"Hookers, Hustlers, Pimps and their Johns", de Beeban Kidron (1993)
Histórico documentário que apresenta uma Nova York decadente, onde à noite a cidade vive de prostituição, mercado do sexo tanto nas ruas quanto em bordéis, clubes de strip tease e em hoteis baratos, gerenciados por cafetões. O filme é comandado pela cineasta inglesa Beeban Kidron, que dirigiu 2 anos depois "Para Wong Foo", a comédia gay musical com Patrick Swayze, e depois, "Bridget Jones".
O filme foi rodado em 1992, e um ano depois, o prefeito Rudolph Giuliano revitalizou a cidade, principalmente nas áreas de Times Square e Hareln, onde a profusão de procura e oferta de sexo era assustador. O filme mostra sem censura ruas determinadas conhecidas por serem pontos específicos para quem buscasse travestis, garotos de programa, prostitutas. Por exemplo, a rua das travests era a 14a St, Todo o documentário é conduzido pela própria cineasta, que acorda turistas e pessoas comuns nas ruas e o[ergunta se j;a pagaram por sexo. As respostas são sensacionais: a maioria nega, outros dizem ser ilegais, outros acham absurdo. Mas os que confirmam, dizem que o prazer de se pagar por sexo é excitante, poder ser o dono da situação. Outros apontam a falta de emoção e amor nessas relações. O filme entrevista prostitutas drogadas, decadentes, que se oferecem para pagar boquetess para qualquer um por dez dólares. Um host da cineasta a acompanha dentro de um carro pelas ruas de NY e demonstra com ar de deboche e escárnio as prostitutas nas ruas: "Aquela cobra 20 dólares, aquela também, aquela também. Você pode ter qualquer uma por vinte dólares.". Em outro momento, prostitutas latinas brigam entre si por causa de um cliente. Em um clube de strip, rapazes de pênis ereto seduzem os clientes, que colocam notas de dólares em seu c...
Mas a melhor cena é definitivamente a cena onde o host, um homem chubby totalmente bizarro, vai até uma dominatrix que pratica sessões masoquistas de torturas onde o rapaz implora que está doendo. Em um momento, um cachorro passa pelo quadro e vai até o rapaz na maca. Essa mesma dominatrix depois atende um idoso de uns 80 anos, é uma cena muito grotesca de ver o senhor com os mamilos e outras partes do corpo com pregadores e outros apetrechos eróticos que produzem dôr.
Em outra cena, um garoto de programa atende o telefone de um suposto cliente que não para de fazer perguntas e ele acaba desligando. O garoto explica que tio de pergunta j;a dá a entender que a pessoa é apenas uma curiosa que não está afim de nada.
Ouvir os depoimentos de algumas prostitutas dá vontade de filmar e ficcionalizar as histórias, que são de muita falta de amor próprio e decadência moral, onde o corpo e a pessoa não valem muito. Fazem tudo por qualquer valor.
Um filme triste, provocativo, com cenas de sexo reais e um olhar muito fundo do poço do ser humano. Um laboratório incrível para atores e atrizes. E tambem, faz pensar que a maioria dos que vendem seus corpos, são negros e latinos.
A trilha sonora traz clássicos pop da época: "Justify my love", de Madonna, e "Groove is in the heart", do Dee Lite.
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