sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A tragédia de Macbeth


"The tragedy of Macbeth", de Joel Coen (2022)
Impressionante estréia de Joel Coen na direção solo, sem a parceria habitual de seu irmão Ethan. Ousado, Joel traz mais uma versão da tragédia de Shakespeare, já levada às telas pelos mestres Orson Welles, Kuroswa, Polansky, entre outros. O que o diferencia basicamente das outras versões é o visual espetacular, todo rodado em preto e branco pelo seu fotógrafo Bruno Delbonnel, em uma atmosfera que remete a filmes noir e Expressionismo alemão. Fora isso, o desenho de arte primoroso de Stefan Dechant, que construiu o filme inteiro dentro de um estúdio na Califórnia, a pedido de Joel que queria uma atmosfera que fugisse do realismo. Tudo é sublime. Tem momentos que o filme se aproxima do terror gótico, e a criatividade em trazer momentos tão complexos como "a floresta que anda" foram muito bem executadas.
O elenco é outro ponto forte, e assistir Denzel Washington e Frances Macdormand nos papéis principais é uma aula de interpretação. Brendan Gleeson como o Rei Duncan também está primoroso, e a cena de seu assassinato é muito bem conduzida.
Macbeth é um general leal ao seu Rei Duncan, mas ao se encontrar com 3 bruxas que profetizam que ele será o próximo Rei, se transforma. Seduzido pelo desejo ambicioso de sua esposa , ele assassina o Rei Duncan, mas conduzido pela paranóia, se torna tirano.
Uma pena que o filme não tenha sido levado às telas do cinema. Seria incrível assistir na tela grande toda essa poesia visual conduzida por Joel Coen e sua formidável equipe técnica.

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