"Adam", de Rhys Ernst (2019)
Controverso drama juvenil LGBTQIA+ independente americano, "O verão de Adam" concorreu em Sundance 2019 e venceu diversos prêmios em Festivais voltados para o filme de gênero. Mas com todo o sucesso no circuito indie, o filme sofreu boicote da comunidade Trans, que se sentiu bastante ofendida com o filme. E não foi por falta de visibilidade e lugar de fala. O diretor Rhys Ernst é um homem trans, e a roteirista Ariel Schrag é lésbica Cis, e adaptou o seu próprio livro. O filme aborda as várias comunidades Queer, Trans masculino e feminina, lésbicas, gays, binários e gender fluids procurando interagir entre si, mas deixando claro que cada grupo tem as suas regras , questões e posicionamentos políticos, sociais e lutas.
Adam (Nicholas Alexander) é um adolescente hetero cis. Quando entra de férias na High school, ele decide passar o verão no apartamento de sua irmã, Casey (Margaret Qualley), lésbica assumida para seus amigos, mas mantida no armário para os seus pais conservadores. Quando Adam sai com a irmã para uma manifestação Queer, ele se apaixona por Gillian (Bobbi Salvör Menuez), uma jovem lésbica. Durante uma balada trans, Adam e Gillian se aproximam, e sem dizer à jovem que é hetero cis, eles se beijam e se curtem. A partir daí, Adam finge uma identidade de homem trans, com medo de perder Gillian. Mas isso deflagará uma sucessão de acontecimentos que tornarão Adam incapaz de lidar com a armadilha em que se meteu.
A comunidade Trans não perdoou o fato de alguém se passar por trans para conquistar alguém. Mesmo com o lugar de fala e todo o cuidado com escalação e elenco todos estão em seu devido lugar de fala) e atenção ao roteiro, o diretor e a roteirista foram apedrejados. Ainda assim, é um filme que conta com atores muito bons, todos muito verdadeiros em seus performances. O filme lida com momentos de drama, romance e humor, mas prevalece a delicadeza com que foi conduzida as cenas mais intensas.
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