher tem como mote um Papai Noel sanguinário que sai matando geral na noite de Natal, em busca de vingança. O assassino no caso presenciou seu pai matando sua mãe, e um policial matando seu pai. Tudo isso na noite de Natal, o que lhe causou um trauma. Malcom Macdowell nos utlimos anos virou ator de filmes B e trash. Uma pena. Esse aqui é pavoroso, tem um elenco de apoio péssimo e o que mais odeio em um roteiro: quando o roteirista fica plantando pistas falsas, fazendo com que personagens ajam estranhamente somente para poderem ser culpados em potencial. Os eternos sustos provenientes de barulhos estridentes. Justiça seja feita: uma morte bacana: a da jovem no triturador. A cena final, na delegacia, toda com luz vermelha, também dá um clima bacana. De resto, auele final podre, dando gancho a continuaçoes. Nota: 4

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Infância clandestina

de Bernardo Ávila (2012)
Olha os argentinos dando mais um gol de placa no Cinema. Dessa vez, uma história auto-biográfica do diretor, que resolveu homenagear seus pais, que desapareceram durante a Ditadura argentina, em 79. Ernesto, nome de guerra de Juan, é um menino de 10 anos que volta para Buenos AIres com seus pais. Porém, ele desconhece que seus pais estão envolvidos com a luta armada. O menino se apaixona por uma garota da escola, e entre sonho e realidade, ele procura seguir a sua vida, mesmo que clandestinamente. O filme é bonito, sensivel, com ótimos atores, bela trilha. A direção é segura, e é o filme que a Argentina indicou para disputar o Oscar 2012. O filme me lembrou o tempo todo do longa de Cao Hamburger, "O ano que meus pais sairam de férias", o que me tirou um pouco o sabor do ineditismo. O ritmo é lento, e achei o filme longo, apesar de não chegar a 2 horas. Mas sem duvida, a mensagem é muito bem-vinda, e lutar pelos nossos direitos, ainda mais na Argentina caótica atual, é a palavra de ordem. Nota: 7

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tabu

de Miguel Gomes (2011)
O cineasta português Miguel Gomes, do belo "aquele querido mês de agosto", realiza aqui uma verdadeira obra de arte. Com uma belíssima fotografia em preto e branco, o filme é dividio em 2 partes. Na 1a, chamada "Paraíso perdido", uma mulher de 80 anos, Aurora, mora com sua empregada negra. Pilar, sua vizinha, é a única pessoa com quem ela conversa. É um filme sobre solidão e velhice. Em seu leito de morte, Aurora manda chamar um senhor misterioso. Logo depois, o filme recua no tempo, nos anos 50, e mostramos a historia de Aurora. Fazendeira, ela monta sua fazenda em Tabu, aos pés da montanha Tabu, na Africa, ainda sob colonização portuguesa. Dividida entre o amor de seu marido e o de seu amante, a história caminha para um desfecho trágico. A 1a parte, que se passa na Lisboa contemporânea, apresenta uma narrativa composta de planos esteticamente formais e rígidos. Longos planos fixos ou em travellings, belos e contemplativos. A 2a parte é totalmente distinta: o filme se torna um filem mudo, todo narrado em off, e a história vira um melodrama com direito a mortes e juras de amor. Tudo centrado na região de Tabu, na Africa. Li que Miguel quiz homenagear o filme de Murnau, de mesmo nome. É um filme de autor, hermétic para cinéfilos, que se deixam levar pela beleza plastica e narrativa dessa poesia cinematográfica, que mesmo longo elento, enche os olhos de encantamento, na sua mistura de ficção e documental. Nota: 8

Uma maneira horrível de morrer

"A horrible way to die", de Adam Wingard (2010)
Um filme de suspense intrigante, sobre um serial killer que sai da prisão em busca de sua ex-namorada que o delatou para a polícia. Dirigido e fotografado como numa narrativa de filme independente de arte, "Uma maneira.." tem o diferencial de possuir ótimos atores protagonizando o projeto. O roteiro também é bastante interessante. Apesar dos cliches do genero, com tema semelhante a "Halloween", quando o irmão vai em busca de sua irmã, o filme reserva um desfecho surpreendente. É tenso, bem dirigido e a linguagem de câmera na mão e uso de foco e desfoco proporciona um clima de constante tensão. Violento na medida, sem ser agressivo, o filme é uma boa tentativa de se fazer filmes de terror menos comerciais, mas não menos interessantes. Nota: 7

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Celeste e Jesse para sempre

"Celeste and Jesse forever", de Lee Toland Krieger (2012)
Ao lado de "As vantagens de ser invisível", esse filme é uma fofura do início ao fim. O tipo do filme que a gente assiste com um sorriso gostoso de canto de boca, com vontade de sair do cinema acreditando que o mundo é bacana. Trilha sonora genial, embalada por canções super cool e interpretações sensacionais de Rachida JJones e Andy Samberg. Os seus personagens são tão adoráveis, o tipo de gente que voc6e queria ter do seu lado, mais pela alegria e maluquice de ambos, os tipos de pessoas que erram, fazem merda, mas estão sempre ali, sorrindo pra você. Rachida Jones escreve, produz e protagoniza essa delícia de filme, que narra a história de Celeste e Jesse, ambos com 30 anos, que foram casados a 6 anos mas que preparam seus papéis de divórcio. Apesar disso, pela imaturidade de ambos, n!ao conseguem se separar um do outro. Um filme moderninho, na linha de "500 dias com ela". Fotografia esperíssima, recheada de cameras lentas para provocar emoçao e melancolia, advinda da solidão dos personagens. Ri muito, e graças a Deus, uma comédia rom6antica inteligente. Imperdível. Nota: 9

Os penetras

de Andrucha Waddington (2012)
1a comédia do cineasta, que em uma entrevista disse que se inspirou em Mario Monicelli para realizar o filme. Bom, li tantas matérias negativas, que fui com um pé atrás. Mas de tantos erros e acertos do filme, definitivamente o que mais detestei foram as inserções de "product placement". Ok, eu trabalho no ramo cinematográfico e sei mais do que ninguém da importância de ter dinheiro de merchadising das Empresas para poder levantar grana pro projeto. E para isso, os produtos precisam ser inseridos em alguma cena. Mas poxa, temos tantos exemplos sensacionais no cinema americano: Calvin Klein em "De volta pro futuro", Bolas Wilson e Federal Express em "Naufragos", Macdonald's em "Sombras da noite", e por aí vai. Porquê cargas d"água, numa cena de "Os penetras", o personagem de Marcelo Adnet precisa usar o seu rádio Nextel debaixo de um mega Outdoor da Nextel? E outros exemplos que nem quero citar. Fora isso, tecnicamente o filme é impecável: Fotografia, direção de arte, figurino, tudo de muito bom gosto. Eduardo Seiblitch é quem melhor se sai no filme, que poderia ter investido mais no vaudeville e na comédia maluca, essas sim, marcas de Monicelli.

Amor

"Amour", de Michael Haneke (2012)
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2012, além de levar menção honrosa para Jean Louis trintgnant e Emannuele Riva, esse filme com certeza irá encabeçar a minha lista dos mais angustiantes da história do cionema. Um casal na faixa dos 80 anos passa por um momento dificil , quando a esposa passa por uma cirurgia mal sucedida que a deixa paralisada do lado direito. Mais tarde, ela passa por um derrame, o que a torna dependente do marido. Por conta disso, ela perde a vontade de viver. Um drama forte, que não deixa ninguém incólume ä tragédia do amor que tem um fim. Me comoveu demais, a dor de um marido pela degradação fisica e moral de sua esposa, com quem conviveu por mais de 50 anos. Jean Louis Trintgnant ( Um homem, uma mulher) e Emannuele Riva ( Hiroshima , mon amour) se entregam de corpo e alma aos seus papéis, se desfazendo de qualquer glamour e ego. Os 2, icones da beleza nos anos 50, hoje envelhecidos , surpreendem na compoisção fisica de seus personagens, e pelas suas performances irrepreensiveis, mereciam todos os premios de interpretacao do ano. É um filme que deve ser visto com cautela, porque pode provocar choque em pessoas sensiveis. isabelle Huppert, musa de Haneke, interpreta a filha do casal e também tem seus momentos brilhantes. A narrativa segue lenta, os planos, longos e estáticos, quase que como retratando a vida do casal como Natureza morta. É um filme que fala sobre estagio terminal da vida. Muito doloroso de se assistir. Uma cena é memorável pela improvisação e poesia: a de Jean Louis contracenando com um...pombo!!!!! Pelo conjunto da obra, e pela sua força dramática, Nota: 10

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Kotoko

de Shin'ya Tsukamoto (2012)
Esse drama psicológico ganhou o Premio Horizonte no Festival de Veneza. É um drama barra-pesada e violento sobre uma mãe solteira, que tem surtos psicóticos e que tem um problema de visão dupla. Ela imagina 2 cenas para a mesma situação. Um trabalho formidável da atriz e cantora Cocco, que se entrega de corpo e alma para o difícil personagem. O diretor Shin'ya Tsukamoto dirige, escreve e interpreta nesse filme que provoca angustia, tensão e que deixa o espectador apavorado com o destino do bebe da personagem, que sofre as crises violentas da mãe. Todo mundo sabe que o cinema japones não economiza na violência, né? Me lembrou bastante "Repulsa ao sexo", de Polanski, pelo seu clima de filme de terror psicológico. Um filme curioso que merece ser visto para quem curte o genero. Nota: 8

domingo, 2 de dezembro de 2012

Sem vergonha

"Bez wstydu", de Filip Marczewski (2012)
Drama polonês sobre um jovem que volta para morar com sua irmã, por quem ele nutre paixão platônica. O que ele não esperava é que ela fosse se envolver com um rapaz neo-nazista, que destrata os ciganos da cidade onde moram. A temática do incesto entre irmãos foi melhor explorado em "Os sonhadores", de Bertolucci. Aqui, ela se torna gratuita, e o espectador não entende essa fascinação do irmão. Outro item, o do fascismo contra ciganos, me pareceu deslocado na trama. Os atores são razoaveis, destoando em qualidade. A direção é correta, e o ritmo lento. Faltou sensualidade e maior exploração do incesto. No final, apenas um filme curioso, mas sem deixar muitas lembranças. Nota: 5

sábado, 1 de dezembro de 2012

Os Thompsons

"The Thompsons", de The Butcher Brothers (2012)
Continuação do bom "Os Hamiltons", filme de vampiros datado de 2006, muito antes da saga "Crepúsculo" e que fala sobre uma família de vampiros que procura sobreviver tentando manter os membros da família sempre unidos. Aqui, agora o grupo se encontra em Londres, em busca de uma clã da vampiros que possa salvar a vida do caçula, ferido mortalmente em um assalto. Boa direção, atores jovens e bonitos que não fazem feio. Essa definitivamente é uma saga B de 'Crepúsculo": Sem orçamento, sem muitos efeitos, porém com o charme que somente os filmes B possuem. Um filme que poderia ter sido inspiração para esse aqui talvez seja o cult de Kathleen Bigelow, "Os que chegam com a noite". No mais, uma boa diversão para quem quer ver filme de vampiros com violência e sexo, elementos proibidos em "Crepúsculo". Nota: 7

Hipotermia

"Hypothermia", de James Felix McKenney (2010)
Uma familia vai passar um fim de semana em um lago gelado para espairecer e fazer pesca. Outros pescadores surgem no local. O que eles não esperavan era o ataque de uma criatura submarina que emerge para atacar suas vitimas. Nossa, que filme ruim. Trash até o ultimo fotograma, porém sem o menor charme de um filme ruim. Michael Rooker em seu pior papel, e o elenco de apoio um desastre completo. Acho que ninguém mais aguenta o olhar infravermelho da criatura, como seu ponto de vista. E a criatura em si, que não assusta ninguém, só provoca risos pelo desastre que é o figurino e a maquiagem. Na verdade, quando nos créditos iniciais colocaram o nome do ator que interpreta a criatura, já pensie logo: vixe, vai ser uma merda. Sem ritmo, pavoroso. Nota: zero

O homem da Máfia

"Killing them softly", de Andrew Dominik (2012)
Do mesmo cineasta do excelente "O assassinato de Jesse James", esse drama criminal foi selecionado para o Festival de Cannes em 2012. A história gira em torno de 3 malandros que resolvem assaltar uma casa de jogos sustentada pela Mafia local. Logo, um assassino de aluguel, Jeckie Cougar ( Brad Pitt) é contratado para ir atrás dos bandidos. Com um mote muito semelhante ao formidável "Killing Joe", "O homem da máfia" causa um efeito muito sonolento no espectador. Logo de cara, o filme se assemelha muito a um filme de Tarantino: longos dialogos, e depois, uma cena de ação. Porém, essas cenas de longuissimos diálogos se repetem o filme todo, provocando um tédio eterno. O filme não possui reviravoltas, os personagens são todos uns escrotos e a gente nao torce por ninguém. Um ótimo elenco a serviço de um filme que não causa nada, somente bocejos. Algumas boas cenas bem dirigidas e estilizadas, mas apenas isso. A trilha sonora é bacana, o uso de câmera lenta é ok, dando um belo visual ao filme. Mas infelizmnete, está milhas de disância de "Jesse James". Uma pena. Nota: 5