"Les choses q'on dit, les choses q'on fait", de Emmanuel Mouret (2020)
Drama francês selecionado para a competição oficial de Cannes 2020, "Love affairs" remete ao cinema francês verborrágico que fãs de Eric Rohmer amam, mas detratores do cinema francês odeiam. Com mais de 2 horas de duração, "Love affairs" se apóia totalmente em seus atores e os diálogos que ocupam todo o filme. Mas é de se elogiar o roteiro de Emmanuel Mouret, que emaranha diversas histórias que se entrecruzam de forma orgânica e sutil, sem saltos.
O filme é dirigido de forma elegante, delicada, com uma linda fotografia e trilha sonora composta de clássicos, entre eles,
Gymnopedie No 3 e Adagio for strings No 11. O filme passeia entre o drama, a comedia fina, o romance.
Maxime (Niels Schneider, objeto de desejo de Xavier Dolan em 'Amores imaginários") é um jovem escritor que vem de Paris até os campos passar uma temporada na casa do interior de seu primo François. François viajou e Maxime é recebido pela esposa grávida, Daphne (Camélia Jordana). Eles passam seu tempo contando histórias de amor desencontradas que ambos viveram. No final, Maxime e Daphne acabam se apaixonando.
Pode soar confuso o filme por conta do excesso de personagens que surgem, mas a forma como o diretor conduz as histórias é muito interessante. O ritmo é lento, e a longa duração pode atrapalhar a melhor degustação do filme. Mas os dez minutos finais certamente farão valer o filme: um primor de direção, edição e narrativa, que faz lembrar o desfecho do clássico 'Dr Jivago".
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