terça-feira, 20 de abril de 2021

O Grande Buster


"The great Buster", de Peter Bogdanovich (2018)
Uma obra-prima esse documentário apaixonante e apaixonado sobre um dos maiores Diretores e comediantes da história do cinema, Buster Keaton, chamado de "O homem que não ri", ou "The stoned face".
Peter Bogdanovich, realizador de obras-primas como "A última sessão de cinema", é também professor de cinema e estudioso, e escreveu e produziu esse grande tributo.
Buster Keaton teve sua carreira em declínio com o advento do cinema sonoro, e também, com o surgimento dos cartoons. É notório que desenhos como Pernalonga tiveram Keaton como inspiração.
Keaton começou ainda criança nos palcos, se apresentando com seus pais em vaudevilles teatrais. Seu pai lhe ensinou malabarismo, o que justifica seu grande trabalho corporal, recusando o uso de stunts em todos os seus filmes.
Keaton foi trazido ao cinema pelo comediante Fat Arbuckle, que também o ensinou a dirigir.
O filme contém depoimentos comoventes de Tarantino, Mel Brooks, Werner Herzog, Cybil Sheppard e muitos atores e produtores, que falam da importância de seus filmes para a formação profissional de todos. Jon Watts, diretor de "Spider man- de volta para casa", explica como foi importante o trabalho de Keaton, famoso por somente interpretar com os olhos, para poder trabalhar o Homem aranha, que também só atua com os olhos.
Tarantino diz que Ketaon trouxe a masculinidade aos personagens de comédia, ao contrário de outros filmes que infantilizavam o comediante. Depois de dezenas de curtas, Keaton estreou no longa com a obra-prima "A general", em 1923. O filme se tornou um fracasso comercial, mas é considerado pela crítica mundial como o 18o melhor filme de todos os tempos, inclusive por Orson Welles.
Com o cinema sonoro, veio o declínio de Keaton que, deprimido, se tornou alcoólatra. Ele trabalhou em diversos filmes falados, todos fracassados. Na televisão fez diversos comerciais e programa de pegadinhas. Em 1950 fez uma participação em 'crepúsculo dos deuses" e em 1953, 'luzes da ribalta", de Chaplin, ambos homenageando o Keaton esquecido pelo mundo.
Em 1960, ele recebeu um Oscar honorário. Em 1965, foi homenageado em Cannes, com 10 minutos de aplausos. Keaton morreu em 1966.
O filme apresenta cenas de filmes de Keaton que eu nunca havia visto e agora quero ver todos. O filme é uma aula de cinema.

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