Que filme lindo, puta que o pariu! Vencedor de diversos prêmios internacionais, entre eles, um prêmio especial no Festival de Veneza 2018, "Novo Horizonte", é o longa de estréia do diretor italiano Carlo Sironi. O filme lembra muito "A criança", dos irmãos Dardenne, naquela mesma linha de história e protagonistas: apáticos, sem ambição na vida, fracassados, desiludidos com tudo we com todos e isso tudo sendo jovens de 20 anos de idade!
Ermanno (Claudio Segaluscio) é um rapaz de 20 anos, órfão e cujo pai se suicidou. Fazendo bicos e viciado em jogo, Ertmanno é abordado por seu tio, que lhe propõe oferecer dinheiro, em troca dele se passar por pai de uma jovem polonesa grávida de 8 meses, prestes a parir. Lena (a atriz polonesa Sandra Drzymalska) quer se livrar do bebê, pegar o dinheiro e seguir para a Alemanha. O tráfico de bebês é proibido na Itália, e o jovem casal precisa morar juntos para poderem se passar pelos pais. No entanto, essa aproximação de Ermanno e Lena, reclusos no pequeno apartamento, os fará repensar o que querem de suas vidas, e aos poucos, se aproximam.
O que mais chama atenção no filme, é o trabalho extraordinário dos dois jovens atores. Fui pesquisar e vi que Claudio Segaluscio é um não ator. O Diretor queria trazer elementos do neo-realismo e escalou Claudio por encontrar nele s elementos necessários para dar verdade ao personagem. Uma decisão arriscada para os produtores, mas certeira! Claudio está magnético, é impossível não se apaixonar pelos erros que seu personagem comete, tal a dimensão que ele traz para o papel. Seu olhar perdido, mas profundo, seu tempo, sua presença de cena. Idem Sandra Drzymalska, atriz já com experiência, e que aprendeu italiano para a personagem. Ambos têm uma química perfeita. O Diretor filma com bastante sensibilidade essa fábula triste, tristíssima e que possui duas cenas antológicas: a de Lena dançando sozinha na pista ao som de Twin sisters, e a cena final, em frente ao jogo. De cortar o coração.
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