"Romance", de Guel Arraes (2008)
Que maravilha é rever esse maravilhoso filme co-escrito e dirigido por Guel Arraes, uma comédia romântica que fala sobre o Ofício do Ator e a questão ética que envolve a profissão. Fazer tv para ficar famoso e ganhar dinheiro, ao custo de audiência? Viver de Teatro para alimentar a alma e dar vida ao elemento mais forte da atuação, os palcos e o contato com platéia ao vivo? A vida imita a arte, ou a arte imita a vida?
Usando como premissa a tragédia medieval de Tristão e Isolda, que se mataram ao entender a impossibilidade de viver um grande amor ( sendo usado como referência em "Romeu e Julieta"), o filme traz a história de Pedro e Ana , vividos brilhantemente por Wagner Moura e Letícia Sabatella. Pedro é diretor e roteirista, e escreveu uma versão de Tristão e Isolda para um teatro alternativo, produzido pela amiga Fernanda (Andréa Beltrão), maravilhosa). Os dois acabam se apaixonando. Com o sucesso da peça, o diretor de tv Danilo (Zé Wilker) convida Ana para um papel na novela, e ela acaba estourando. Provocado pelos ciúmes e pelo que ele considera uma traição, por Ana se dedicar mais à tv que o Teatro, Pedro rompe relações. Até que ele mesmo, sob apadrinhamento de Ana, é convidado a dirigir para a tv uma versão da história, adaptado para o sertão da Paraíba e ornamentado pela musicalidade dos cordéis.
Um filme obrigatório para atores, para testemunharem o maravilhoso trabalho de todo o elenco, que também inclui Marco Nanini, Edmilson Barros, Vladimir Brichta, Tonico Pereira e Bruno Garcia, todos muito bons em seus personagens. E é ótimo ver como a atuação varia quando se atua para o cinema, para a tv ou o teatro.
A fotografia de Adriano Goldman e canções de Caetano Veloso ajudam a fechar com chave de ouro esse que é um dos melhores filmes brasileiros, repleto de diálogos hilários e inspirados.
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