sexta-feira, 1 de março de 2019
A maldição da freira
“The devil's doorway”, de Aislinn Clarke (2018)
O sub-gênero de terror chamado de “Nun exploitation”, ou seja, filmes onde as freiras são apresentadas como entidades maléficas, tiveram em voga nos anos 70 em filmes italianos repletos de cenas de nudez e violência. Com o grande sucesso do terror “A freira”, muitos outros filmes vieram na sua esteira: “A maldição da freira” é um deles, cujo título pega carona na franquia “A freira”, apesar do título original, “The devil’s doorway” não ter nada a ver. O tema do filme lembra muitos obviamente, “O exorcista”, e também o recente terror também de freiras “St Agatha”. Tanto “St Agatha” quanto “A maldição da freira” falam sobre as lavanderias Madalena: asilos para mulheres doentes mentais, mães solteiras, grávidas abandonadas e todo tipo de mulher marginalizada pela sociedade. Elas trabalhavam nessas casas administradas por freiras, e sofriam todo o tipo de abusos. Essas lavanderias surgiram no Sec XVIII e sobreviveram até o período de 1990.
O filme se apropria também de “O exorcista”, ao falar de exorcismo e demônio possuindo o corpo de uma jovem virgem. A diferença é que aqui, o estilo narrativo do filme é o mega desgastado “Found footage”. O filme é dirigido por uma mulher, Aislinn Clarke, que consegue dar tons acima de qualidade em um gênero tão batido. A começar, pela textura do filme: ambientado em 1960 na Irlanda, Aislinn Clarke usa película 16MM, para dar autenticidade às imagens, granuladas, e evitou ao máximo o uso de computação gráfica. Todos os efeitos foram criados mecanicamente, na hora de filmar.
Dois padres são enviados até uma Lavanderia Madalena para registrar um Milagre anunciado: uma estátua da Virgem Maria teria sangrado pelos olhos. Padre Thomas, idoso e cético, e John, jovem e que registra tudo com uma filmadora Bolex, e acredita em milagres. Ao chegarem no local, são mal recebidos pela Madre superiora, que diz que não aconteceu milagre algum. Mas os padres decidem fazer perguntas para as mulheres e irmãs, e vão descobrir um terrível segredo que se encontra no local.
A história é batida, mas o trabalho do elenco, principalmente Lalor Roddy no papel de Thomas é muito bom. O filme tem uma tensão crescente, que chega ao ápice nos 10 minutos finais, angustiantes pela claustrofobia. O filme usa aquele velho truque da lanterna que acende e apaga e quando volta a acender, dá um susto no espectador. Mas tá valendo. Não assista sozinho, é tenso.
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