segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Intervenção- É proibido morrer


"Intervenção- É proibido morrer", de Caio Cobra (2021)
Em determinando momento, duas irmãs se confrontam em ideologia: "Sai dessa irmã, tu não nasceu pra matar pobre na favela.". "Não tô matando, tô protegendo". Assim é Larissa (Bianca Comparato), uma PM recém concursada que vai se integrar em sua primeira missão em loco, em uma comunidade pacificada pela UPP. Ela é idealista e acredita no potencial das UPPS, Unidades pacificadoras da polícia, criada em 2008 no Morro Dona Marta e amplamente distribuída em outras comunidades. Mas logo Larissa irá perceber que ela estava errada, e que a realidade envolve tudo aquilo que ela sempre tentou combater.
Corrupção na polícia é um tema já visto inúmeras vezes. mas aond eo filme acerta o foco é dar voz para vários lados: pra polícia, pra comunidade, pros traficantes. O filme também traz a linguagem das redes sociais como apoio da operação da polícia e de testemunhar ações criminosas, em vídeos gravados pela população. Mas isso não exime o filme da polêmicas: Há escolhas narrativas e de dramaturgia, com viradas de personalidades de personagens que certamente farão parte do público criticar a história. Mas independente disso, é inegável a qualidade técnica do filme e principalmente, o ótimo trabalho do elenco, que mesmo em tipos esquemáticos, faz muito bem seu trabalho: Bianca Comparato, Marcos Palmeira, Rafael Losso, Vitor Thiré, Babu Santana, Dandara Mariana e participações como de Zezé Motta e André Ramiro dão força ao filme.
O roteiro é de Rodrigo Pimentel e de Gustavo de Almeida, baseada em relatos do próprio Pimentel que vivenciou a derrocada das UPPS, e de depoimentos.

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