sábado, 22 de agosto de 2020

Clímax

"Clímax", de Gaspar Noé (2018)
Obra-prima de realização técnica e artística, premiada em Cannes como melhor contribuição artística, 'Clímax"é um filme que estou sempre revendo, quando quero me inspirar nas infinitas possibilidades da arte de se fazer cinema. Gaspar Nóe é daqueles realizadores, tipo Lars Von Triers, que não tem meio termo: o público adora ou odeia. Como faço parte do público que adora, assisto absolutamente tudo o que ele faz. Cineasta argentino radicado na França, Noé é um cineasta que a cada filme, faz experimentações principalmente com a câmera e descobre forma de contar uma história através dela. Quando eu achei que não havia mais como ele ultrapassar essa barreira, com "Enter the void", com a câmera flutuando como Ponto de vista de um espírito, Noé vem com "Clímax"com uma câmera que fica dezenas de minutos filmando de cabeça para baixo. Isso sem contar com o plano-sequência muito foda que abre o filme, uma coreografia em 5 minutos com os dançarinos dando o máximo de energia possível, ao som de "Supernature", de Cerrone. É inacreditável o que Noé e seu fotógrafo Benoit Debie fazem. Com 23 dançarinos em cena ( Apenas Sofia Boutella é atriz profissional), Noé retira de cada um improvisação baseada em um roteiro que tinha 5 páginas. Praticamente todos os diálogos foram improvisados pelo elenco.
O filme traz referências explícitas aos filmes "Suspiria", de Dario Argento, "Possessão", de Andrej Zulowski, "Esquizofrenia", de Ken Russel. Um filme que me enche de energia, para se ve rno escuro e com som bem alto.

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