"Come true", de Anthony Scott Burns (2020)
Excelente drama psicológico que mescla ficção científica e horror, é uma produção canadense que presta homenagem a David Cronemberg e David Lynch. evocando mistério, erotismo e tecnologia voltada para a área mais sombria da mente humana.
Com um visual surpreendente, ainda mais considerando que é um baixo orçamento, o filme traz referências estéticas de "A corrente do mal", um dos representantes do que a crítica chamou de "Neo horror": filmes de terror com uma atmosfera mais autoral, se ritmo lento e contemplativo, mas jamais perdendo a aura pop. Em "Come true", o diretor e roteirista Anthony Scott Burns traz toda uma estética dos anos 80, tanto na fotografia, quanto na trilha sonora, bela, etérea e repleta de sintetizadores.
Sarah (Julia Sarah Stone, uma excelente revelação) foge de casa por não ser compreendida pelos pais e por provavelmente sofrer de abusos. Com problemas de desordem do sono, ela dorme nas ruas, isso quando consegue dormir. Ao avistar um anúncio sobre uma clínica que faz experimentos com quem tem problemas de sono, ela se candidata a ser uma cobaia, recebendo assim, dinheiro e um teto para passar a noite. O que Sarah não esperava era que o experimento despertasse nela pesadelos até então escondidos.
Com um visual arrebatador, o filme tem uma trilha sonora primorosa, que auxilia bastante para dar um tom etéreo e assim deixar o espectador quase que na mente da protagonista. O roteiro é confuso, e o final pode ser bastante frustrante. Mas isso não impede do espectador, que se deixar levar pela autoralidade do filme, reconhecer grandes talentos dentro e fora das telas.
Ser autoral não significa ser bom. Presta homenagens a dois gênios do horror? No máximo tenta. Filme com erotismo??? Onde? rs... so pq tem uma cena de sexo? Ok, esteticamente "tenta" dar uma boa impressao, mas pelamor, quem se assusta com figuras sombrias com olhos que brilham, sem contexto? Nem com muito boa vontade. Mas a chave pra ver que o filme é bem fraco está na sua própria crítica: "roteiro confuso e final frustrante". Se o roteiro é confuso como vc disse (não achei... é bem simplório até), e o final piora tudo, a estética por sí só não tem capacidade de deixar o filme bom. Esforçado, mas fraco.
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