"Anne at 10000 ft", de Kazik Radwanski (2021)
Premiado drama canadense, do gênero "Mumblecore", que são projetos de baixissimo orçamento. O filme concorreu em Berlim, Shanghai, Toronto, Vancouver e Dublin, afirmando a qualidade dessa delicada trajetória da saúde mental da protagonista Anne, esplendidamente defendida por Deragh Campbell. Esse é um tipo de filme que fica 1000% nas costas da atriz, em um tour de force digno de aplausos. A linguagem lembra muito os filmes dos irmãos Dardenne: a câmera que acompanha a personagem em todos os lugares, um fragmento na vida de alguém que está em momento de explosão interna.
Anne é professora em uma creche. Aparentemente, ela está bem: jovem, bonita. Mas quando ela sai do ambiente das crianças, entendemos que ela sofre um processo de burnout: pressão das professoras que divergem da forma que Anne lida com as crianças, pressão de sua mãe, a falta de um namorado. Quando sua amiga Sarah a chama para uma despedida inusitada, aonde as damas de casamento precisam saltar de paraquedas, Anne tem uma sensação de liberdade durante o salto que ela nunca havia sentido antes. E é essa sensação que Anne tentará trazer para a sua vida.
O roteiro não tem nada de extraordinário,e é justamente essa falta de história que permite que Anne seja como ela é, sucumbindo ao que vier na sua frente. De uma forma naturalista e quase improvisada, o filem é um olhar sobre uma mulher que está tentando se inserir na vida como alguém forte e determinado, mas que no momento, não está conseguindo apoio de ninguém. Para quem gosta de atuações naturalistas, é uma boa pedida.
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