"Diários de Otsoga", de Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro (2021)
Premiado mockmentary do premiado cineasta português Miguel Gomes, realizador dos monumentais "Tabu", "Aquele querido mês de agosto" e a trilogia "1001 noites. Exibido no Festival de Cannes 2021, dessa vez Miguel dirige o filme com sua companheira, Maureen Fazendeiro. Juntos, realizam um filme experimento, realizado no confinamento da pandemia de 7 de agosto a 10 de setembro de 2020. O filme acompanha 3 jovens, Crista (Crista Alfaiate), Carloto (Carloto Cotta) e João (João Nunes Monteiro) que decidem passar uns dias numa casa de campo e construir um borboletário. A narrativa é contada de trás pra frente: são 22 dias de diário, começando no 22o e terminando no 1o: a partir de determinando momento desse exercício de minimalismo e naturalismo onde nada de conflitante acontece, descobrimos que é tudo uma encenação, e a própria equipe de filmagem aparece e faz parte do filme. O que é real? O que é ficção? Até que ponto os atores estão fora de seus personagens? A equipe está interpretando? Esse jogo é o que faz desse filme uma obra de reflexão, discutindo o trabalho de criação.
Otsogo é Agosto ao contrário, como o filme é narrado. Em determinando momento, a atriz se recusa a beijar um ator pois ele saiu do confinamento. Esse é um momento chave que fala sobre protocolos de pandemia , inserido dentro de uma obra de ficção.
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