"Songs my brother taught me", de Chloé Zhao (2015)
A diretora de "Nomadland", Chloé Zhao, vencedora dos Oscars de melhor filme e direção em 2021, estreou em 2015 com esse comovente drama que traz muito de sua já conhecida linguagem e narrativa. Em 'Songs my brother taught me", existe uma sintonia com o universo de Terrence Malick: personagens em conflitos internos e dimensionados de forma épica com a natureza ao seu redor; off do protagonista; uso de lentes grandes angulares e câmera na mão e uma fotografia e rilha sonora sublimes que embalam o drama dos personagens. Assim como em seu filme seguinte, "The rider", Chole se apropria de não atores que vivem a realidade dos personagens.
A estréia de Chloe a colocou de imediato na antena dos mais importantes festivais do mundo: o filme concorreu em Sundance, Cannes e em Deauville.
Na Dakota do sul, na reserva indígena de Pine Ridge, moram famílias que lidam com desemprego, pobreza, crises familiares, alcoolismo e falta de perspectiva de um futuro melhor. Parte da comunidade vive em função da vida do campo e dos torneios de rancho. John e Jashaun são irmãos. John quer se mudar para Los Angeles junto de sua namorada e evita de comentar sobre o assunto com sua mãe, recém viúva, e sua irmã pequena Jashuan, a quem ele é muito ligado. O irmão mais velho está preso.
O filme lida com a rotina de personagens que não esperam muito do seu futuro, apenas vivem, e John ousa mudar esse destino. É um filme pessimista, que retrata histórias de pessoas que não conseguem mudar o rumo de suas vidas. Os problemas de alcoolismo nas reservas indígenas é tratado de forma contundente. Chloe trabalha com o seu fotógrafo Joshua James Richards, que capta em suas lentes lindas paisagens e por do sol.
O filme foi produzido por Chloe e pelo ator Forrest Whitaker. Um belo filme poético, comovente e melancólico sobre uma América pouco conhecida.
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