"Máquina do desejo: os 60 anos do Teatro Oficina", de Joaquim Castro e Lucas Weglinski (2021)
Documentário obrigatório para atores de teatro, atores e amantes da cultura. É um filme onde se entende a gênese e a grande motivação da criação e manutenção do Teatro de mais de 60 anos de existência. Em 2015, o Teatro Oficina foi eleito pelo jornal The Guardian como o melhor teatro do mundo na categoria projeto arquitetônico
Fundada em maio de 1958, o Oficina nasceu na Faculdade de direito da Usp, formado por estudantes de direito como Amir Haddad, José Celso Martinez Correa e Carlos Queiroz Telles. Atores como Marilia Pera, Etty Fraser, José Wilker, Celia Helena já interpretaram espetáculos do grupo. Localizado na Rua Jaceguai 520, Bexiga, o espaço arquitetônico inovador teve o seu imóvel disputado por Silvio Santos, que queria construir um complexo de residências no local, mas perdeu a disputa.
O grupo, hoje chamado de Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, influenciou o tropicalismo e o cinema novo. José Celso diz que Oswald de Andrade teve uma importância enorme no conceito do Teatro Ofcina, e cita 2 frases que dão o tom do grupo: "'Pela unificação de todas as revoltas em uma só direção e "Pela contribuição milionária de todos os erros". Durante a ditadura, o Oficina virou ponto da resistência cultural do Brasil. Militares, disfarçados de espectadores, pararam várias sessões de "Roda viva", batendo nos atores e queimando os seios das atrizes.
O grupo era chamado de subversivo pela elite e pelos militares.
Hoje, o Teatro luta para se manter, e possui em seu catálogo uma série de espetáculos que revolucionaram a linguagem do teatro, se tornando verdadeiras sessões de catarse coletiva entre púbico e atores : "Cacilda", 'Os sertões", "O rei da vela", "Na selva das cidades".
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