sexta-feira, 30 de abril de 2021

O auto da boa mentira


"O auto da boa mentira", de Jose Eduardo Belmonte (2021)
Comédia dramática baseada em frases e causos contados pelo escritor paraibano Adriano Suassuna em suas entrevistas, "O auto da boa mentira" vem na esteira de outro sucesso adaptado do escritor falecido em 2014, "O auto da compadecida". Inclusive Guel Arraes, que dirigiu o filme com Selton Mello, agora produz "O auto da boa mentira" e que, como o próprio nome diz, tem como tema as mentiras e causos contados pelo anedotário popular brasileiro.
É inevitável comparar ao argentino "Relatos selvagens": aqui, 4 histórias distintas são contadas para trazer humor sobre a tragédia do cotidiano do brasileiro.
No 1o episódio, Leandro Hassum é Helder, um gerente de RH loser que trabalha em uma empresa burocrática e que viaja para uma convenção em um hotel. Todos da empresa o ignoram. Para sua surpresa o humorista Paulo está no mesmo hotel para fazer um show na convenção. Paulo é sósia de Helder, só que gordo. O filme faz uma metalinguagem sobre Leandro Hassum gordo e agora magro.
No 2o episódio, estrelado por Renato Góes e Cassia Kiss, ele é o filho que descobre que seu pai verdadeiro é um palhaço de circo e resolve procurá-lo.
No 3o episódio, o ator americano Chris Mason interpreta um guia de Jeep tour com turistas, visitando favelas cariocas. Ao contar uma mentira para seu amigo da comunidade, ele acaba se enroscando com o traficante, papel de Jesuíta Barbosa.
No último, uma estagiária trabalha em uma empresa onde ninguém dá bola para ela: Jonnhy Massaro, Luis Miranda, Leticia Isnard, Silvio Guindane fazem parte desse conto.

O problema dos filmes de episódios é que sempre comparamos um ao outro, e nesse caso, o 2o episódio ganha disparado. É o mais redondo, preciso, divertido e trazendo também emoção, através de excelentes performances de Cassia Kiss, Renato Góes e Jackson Antunes. Tecnicamente o filme é ótimo, com fotografia, direção de arte e maquiagem de alto nível.

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