"Clara Estrela", de Rodrigo Alzuguir e Susanna Lira (2017) Documentário exibido no Festival online Recine 2020, foi co-dirigido pela documentarista Susanna Lira, dos premiados "Torre das donzelas"e "Mussum, um filme do cacildis".
Clara Nunes sempre foi uma figura emblemática para mim, que desde criança, a assistia nos programas de auditório, principalmente do Chacrinha, vestida sempre de branco, como uma mãe de santo, e dançando como nos rituais de umbanda. Mas para minha surpresa, o repertório dela era bastante variado, mesclando os ritos africanos, como "Filhos de Ghandi" e "Morena de Angola", com sambas e forró, como "Feira de Mangaio", eternizada pela sanfona de Sivuca. Mas Clara Nunes começou a sua carreira mesmo foi com boleros e músicas românticas, que era o que a sua gravadora impunha, já que fazia sucesso nos anos 60. Ela só se libertou quando conheceu o sambista Ataulfo Alves, que lhe sugeriu cantar um samba, indo com ela até a gravadora Odeon e aí, estourando no samba".
"Clara Estrela"é um documentário obrigatório para quem ama MPB e óbvio, a música e vida de Clara Nunes. Totalmente editado com material de arquivo: fotos, entrevistas ( como a de Marília Gabriela) e shows e clips gravados para a televisão, Clara nasceu em Paraopeba, Minas Gerais, no ano de 1942. Filha de família pobre, seu pai serralheiro e sua mãe dona de casa, era a mais nova de 7 filhos. Com a morte dos pais, seguiu até Belo Horizonte, onde trabalhou como operária, até participar de um concurso de rádio estadual, vencendo e indo para São Paulo participar de um concurso, onde tirou o 3o lugar. Em meados dos anos 60, veio para o Rio de Janeiro, a convite da gravadora Continental, mas tendo que se bancar. Dividiu quarto com prostitutas, passou fome. Conheceu Chacrinha, que sabendo de sua situação, lhe ajudou bastante.
Quando foi para a África em 69, convidada por Ivon Curi, voltou impressionada. Teve oportunidade de conhecer lugares sagrados, conhecer os rituais. Se converteu a Umbanda, filha de Ogum e Yansã, dois santos guerreiros. Levou a cultura afro-brasileira para suas canções e vestimentas. Foi uma das cantoras que mais gravaram canções dos compositores da Portela, sua escola de samba de preferência.
Clara era supersticiosa: não usa preto, não deixa porta de armário aberto, não bota sapato virado pra cima e só canta de branco. Em 1974, participou de um espetáculo teatral musical dramatizado, junto de Paulo Gracindo e dirigidos por Bibi Ferreira: "Brasileiro, profissão esperança", onde narravam a vida de Dolores Duran. O espetáculo ficou anos em cartaz e rendeu um disco. Na entrevista com Gabi, ela fala sobre as gravidez que não deram certo, e quando um espírita lhe disse que a missão dela era levar amor e alegria para as pessoas. Fala também do seu amor e casamento com o poeta e compositor Paulo César Pinheiro.
Dira Paes narra o filme em primeira pessoa, dando voz aos textos de Clara Nunes.
O filme prefere evitar imagens da morte de Clara Nunes, deixando somente momentos de alegria e força. Uma cartela no final diz que Clara faleceu de complicações após uma cirurgia de varizes, onde teve reação alérgica à anestesia. Faleceu aos 40 anos de idade, em 1983.
O filme deixa bem registrado todo o legado de Clara sua amizade com todos os cantores e compositores do Brasil, como Vinícius, Chico Buarque, Toquinho e grandes sambistas.
Como o cronista Arthur da Távola escreveu em uma artigo, Clara era uma "Claridade".
"Clara Estrela"é um documentário obrigatório para quem ama MPB e óbvio, a música e vida de Clara Nunes. Totalmente editado com material de arquivo: fotos, entrevistas ( como a de Marília Gabriela) e shows e clips gravados para a televisão, Clara nasceu em Paraopeba, Minas Gerais, no ano de 1942. Filha de família pobre, seu pai serralheiro e sua mãe dona de casa, era a mais nova de 7 filhos. Com a morte dos pais, seguiu até Belo Horizonte, onde trabalhou como operária, até participar de um concurso de rádio estadual, vencendo e indo para São Paulo participar de um concurso, onde tirou o 3o lugar. Em meados dos anos 60, veio para o Rio de Janeiro, a convite da gravadora Continental, mas tendo que se bancar. Dividiu quarto com prostitutas, passou fome. Conheceu Chacrinha, que sabendo de sua situação, lhe ajudou bastante.
Quando foi para a África em 69, convidada por Ivon Curi, voltou impressionada. Teve oportunidade de conhecer lugares sagrados, conhecer os rituais. Se converteu a Umbanda, filha de Ogum e Yansã, dois santos guerreiros. Levou a cultura afro-brasileira para suas canções e vestimentas. Foi uma das cantoras que mais gravaram canções dos compositores da Portela, sua escola de samba de preferência.
Clara era supersticiosa: não usa preto, não deixa porta de armário aberto, não bota sapato virado pra cima e só canta de branco. Em 1974, participou de um espetáculo teatral musical dramatizado, junto de Paulo Gracindo e dirigidos por Bibi Ferreira: "Brasileiro, profissão esperança", onde narravam a vida de Dolores Duran. O espetáculo ficou anos em cartaz e rendeu um disco. Na entrevista com Gabi, ela fala sobre as gravidez que não deram certo, e quando um espírita lhe disse que a missão dela era levar amor e alegria para as pessoas. Fala também do seu amor e casamento com o poeta e compositor Paulo César Pinheiro.
Dira Paes narra o filme em primeira pessoa, dando voz aos textos de Clara Nunes.
O filme prefere evitar imagens da morte de Clara Nunes, deixando somente momentos de alegria e força. Uma cartela no final diz que Clara faleceu de complicações após uma cirurgia de varizes, onde teve reação alérgica à anestesia. Faleceu aos 40 anos de idade, em 1983.
O filme deixa bem registrado todo o legado de Clara sua amizade com todos os cantores e compositores do Brasil, como Vinícius, Chico Buarque, Toquinho e grandes sambistas.
Como o cronista Arthur da Távola escreveu em uma artigo, Clara era uma "Claridade".
Link para assistir ao filme:
https://vimeo.com/234892534
https://vimeo.com/234892534
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