Moscou não acredita em lágrimas

"Moskva slezam ne verit", de Vladimir Menshov (1980) Vencedor do Oscar de filme estrangeiro em 1981, "Moscou não acredita em lágrimas" é um clássico do melodrama na era soviética, ainda sob o regime comunista. O filme é um épico ambicioso que vai de 1958 a 1978, e acompanhamos a trajetória de 3 amigas que v6eem do interior para tentar a sorte em Moscou. Katya, Antonina e Lyudmila sonham em conseguir um bom trabalho e um bom casamento. Katya deseja ser química, mas não passou na prova de admissão e acaba indo trabalhar como torneira mecânica em uma fábrica. Lyudmila trabalha em uma fábrica de pães. Antonina é a mais conservadora das amigas e acana namorando um rapaz cujos pais são donos de um pedaço de terras. Katya acana namorando um cameraman da estatal, engravida mas o rapaz foge do compromisso. 20 anos se passam. Katya agora é diretora da empresa onde trabalhou. Antonia se casou e tem três filhos. Luydmila continua solteira. Katua tem uma filha adolescente. Em uma viagem de trem, Katya conhece Gosha, por quem se apaixona. Mas ele diz que nenhuma mulher deve ganhar mais do que o homem, e ela esconde dele que ela é diretora. Um retrato dos papéis femininos na União soviética, "Moscou não acredita em lágrimas" é um filme belíssimo, com produção requintada. Direção de arte, figurinos, maquiagem, trilha sonora e principalmente a fotografia são excepcionais, de alto n;ivel. O elenco em peso é muito talentoso, e destaque total para as 3 atrizes protagonistas, muito carismáticas e lidando bem com drama e humor. De negativo, o olhar bastante machista dos personagens masculinos e de como as mulheres soviéticas se sujeitavam a um regime bastante conservador, aceitando que os homens ganhem mais e que elas cuidem da casa, dos filhos e de prover comida aos homens. mas ainda assim, o filme é um grande sopro na onda feminista, principalmente na personagem de Katya, que consegue com o tempo ascender profissionalmente, algo bastante raro no regime.