"Juniper", de Matthew J. Saville (2021)
Esse filme daria uma excelente adaptação teatral, em espetáculo para 4 atores: a avó de 80 anos, o pai de 40 anos, o neto de 17 anos e uma enfermeira de 25 anos.
A história lembra bastante Ensina-me a viver" e "Perfume de mulher". São filmes onde um adolescente se relaciona com uma pessoa mais idosa e ambos saem transformados: ele aprendendo a amar a vida, e ela reaprendendo a viver.
Juniper em português é zimbro, uma fruta usada na preparação do gim. Ruth (Charlotte Rampling, ótima) é uma idosa alcóolatra e mau humorada, que maltrata todo mundo. Ela está doente e não anda mais, estando em cadeira de rodas. Ela vai passar um tempo na casa de seu filho Robert ( Márton Csókás), em uma fazenda na cidade de Aotearora, Nova Zelândia. Sam ( George Ferrier ) é um rapaz de 17 anos, depressivo desde a morte de sua mãe. Ele está suspenso da aula por mau comportamento, e seu pai o leva até a fazenda. Para surpresa de Sam, ele é obrigado a cuidar de Ruth enquanto Robert precisa viajar para Inglaterra. A enfermeira Sarah ( Edith Poor ) ajuda Ruth, mas é Sam que é menosprezado pela avó, que o maltrata. Mas com o passar do empo, avó e neto entendem que ambos passaram por momentos difíceis em suas vidas e que o que os une é a sensação eminente da morte (Sam é suicida).
Apesar de lidar com temas pesados como morte, suicídio, doença terminal, "Juniper" é um drama familiar, com bons diálogos e ótimas atuações. George Ferrier carrega o filme todo nas costas, no papel de Sam. Ele é o filme, e o seu carisma transborda o personagem Sam em alguém que queremos acompanhar até o fim. As cenas dele com Ruth, principalmente no luau, são comoventes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário