quarta-feira, 31 de março de 2021

Tabu


"Tabo", de Vilgot Sjöman (1977)
Proibido em mais de 15 países, "Tabu" é uma produção sueca de 1977 que vem na esteira dos filmes "exploitation" que surgiram na década de 60, apresentando ao espectador fatos considerados chocantes e tabú para a sociedade.
Em "Tabu", o cineasta e roteirista Vilgot Sjöman cria uma narrativa diferente: misturando ficção e recriando cenas mockmentaries, o filme apresenta uma lista imensa de fetiches e perversões sexuais, alguns no dia de hoje já totalmente absorvidos pela sociedade. O filme também é um excelente registro histórico, pois em 1977, era considerado tabu uma mulher branca sueca fazer sexo com um homem negro; era considerado aberração travestis, transsexuais e cross dressers; e mulheres mais velhas fazendo sexo com rapazes mais jovens era um escândalo.
Um advogado, Kristoffer (Kjell Bergqvist), é recriminado pela sua namorada Sara (Lickå Sjöman) por defender clientes pervertidos. Kristoffer argumenta dizendo que essas pessoas são puras, estão corretas em expressar seus desejos, que a sociedade é que está errada. Ele passa então a narrar histórias de seus clientes, o que faz com que Sara aos poucos se liberte de seus tabus e se envolve com taras sexuais, junto de Kristoffer, outro amante de fetiches. Entre as histórias narradas tem a de um homem que foca de pênis ereto se mostrando para meninas; um homem que fica nú na floresta e quer ser chicoteado pelo parceiro vestido de couro; um homem que se masturba vendo cadáver de uma mulher; uma idosa que gosta de ficar nua em público.
O filme é produzido pelo mesmo Estúdio que produziu os filmes de Bergman, Stockholm Film. É bizarro, grotesco, mas ao mesmo tempo, uma pérola rara, certamente jamais teria sido produzido nos dias de hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário