quinta-feira, 7 de março de 2019
Muito louca
"Re Loca! ", de Martino Zaidelis (2018)
A comédia espanhola “Sem rodeios”, com a estrela Maribel Verdu ( “Labirinto do Fauno”, “E sua mãe também”) foi um grande sucesso de bilheteria. Uma fantasia sobre o empoderamento de uma mulher outrora passiva, o filme teve uma refilmagem chilena e agora, uma versão argentina, chamada de “Muito louca”, e um sub-título que amei, “Chegou a hora de mandar todos pro caralho˜”.
Pilar (Natalia Oreiro, ótima, de “O médico alemão” e “Infância clandestina) é uma publicitária que trabalha há 18 anos em uma agência de publicidade. Casada com um artista plástico preguiçoso e com um enteado que só pensa em pornografia e rap, ela tem um chefe machista e que não gosta de trabalhar. A gota d’água é o chefe contratar uma youtuber para ser sua chefe no setor. Pilar ainda é apaixonada pelo seu melhor amigo que irá se casar. Tudo na vida de Pilar dá errado. Até que ela esvarra com um guru que lhe receita ym remédio. Ao tomar , Pilar se transforma: não aceita mais desaforos, fala tudo o que tem que falar. E essa nova Pilar fará ela se sentir renovada, mas com certo custo.
Com roteiro e direção comandados por homens, esse conto de fadas sobre elevar a auto-estima da mulher acaba virando quase que uma refilmagem de “Mulheres à beira de um ataque de nervos”, de Almodovar. O apartamento de Pilar é todo colorido, e o tom encontrado por ela é o da histeria e de mulher louca que agora quer que seja tudo do seu jeito. Até achei o filme divertido em vários momentos, muito por conta do talento da atriz Natália Oreiro. Mas a opção da mulher estressada parece algo já datado. Vale a próxima versão que for refilmar essa franquia, atenuar o tom da protagonista, para tornar o filme mais próximo do dia a dia de pessoas reais.
De qualquer forma, vale como passatempo e dar algumas boas risadas.
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