domingo, 3 de março de 2019

Jeanette- A infância de Joana D’arc

“Jeannette, l'enfance de Jeanne d'Arc”, de Bruno Dumont (2017) Ninguém pode acusar o Cineasta francês Bruno Dumont de falta de ousadia. Colocar Joana D’arc aos 8 anos de idade, batendo cabeça no melhor estilo headbanger junto de duas freiras, não é para qualquer um. Assim é “Jeanette- A infância de Joana D’arc”. Bruno Dumont fez a sua versão como Musical Ópera Rock, repleta de músicas em ritmo de heavy Metal e rap, lembrando bastante “jesus Christ Super Star”. Joana D’arc é vista aos 8 e depois aos 13 anos de idade. Morando com seus pais agricultores na região de Domremy, em Lorena, França, Joana aos 8 anos teve visões de Anjos dizendo que ela deve lutar contra os ingleses. A França sofria a Guerra dos 100 anos. Joana sofria com o destino da França e dos soldados franceses que morriam no front. Aos 13 anos, ela decide sair de casa e se tornar soldado. O filme termina aí. Quem quiser saber o que acontece com Joan D’arc, existem várias versões cinematográficas, incluindo as interpretadas por Falconetti, Ingrid Bergman e Milla Jojovich. Eu gosto mais da fase inicial de Bruno Dumont: “A humanidade”, “A vida de Jesus”, “Flandres”, “29 Palmas”. Depois, ele enveredou pela comédia, com “Quinquin” e “Mistério na Costa Chanel”, esse massacrado no Festival de Cannes pela extrema caricatura de seus personagens. Em “Jeanette”, Bruno escala atrizes não profissionais, tanto para as crianças com 8 quanto as de 16 anos. Confiar metade de um filme para duas meninas de 8 anos cantando o tempo todo desafinadas e com diálogos densos sobre ocupação, religiosidade, etc, não é para qualquer um. Foi um risco enorme. Depois entram as meninas já adolescentes, que continuam desafinadas. As músicas também são chatas, não t6em melodia agradável para se ouvir por quase 2 horas. Acaba que vira um grande suplício escutar as vozes. Mas a fotografia e o olhar Pop sobre essa história compensam a tortura. Ver as freiras e as crianças batendo cabeça, é algo realmente bizarro. Só que o tema é árido demais para as crianças declamarem. Elas fazem o que podem, e até fazem super bem na interpretação. A revista Cahiers do Cinema considerou esse o 2o melhor filme de 2017. Se considerarmos que a mesma Revista considerou que “Garotos selvagens”, uma fantasia punk trans francesa foi a melhor produção de 2018, eu penso que realmente stou precisando reavaliar a minha visão sobre o Cinema. O filme competiu em Cannes 2017 na Mostra Quinzena dos realizadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário