domingo, 9 de janeiro de 2022

Red rocket


 "Red rocket", de Sean Baker (2021)

Sean BAker é o cineasta que ama a América dos losers e dos marginalizados. Foi assim em "Tangerina" e "Projeto Flórida", e com "Red rocket", concorreu à Palma de ouro em Cannes 2021. Novamente apresentando uma América sem perspectiva, o filme nos traz Mikey (Simon Rex, excelente e carismático), um cinquentão bonitão que por 17 anos trabalhou em Los Angeles como ator pornô. Mas ele é

obrigado
a retornar à sua cidade natal no Texas com uma mão na frente e outra atrás, e pede ajuda à sua ex-esposa e também atriz pornô Lexi (Bree Elrod), que mora com sua mãe . Ambas se recusam a ajudar Mikey, mas acabam cedendo. Ele faz entrevistas mas todos renegam quando descobrem seu passado. Mikey acaba indo trabalhar como traficante de maconha e junta um dinheirinho. Ao levar Lexi e sua mãe para comer em uma loja de Donuts, ele conhece a recepcionista Strawberry (Suzanna Son, ótima) e se apaixona por ela. mas ela tem 17 anos, e ele quer levá-la para Los Angeles para seguir carreira no pornô.
O filme é uma comédia dramática muito bem defendida pelo elenco e com ótimas cenas, e Baker sabe como poucos filmar uma América desesperançada e decadente. Seus personagens, entre atores profissionais e amadores, são bastante realistas. Aquele eterno ar de frustração e um carinho pelos personagens, por mais decadentes que sejam. A mãe de Lexi é genial. E o mais inusitado é ter na trilha "Bye bye bye", do N'sync, costurando a trama. O filme é longo, 130 minutos, perecia uma podada de 20 minutos.

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