sexta-feira, 19 de março de 2021

Notturno


"Notturno", de Gianfranco Rosi (2020)
Sete anos depois de ter ganho o Leão de Ouro em Veneza de melhor filme pelo documentário 'Sacro Gra", o italiano vence novamente prêmios no mesmo Festival, além de abocanhar a indicação da Itália a uma vaga ao Oscar de filme internacional 2021.
Durante 3 anos, o documentarista filmou as fronteiras do Iraque, Curdistão, Síria e Líbano, regiões em conflitos bélicos. O filme é formado por cenas soltas, mas todas com temas em comum: a violência e a covardia contra os civis, vítimas de roubos, assassinatos, tortura s estupros. Resta à população tentar sobreviver na rotina com explosões, tiroteios e constante ameaças de bombardeios. s cidades totalmente devastadas são filmadas com poesia pela fotografia e pela câmera, que procura trazer alento à tanto terror e medo através de luzes belas e lúdicas.
Entre as cenas tão tristes e cruéis, duas se destacam: uma professora pergunta à uma menina de 10 anos , sobrevivente do estado islâmico e ela sem pestanejar faz um relato cruel de torturas contra as crianças, estupros contra mulheres e ameaças de morte constante. A outra cena é uma mãe ouvindo áudios no celular de sua filha sequestrada pelo estado islâmico pedindo recompensa sob ameaça de morte. É um filme contundente, sofrido, sobre a tragédia humana dos conflitos de guerra aonde as maiores vítimas são os civis.

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