domingo, 10 de março de 2019
No fim do dia
"At the end of the day", de Kevin O'Brien (2018)
Vixe que eu chorei muito nesse maravilhoso filme que fala sobre a intolerância religiosa contra o homossexual.
O roteirista e Diretor Kevin O’Brien, que estréia aqui na direção, tem em suas mãos um filme de tema explosivo e que com certeza deverá provocar a fúria de muitos cristãos e evangélicos. Mas a mensagem que Kevin quer passar é do Amor e da inclusão. Kevin é cristão, casado com mulher e tem filhos. Ele teve uma educação cristã conservadora e trabalhou 10 anos na Igreja, e o que ele testemunhou nesses anos todos foi muito ódio de determinadas pessoas da Igreja, que pregavam um lema que ele jamais se esqueceu : “Love the sinner, hate the sin / Ame o pecador, odeie o pecado.”.
O filme, que transita entre o Drama, comédia e romance, é um feel good movie daqueles de fazer as pessoas saírem se sentindo bem, com suas mensagem de otimismo perante a vida, mesmo que existam obstáculos a serem enfrentados.
Dave ( o carismático Stephen Shane Martin, que lembra bastante o estilo de Ryan Reynolds) é um cristão que trabalha como conselheiro em um Colégio religioso. Quando a esposa de Dave o troca por outra mulher, o Diretor da escola o transfere para uma outra escola cristã, que por acaso, fica a cidade natal de Dave. O diretor da nova escola quer ampliar o domínio da escola para um outro prédio, que está para entrar em leilão. Só que um grupo LGBTQ+ quer construir no prédio um Abrigo para jovens LGbtq+ que foram expulsos de suas casas. O Diretor pede para que Dave se infiltre no grupo para se tornar um espião. Dave recusa, mas é obrigado. Ao entrar no grupo, Dave se faz passar por gay tímido. Logo ele descobre que as pessoas são iguais a outras quaisquer, também amam o próximo e t&em os mesmos sentimentos de compaixão. A coordenadora do grupo, Alyssa (Danielle Sagona, também ótima) é hetero e dá apoio ao grupo para honrar o seu irmão, ex-fundador e que foi assassinado por homofobia. Alyna se apaixona por Dave, mesmo sabendo que ele é ”gay”. Dave entra em grande conflito, e ao mesmo tempo precisa sustentar a farsa antes que ambos os lados descubram sua real identidade.
Com diálogos e situações cômicas divertidíssimas, o filme explora preconceitos da Igreja, mas o filme também procura não demonizar os cristãos, afinal essa é uma questão extremamente complexa e não dá para ser resolvido com um filme. A figura do vilão acaba recaindo no diretor da escola, símbolo da caretice e do pensamento retrogrado.
Existe a personagem da tia de Dave, uma mulher solteira, idosa e totalmente sexualizada. Ele é o tipo da personagem que existe para trazer aquela lição de moral ao protagonista, e funciona muito bem, graças ao talento da atriz Susan Mulholand, primorosa.
Ótimo elenco de apoio, linda fotografia. Para quem gosta de filmes com mensagens edificantes, esse filme é imperdível.
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