"Made in Italy", de James D'arcy (2020)
Liam Neeson e Micheál Richardson, pai e filho na vida real, exorcizam os seus fantasmas pela morte de Natasha Richardson, esposa e mãe, tragicamente falecida enquanto esquiava, em 2009. Corajosos, enfrentaram um roteiro que fala justamente sobre um pai e um filho que precisam passar uma pá de cal na morte da esposa e mãe, provocado por um acidente de carro, dirigido pelo marido, Robert (Liam Neeson).
Mas felizmente, James D'arcy, excelente ator de "Dunkirk", de Christopher Nolan, que aqui faz sua estréia como roteirista e cineasta, traz essa sessão de terapia de forma alegre e ensolarada, com o fino toque de humor inglês e um time de excelentes atores. Para isso, as filmagens aconteceram na paradisíaca Montalcino, na Toscânia, Itália.
Jack (Richardson) é dono de uma galeria de arte, cujo prédio pertence à sua ex-mulher. Quando ela pede o prédio de volta ele se desespera, e resolve pedir ajuda para seu pai, o artista plástico Robert (Neeson), com quem não fala há anos, desde a morte da esposa, acidente provocado por ele. Jack propõe que ambos vendam a estância pertencente à mãe, que fica na Toscânia, para que Jack use o dinheiro para comprar a galeria de arte. Robert reluta, pois não quer reviver a tragédia, mas acaba aceitando. Chegando lá, descobrem que a estância está toda destruída e precisa ser renovada. Com a ajuda da corretora Kate (a excelente Lindsay Duncan), e da restauranteur e chef Valeria ( a italiana Valeria Bilello), por quem Jack se apaixona, eles levantarão novamente o espaço, e aproveitar, reativarem o amor entre pai e filho.
Muitos críticos falaram mal do filme, inclusive detonando a performance de Micheál Richardson. Injustas acusações. O filme traz aquele eterno clichê de que para resolver s sua vida sentimental nada melhor que a Toscânia. Mas de verdade, que lugar melhor na face da Terra? Ver Neeson e Richardson, dividirem as telas como pai e filho e falando sobre a morte da apaixonante mãe e esposa, não tem preço. É lindo demais, e a verdade que emana de seus olhares, com a saudade, é extremamente belo e triste.
O filme é um ode ao amor: amor entre familiares, entre as pessoas, ao cinema ( uma cena onde um filme antigo e apresentado na tela do restaurante), às artes plásticas ( não à toa, pai e filho da ficção são da mesma área, à boa gastronomia, ao sol da Itália. Quem não souber enxergar isso, está precisando passar um tempo lá, na Toscânia.
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