"Non se sevizia un paperino", de Lucio Fulci (1972)
Clássico giallio italiano, dirigido pelo Mestre Lucio Fulci, um dos expoentes do gênero que celebrizou cineastas como Dario Argento e Sergio Martino. O filme ficou décadas proibido em diversos países, pelas polêmicas envolvendo a Igreja católica e uma das cenas mais pervertidas da história do cinema: uma jovem, Patrizia (Barbara Bouchet) é vista na pequena cidade da Sicília, Accendura, como uma prostitua, por conta de suas roupas provocativas. Ela na verdade é uma pedófila que seduz os garotos, e em uma cena, cortada em algumas versões, ela está totalmente nua e chama o menino para a sua cama.
Na região de Accendura, 3 meninos são assassinados brutalmente. Existem vários suspeitos: um homem que foi motivo de chacota dos meninos; uma bruxa (Florinda Bolkan, brasileira que fez muito sucesso na Itália nos anos 60 a 80, e trabalhou inclusive com Visconti). Patrizia, e outros.
O filme já é um exemplar fora do eixo dos filmes de suspense e de serial killer, pois as vítimas são crianças, um caso raro, pois o cinema sempre evitou mostrar os pequenos sendo assassinados. Mas Lucio Fulci não tem o mínimo problema com isso, e as mortes são brutais. Outra cena antológica e bastante violenta, é a da morte de uma das personagens, à base de correntadas que lhe arrancam nacos de carne. Uma cena tão brutal que raramente foi ultrapassada, mesmo em filmes recentes. A cena final também faz parte de qualquer antologia dos melhores momentos do giallio: a cena onde o/a criminoso/a cai do penhasco e tem seu rosto dilacerado pelas pedras. Um primor de criatividade. No elenco, a presença da grande atriz grega Irene Papas, dando um toque de potência ao filme.
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