"Yhi zi you dao hai shui bian lan ", de Jia Zhangke (2020)
Exibido no Festival de Berlin 2020, o documentário "Nadando até o mar ficar azul" novamente traz temas recorrentes ao cinema de Joa ZhengKe: memória, evolução do tempo, conflito de gerações, transformações sócio econômico e geográficas de um País em constante efervescência.
Jia Zhengke retornar à sua cidade natal, Shinxi, e participa do encontro literário de famosos escritores chineses que ocorreu em 2019. Sua câmera começa registrando a cidade,a rotina pacata de idosos, crianças, adolescentes e contrasta entre a tecnologia e a educação milenar tradicional. O seu foco passa a ser então 3 dos escritores do evento. Cada um deles narra histórias curiosas, envolvendo a evolução da China para o comunismo e como isso afetou a vida de todos eles. Dividido em 18 capítulos, o filme traz lindas imagens alternando com os rostos desses contadores de histórias. Me lembrei bastante da estrutura dos filmes de Eduardo Coutinho, onde a câmera fica no personagem, e a beleza que é de ouvirmos relatos tão incríveis em sua simplicidade, mas tendo uma força incrível como testemunhos de seu tempo. O capítulo onde o neto de 14 anos é entrevistado é contundente. Com um visual moderno ( fone no ouvido) e falando como os jovens falam nos dias de hoje, ele é confrontado pelo entrevistador a falar o dialeto de sua cidade natal. O menino diz que não lembra, até que sua mãe surge e o ensina, e ele acaba reproduzindo. Um simbolismo belo, poético e de esperança.
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