"Eu, Pecador", de Nelson Hoineff (2017)
Documentário exibido no Festival do Rio 2017 sobre o polêmico cantor popular Agnaldo Timóteo, que veio a falecer de Covid no dia 3 de abril de 2021, aos 84 anos. Seu diretor, o famoso jornalista e documentarista Nelson Hoineff, faleceu no dia 15 de dezembro de 2019. O filme agora encontra distribuição graças ao cineasta e produtor Cavi Borges, que em uma missão mutirão, conseguiu finalizar o filme, que será exibido no Now e no Canal Brasil.
Agnaldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, e veio ao Rio de Janeiro, onde trabalhou como motorista de Angela Maria, sua grande ídola. Autor de grandes sucessos populares, como 'Quem é", "Mamãe", Eu, pecador", "A galeria do amor", "Aventureiros", Agnaldo sempre se ressentiu de não ter sido apreciado pela intelectualidade, e diz que a crítica e a mídia sempre deu foco à música de elite, como João Gilberto e Chico Buarque, a quem ele acusa de não saberem cantar. Daniela Mercury também entrou na mira de sua metralhadora, a quem ele chama de 'Daniel", por ela ser defensora de casamento gay, que Agnaldo abomina.
O filme apresenta Agnaldo cantor e o Agnaldo político. Em 1982, ele se tornou o Deputado federal mais votado do Brasil, com 500 mil votos, pelo rio de Janeiro. Ao todo, ele teve cinco mandatos, 3 como Deputado federal, e 2 como vereador. Nos últimos anos, ele não conseguiu mais se eleger, tendo votação pífia. A parte polêmica cabe tanto aos artistas e políticos que ele detona ( ele elogia Maluf, Collor) e também detona o casamento gay, além de publicamente dizer que não é gay.
Mesmo para quem não é fã de Agnaldo e nem conhece suas músicas, vale assistir ao filme, e entender essa personalidade complexa e de argumentos inconsistentes e incoerentes, que ganhou antipatia de artistas quanto de políticos pela sua língua ferina. Hoje em dia, seria cancelado com toda a certeza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário