sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Anhell69

"Anhell69", de Theo Montoya (2022) Exibido em competição em Veneza, Sxsw, Mar del Plata entre outros, além de ter ganho o prêmio de melhor filme do juri e do público no Festival Olhar de cinema 2023, "Anhell69" é um registro melancólico da juventude em Medellin, Colômbia. Uma geração que já nasceu morta, sem futuro, e que vive de sonhos que jamais se realizam. À essa geração, a morte muitas vezes acaba sendo o destino. A idéia do filme veio quando o cineasta Theo Montoya decidiu realizar o curta 'Son of sodom". em 2002. Theo realizou uma audição com jovens queer colombianos para escalar o elenco de seu primeiro longa. Na audição, falavam sobre si. Um dos entevistados, Camilo Najar, de codinome Son of sodom, acabou morrendo 1 semana depois de overdose de heroína. Theo decidiu alterar o roteiro de seu longa. Assim surgiu 'Anhell69", nome que é o nickname do personagem interpretado por Camilo Najar, presente no filme através da audição para o curta. O filme é um drama lgbt experimental e repleto de realismo fantástico sobre uma sociedade distópica na Colômbia pós morte de Pablo Escobar. O próprio Thjeo Montoya começa o filme na cama, imaginando o filme que iremos ver: um futuro onde os jovens que cresceram em um país onde a morte pela política e pelas vítimas da viol6encia se torna um sinônimo para a dura realidade enfrentada pela Colômbia. Após um jovem s erelacionar com um fantasma, a prática se torna comum entre a juventude. O governo decide matar todos os jovens que se dedicam à espectrofilia, ou seja, fazer sexo com fantasmas. Um aplicativo é criado, e humanos se relacionam com os fantasmas, que convivem no memso mundo. O mais interessante do filme é o roteiro, bastante criativo ao propor um mundo de convivência entre humanos e fantasmas. A atmosfera do filme e seu incrível visual lembram muito a filmografia do tailandês Apitchapong, que também lida com temas da relação vivos e mortos dentro de um contexto queer e com fotografia arrebatadora. Outros momentos incríveis são a da representatividade da geração lgbt, com personagens trans, drags, não binários, uma diversidade que eu nem imagiana existir na perigosa e violenta Medellin.

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