domingo, 30 de maio de 2021

Cidade em pânico


"City in panic", de Robert Bouvier (1986)
Um dos mais obscuros e hoimofóbicos filmes da cultura LGBTQIA+, um slasher fruto da mídia que demonizou gays e Aids, em plenos anos 80.
O filme, de 1986, é uma produção canadense que busca referências no giallio italiano, com a representação do assassino com capas e luvas pretas, além da navalha que usa como objeto do crime. O filme traz referências do clássico "Parceiros da noite", de Willian Friedkin, com Al Pacino no papel de um policial infiltrado. Aqui, o infiltrado é Dave, um radialista de um programa de rádio especializado em crimes. Em Toronto, gays com Aids são assassinados. A polícia quer descobrir o paradeiro do assassino, e para isso, contam com a ajuda de Dave.
Não é preciso ser mágico para saber porquê gays com Aids estão sendo mortos. O filme rouba descaradamente idéias de duas obras-primas do cinema: "Psicose", de onde o cineasta copia o primeiro assassinato em um chuveiro, exatamente igual, plano a plano. E "M, o vampiro de Dusseldorf", usado pelo assassino para retalhar suas vítimas, escrevendo M à navalhadas nas costas dos mortos. Em 1993, o drama LGBTQIA+ canadense "Amor e restos humanos" também trouxe o tema do serial killer que mata a comunidade Lgbtqia+.
Originalmente, o filme se chamava "The Aids murders", e por aí, já dá para entender o tipo de produção que seria. As mortes são toscas, os atores são ruins, mas isso não impede do filme ser um triste registro histórico em uma época onde ser gay praticamente era uma sentença de morte.
A melhor morte: um guarda noturno entra em um banheiro com glory hole para fazer pegação e quando coloca seu pênis no buraco, é castrado e assassinado.

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