quinta-feira, 8 de abril de 2021

Walden


"Walden", de Bojena Horackova (2020)
O mais triste é ver pessoas que viveram suas vidas na esperança de um futuro melhor e, agora que esse futuro chegou, procuram encontrar esperança no passado”
Essa frase sintetiza o drama franco-lituano "Walden": um filme sobre memórias, melancólico, sobre decisões feitas que repercutem no futuro. O filme é auto-biográfico: a roteirista e cineasta Bojena Horackova fugiu da Techoslováquia e seguiu para Paris, durante o regime comunista. Jana, a protagonista, também tem o desejo de fugir de Viulius, cidade lituana, no ano de 1989, ainda durante o regime comunista e antes da queda do muro de Berlin.
O filme se passa em 1989 e 25 anos depois, quando a mesma retorna à cidade natal em busca do lago onde sua vida mudou: o lago Walden. Era ali que ela ia regularmente com Paulius, um amigo do seu amigo Lukas por quem ela acabou se apaixonando. Jana era a mais inteligente da turma e de certa forma , apolítica. Paulius abandonou os estudos, e vive vendendo moedas estrangeiras no mercado negro. Ele quer fugir do País e ir até Paris, e convence Jana do plano. Mas a polícia secreta está atrás de desertores.
O filme foi selecionado para o selo 'Acid Cannes", dedicado a filmes independentes com dificuldade de distribuição, o que abriu portas para outros festivais, como o prestigiado Locarno. O filme , no entanto, ficou bem apático. A idéia é bastante interessante e propensa a muita emoção, que é o que falta ao filme. A gente não sente apatia pelo casal, apresentado com bastante frieza. O ritmo é arrastado, e o vai e vem nos tempos prejudica a ação. De positivo, a bela fotografia da dupla Eitvydas Doskus e Agnès Godard.

Um comentário:

  1. Cara, desde 2012 acompanho seu blog. Acesso todos os dias e gosto demais dos filmes que você posta e dos seus comentários. Parabéns, quase uma década acompanhando este blog.

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