terça-feira, 4 de maio de 2021

Aranha


"Araña", de Andrés Wood (2019)
"Até quando vamos permitir que a esquerda escreva a historia desse pais?". É essa frase que sintetiza o filme "Aranha", uma co-produção Chile/Argentina/Brasil, três países que vivenciaram a ditadura nos anos 70. Essa frase é dita com fúria por Inês, uma jovem professora de história que se une a Gerardo e Justo para se unirem à Frente Nacionalista Patria y Libertad, que tem a aranha como símbolo- uma organização política de ultra-direita criada para fazer frente ao Governo de Salvador Allende, a quem acusam de implantar o socialismo e comunismo marxista no Chile. mas o mais estranho é ver Caio Blat, interpretando o líder da frente, dublado em espanhol.
O filme é conduzido em duas épocas: o de dia de hoje, e os anos 70, mais precisamente, de 70 a 73, quando houve o golpe militar que colocou o General Augusto Pinochet como presidente.
Inês e Justo estão casados. Gerardo ficou numa grande crise de consciência por conta do ato terrorista que provocaram em 73. Ao causar um acidente, ele vai preso. Justo e Inês agora precisam ajustar contas com o passado.
A estrela argentina Mercedes Morán interpreta Inês na fase adulta, uma personagem polêmica e controversa por representar a direita em seu País. Além dela, um time de excelentes atores argentinos e chilenos dão vida a personagens que acreditam em sua causa e o filme lida de forma inteligente com a complexidade de suas trajetórias. Tecnicamente o filme é muito bem feito: direção, fotografia, direção de arte, edição.

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