"O segundo homem", de Thiago Luciano (2021)
Drama distópico com elementos de policial e de suspense psicológico, o filme às vezes parece que vai levar o seu protagonista, o pacifista Miro, para um espiral de loucura digno de um Travis Bickle, personagem de Robert de Niro em "Taxi driver". Num mundo onde o Brasil liberou o uso de armas, onde a polícia se enfraquece e as milícias tomam o poder, Miro decide se mudar com sua esposa Solange (Lucy Ramos) e a filha pequena para o interior, região onde as milícias ainda não chegaram. Mas para garantir a segurança de sua família de uma possível invasão, Miro decide se alistar na Legião estrangeira francesa, e faz um treinamento pesado que acaba seduzindo Miro com o uso das armas. Solange quer seguir ensinando aula de artes para as crianças, matéria proibida pelo governo. Quando um dos soldados da legião surge assassinado, as policiais Joana (Negra Li) e Marcia (Cleo) surgem para tentar desvendar o caso.
O filme traz um gênero ainda pouco explorado na filmografia brasileira, unindo um conceito de metáfora a um realismo distópico. Com um elenco eclético que surpreende em suas performances, o roteiro valoriza a sonoridade e as personagens femininas e negras. Os personagens masculinos são os vulneráveis, estúpidos, assassinos e voláteis em um mundo onde quem não segura a pressão do dia a dia de um país fascista, enlouquece ou pede para sair.
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