terça-feira, 16 de março de 2021

Malcoln & Marie

"Malcoln & Marie", de Sam Levinson (2021)
Uma das primeiras produções rodadas durante a pandemia, tendo início de filmagem em junho de 2020, "Malcoln & Marie" é um drama intimista com somente 2 atores e todo filmado em uma mansão cinematográfica em Los Angeles. Sam Levinson, o roteirista e diretor, é filho de Barry Levinson e ficou mundialmente famoso por criar a série "Euphoria", estrelado por Zendaya, que também protagoniza o filme no papel de Marie. John David Washington filho de Denzel e protagonista de "Tenet", interpreta Malcoln. O filme seguiu rigidamente o protocolo de audiovisual para garantir a segurança do elenco e equipe.
Ignorando a pandemia, o filme acontece em uma única noite. Um casal retorna para casa e passa a noite toda bebendo, discutindo, jogando na cara um do outro uma lavação de roupa infinita, fotografado em belo preto e branco.Não, não estamos falando de "Quem tem medo de Virginia Wolf", obra-prima de Mike Nichols protagonizado por Elisabeth Taylor e Richard Burton. Malcoln é um cineasta egocêntrico. Marie é aspirante à atriz. Na noite, ambos vêem da pré-estréía do filme de Malcon, e pelo buchicho, um grande sucesso de crítica e provavelmente, de público. Marie no entanto, não compartilha da mesma felicidade de Malcoln. Motivo: ele sequer agradeceu Marie quando subiu no palco. O filme teve roteiro inspirado na vida de Marie, e tanto a vida dela quanto ela foram ignorados pelo marido.
O que salta aos olhos do filme, mais do que qualquer coisa, é a linda fotografia de Marcell Rév, fotógrafo húngaro e que fotografou "No país da viol6encia" e "Euphoria", ambos de Levinson. Todo mundo compara o visual do filme a um grande comercial da Calvin Klein ou editorial de moda da Vogue. Não estão errados, pois o visual do filme é o que chama a atenção. Os dois atores estão ótimos, mas ao contrário de "Uma história de casamento", os personagens não têm carisma e são chatos. O filme é longo, arrastado, as conversas são desinteressantes. Entre um assunto e outro, Malcoln fala sobre cinema, em diálogos pouco naturais e com a impressão que Levinson fala mal de críticos como forma de se vingar de quem falou mal de seus filmes.

Não é qualquer um que consegue buscar referência em "Quem tem medo de Virginia Wolf"e fazer um filme à altura. 

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