"Zhi fan ye mao", de Hanyi Zhang (2016)
Exibido em importantes Festivais, como Berlin e Vancouver, "A vida após a vida"é um drama de realismo fantástico, que traz elementos sobrenaturais à uma dura realidade da China rural. Não é à toa que o filme tem Jia Zheng Khe como produtor executivo. Os temas que ele trabalha em seus filmes é a pauta de "A vida após a vida", só que trazendo a reencarnação e espiritismo como pano de fundo: O contraste entre uma China rural, atrasada, com uma nova China que surge, moderna, repleta de prédios altos e que precisam de destruir o passado para levantar o futuro.
Ming Chun é um viúvo de meia idade que mora em uma região pobre e rural da China. Ao caminhar com seu filho Leilei no pasto sêco, ele se surpreende que o espírito da falecida baixou no filho. Ela quer que o marido arranque a árvore que o pai dela plantou no jardim da casa dela e replante em um outro lugar.
Essa trama mirabolante é filmada pelo diretor e roteirista Hanyi Zhang. de uma forma bastante particular: planos muito longos, panes lentas, planos gerais, praticamente nenhum close. O realismo fantástico é encarado pelos personagens de forma naturalista, ninguém se assusta ao descobrir que a mulher reencarnou no corpo do menino. O filme lida com simbolismos e metáforas para falar da finitude, morte. Os aldeões são todos idosos, tudo exala morte na região, tanto física, quanto ambiental.
Tem uma cena angustiante de uma cabra sendo morta sob os olhares dos moradores, uma cena longa com a cabra gritando desesperada. Uma cena pavorosa que nem precisava estar no filme.
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