domingo, 21 de março de 2021

Caligula


"Calígula", de Tinto Brass(1979)
Assistir ao filme 41 anos depois do lançamento me faz pensar na grande ousadia dessa super produção, produzida por Bob Guccione, da Penthouse, depois da recusa de todas as grandes produtoras de Hollywood. Bob convidou o cineasta italiano Tinto Brass para dirigir a sua versão pornográfica, hiper violenta e devassa de Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus, conhecido como Caligula, imperador romano de 16 de março de 37 até ao seu assassinato, em 24 de janeiro de 41 d.C. O filme é caso único no mundo, talvez comparado em menor escala ao brasileiro 'Rio Babilônia", de Neville D'almeida: elenco famoso, grande produção e cenas de sexo explícito fizeram a fama de ambas as produções. Orçado em 17 milhões de dólares, uma fortuna em 1979, e todo rodado em estúdios em Roma, o filme é protagonizado por grandes estrelas do cinema: Malcolm Macdowell, no papel de Calígula; Helen Mirren, Sir John Gielgud e Peter O'toole, todos atores ingleses premiadíssimos em suas carreiras. Bob Guccione demitiu Tinto Brass e se encarregou ele mesmo de filmar as famosas cenas de orgias que entraram para a história. O Elenco todo renegou o filme, irritados com a inclusão do sexo explícito. Mas goste-se ou não, é inegável que o filme seja um divisor de águas na história do cinema, diante de tamanha ostentação. Revendo o filme, é perceptível que os cenários são bastante falsos, quase uma recriação de "Satyricon, de Fellini, com cores berrantes, tecidos pendurados, construções de isopor e ferro. as cenas de violência são gráficas, as inúmeras torturas que chocaram o mundo inteiro
(sim, a cena onde Calígula deflora um casal virgem, e faz o fisting mais famoso do cinema no noivo continua chocante). Malcoln Macdowell está soberbo, exalando toda a psicopatia do Imperador, uma performance reverenciada por Leonardo di Caprio que buscou nele inspiração para "O lobo de Wall Street". Ouse assistir pelo menos uma vez ao filme. Você pode odiar, mas não ficará incólume.

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