domingo, 30 de dezembro de 2012
de Pablo Larrain (2012)
Larrain, mesmo diretor dos excelentes "Tony Manero"e "Post morten", faz aqui o seu melhor filme sobre a ditadura chilena. Vencedor do prêmio da Quinzena dos realizadores em Cannes 2012, o filme narra a história real ocorrida no Chile. No ano de 1988, 15 anos de ditadura de Pinochet, e pressionada pelos países estrangeiros, o Chile resolve fazer um plebiscito dito "democratico", para que o povo pudesse votar SIM para quem quizesse a continuidade do governo de Pinochet, e NÃO para quem quizesse eleicóes diretas. Rene ( Gael Garcia Bernal) é um jovem executivo de uma agencia de publicidade que é convidado para bolar a campanha do NO. A principio relutante, Rene se deixa envolver pela sua ex-esposa, militante contra o governo, e pelas circunstancias que aos poucos, vão mudando o seu olhar sobre o que acontece ao seu redor. Brilhante no uso de material de arquivo, o roteiro expõe de forma criativa a importância da midia como forma de convencer o eleitorado. Excelente imagens de arquivo, performances sensacionais de todo o elenco ( inclusive 2 atores que parecem o Peter Coyote e Tom Wilkinson) e ótima direção de arte e figurinos. Porém, a maior ousadia de Larrain foi ter rodado seu filme todo com camera U-MATIC, que era usual nos anos 80, para dar o look de época para o filme e não contrastar com seu material de arquivo . Para quem desconhecee sse fato, vai ficar xingando o filme todo, achando que a projeção e a fotografia são uma merda. O roteiro as vezes resvala para o clichê sobre filmes de ditadura, mas mesmo sempre, mantém a atenção. Assim como "Argo", o espectador já sabe como tudo termina, mas a direção competente cria uma narrativa de suspense. Concorrente ao Oscar 2012 de filme estrangeiro, é um filme obrigatorio para estudantes de comunicacao, profissionais de publicidade, jornalistas e até mesmo políticos.
Nota: 10
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