"Esa es mi cara", de Angélica Cabezas Pino (2018)
Escrito e dirigido pela antropóloga chilena Angélica Cabezas Pino, formada em Manchester e aqui estreando como documentarista. O filme fala sobre soro positivos no Chile, um país que estigmatiza e recrimina os HIV positivos, tornando-os párias. Somente no Chile, estima-se que mais de 61 mil pessoas convivam com a doença e guardam para si o diagnóstico, escondendo até mesmo de familiares.
Angélica Cabezas Pino há anos faz um trabalho visual mesclando doenças e exploração de traumas. Se apropriando de vídeos, fotos e artes plásticas, Angelica faz um trabalho revolucionário aqui: ela consegue entrevista 5 pessoas que convivem com o HIV, que se permitem pela à vez, mostrar seus rostos e dizer que são soropositivos. Angélica propõe que cada um deles pegue uma máquina fotografia e façam fotos que falem sobre a memória deles sobre conviver com o HIV, para que depois essas fotos sejam expostas em uma exposição.
O filme segue cada um dos entrevistados, e um a um, eles vão preparando suas fotos, e ao memso tempo, falando como contraíram a doença e como revelaram para as pessoas próximas.
Um entrevistado tira foto de sua mãe limpando com agua sanitária o vaso e a pia do banheiro, um trauma que o perseguiu durante anos em sua casa. Um outro fotografa o mapa que ele desenhou num caderno, quando foi à clínica pegar o resultado do exame de sangue. Ele ficou tão nervoso na ocasião, que se perdeu. Um outro tira foto com uma máscara hospitalar, lembrando dia dia que descobriu estar com HIV e o médico mandou ele aguardar no corredor com a máscara. E por ai, vai, são histórias de medo e de coragem, de superação de traumas e saber conviver e seguir adiante suas vidas.
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